A caverna Denisova é uma caverna que esta situada na região de Bashelaksky dos Montes Altai, na região Siberiana, Rússia, próximo à vila de Tchyorny Anui, a cerca de 360 quilômetros de Barnaul. Localizada sobre a margem esquerda do rio Anui.
Crédito: RIA Novosti |
Que cobre uma área de 270 metros quadrados, e contém uma câmara central com diversas galerias laterais.
No século XVIII a caverna foi habitada por um ermitão, São Dinis (Dionisii) e recebeu o nome em sua homenagem; os nativos, no entanto, a chamavam de Ayu-Tash (“Pedra do Urso”). Por volta de 1980 cientistas russos descobriram restos arqueológicos no seu interior e começaram a explorá-la; foram identificados vinte e dois estratos que contêm artefatos arqueológicos que vão da época de São Dênis até cerca de 125.000 - 180.000 anos atrás. A determinação da antiguidade destes estratos foi feita através da datação termoluminescente dos sedimentos ou, em alguns casos, pela datação radiocarbônica do carvão - wikipedia.
Veja:
Paleontólogos russos descobriram nas Montanhas do Altai os vestígios de um hominídeo desconhecido. Ao analisar o genoma dos restos mortais do hominídeo descoberto na atualmente famosa caverna Denisova, os cientistas determinaram que ele coincide em 17% com o genoma do Neandertal e tem 4% de um hominídeo ainda desconhecido.
O resultado sensacional obrigou os arqueólogos a, como se diz, cavar mais fundo. Neste momento os estudos abrangem camadas mais antigas que as que continham o achado da Denisova.
Esta não é a única sensação resultante da investigação. A leitura do DNA dos restos mortais dos homens antigos descobertos na caverna Denisova demonstrou que 6% de genes idênticos estão presentes em atuais habitantes do Sudeste Asiático. Isso justificou que o responsável pelas investigações e acadêmico Anatoli Derevyanko considerasse o hominídeo da caverna Denisova como uma subespécie do homem moderno. Também se conseguiu fazer alguma luz sobre o processo de separação da humanidade que ocorreu há 60-70 mil anos, diz o arqueólogo Mikhail Shunkov:
“Parte dessa população foi para o Altai, onde foram registados os vestígios do Denisova, e outra parte migrou em direção ao sudeste. Contudo, nos territórios de passagem, no Sudeste Asiático e na China, não se encontram vestígios do Denisova no genoma dos fósseis humanos. Por outro lado, esses 6% descobertos nos seres humanos atuais do Sudeste Asiático indicam que o hominídeo da caverna Denisova participou na formação do homem moderno.”
Além disso, os arqueólogos encontraram numa caverna vizinha, durante as escavações, restos mortais de um homem de Neandertal que era contemporâneo do hominídeo da caverna Denisova. Anteriormente se considerava que o Neandertal não tinha se deslocado tanto para leste. Surgiu então a ideia que ambos os grupos de hominídeos terão participado em conjunto na formação do homem moderno, explica o cientista:
“Este é o chamado sistema de endogamia, ou seja a miscigenação em determinados territórios. Os nossos últimos trabalhos demonstraram que os homens de Denisova e os Neandertal que encontrámos na nossa caverna também se misturavam entre si. Esse é um resultado sensacional.”
Neste momento o panorama da formação da humanidade tem o seguinte aspeto aproximado. Existiam quatro linhagens de desenvolvimento do homem do tipo moderno: o homo sapiens africano, o Neandertal euroasiático, o hominídeo de Denisova do Altai e o homo orientalensis que habitava a China atual.
A teoria do monocentrismo, anteriormente muito popular, da saída do homem de África não resiste a qualquer crítica. Parece muito mais convincente a ideia do policentrismo do acadêmico Derevyanko, comprovada pelos dados dos paleontólogos e arqueólogos russos.
Aliás, no mundo científico a descoberta dos restos do Denisova está em segundo lugar pela sua importância depois da descoberta do Bóson de Higgs. Pelas suas extraordinárias descobertas na área da paleoantropologia, o acadêmico Derevyanko foi galardoado a 12 de junho de 2013 com o Prêmio Estatal da Federação Russia.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru
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