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05/12/2013

Índia e China Prosseguem a Partilha do Espaço

A partilha do espaço não é um jogo por avanço científico, mas sim de interesses. Trata-se apenas de valores e conquistas sem divisas para outras nações da Terra. Quem pode investir mais: será o esperto levando o que conseguir realizar lá fora.

Tudo sem a devida necesidade de partilhar os avanços que supostamente virão. Mas sim, um continuo emaranhado de oportunidades únicas: as vitórias das nações espaciais da Terra.

Um aparelho cósmico Chang’e-3, com um veículo lunar Yutu (Coelho de Jade) a bordo, foi lançado do cosmódromo Xichang. Até meados de dezembro, o rover deverá pousar na superfície da Lua, fazer provas do solo e efetuar a prospecção de minérios. Numa etapa que se segue ao ano de 2020, para o satélite da Terra será enviado um astronauta chinês.

Crédito: EPA
Deste modo, a China passou a ser o terceiro país no mundo, após os EUA e a URSS, que lançou para a Lua um aparelho voador.

Não é por acaso que esse evento tenha tido cobertura informativa sem precedentes, sendo visto como uma prova convincente de a China ter se transformado numa potência global, capaz de suplantar, com o tempo, o seu maior concorrente - os EUA - tanto na vertente econômico-comercial, como no ramo espacial.

Pocuraremos concretizar o nosso sonho espacial que fará parte do nosso desígnio sobre o renascimento nacional”, disse na ocasião o diretor do centro de lançamentos, Zhang Zhenzhong. De notar que a tese sobre um “grande sonho chinês”, se tornou um elemento-chave do programa proposto pela nova direção política chinesa encabeçada pelo presidente Xi Jinping..

Atrasando-se dos ramos espaciais russo e norte-americano, Pequim, nas últimas duas décadas, tem investido na exploração do espaço recursos enormes, o que lhe permitiu dar um salto qualitativo e vir a ocupar o terceiro lugar na corrida espacial.

As informações sobre o lançamento do veículo lunar Yutu coincidiram com a notícia sobre a realização de mais um ambicioso projeto espacial asiático. A sonda espacial indiana Maangalyaan, destinada a explorar a superfície de Marte, abandonou a órbita circunterrestre e, no domingo passado, entrou na trajetória de vôo rumo ao Planeta Vermelho. Espera-se que a sonda possa entrar na órbita marciana em setembro de 2014.

No caso de êxito, a Índia será o primeiro país asiático a aderir ao clube de pesquisadores de Marte. Neste momento, ele integra os EUA, a Rússia e a Agência Espacial Européia (ESA). Vale lembrar que, em 2011, a China tentou realizar um projeto análogo, mas fracassou. Assim, apesar do atraso em relação à China, a Índia se colocou em frente do seu concorrente asiático na implementação do programa marciano.

A tendência está bem à vista: à medida que vai diminuindo um interesse por projetos ambiciosos das potências cósmicas tradicionais, a corrida espacial mundial se vai deslocando, devido aos esforços da China e Índia, para a Ásia. Um interesse cada vez maior em relação ao desenvolvimento de programas espaciais se deve não apenas aos imperativos econômicos, mas também ao surgimento de novas metas conducentes à consolidação do seu estatuto internacional.

Ora, quando se trata de programas espaciais, esses, para além de se relacionar ao desempenho técnico e cientifico, têm tido um porte político muito grande. Segundo a agência de notícias Xinhua, a China se disponibiliza a colaborar com outros Estados e, antes de mais nada, com a Índia, na área de pesquisas espaciais.

Além disso, se prevêem certas remodelações no mercado de tecnologias e serviços espaciais que dêem benefícios aos jogadores asiáticos. O projeto marciano da Índia se avalia em 72 milhões de dólares, sendo esse um valor seis ou sete vezes inferior face aos programas análogos que se realizam por veteranos do “clube espacial”. E este, sem dúvida, é mais um fator de peso que faz deslocar a corrida espacial para o continente asiático.

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