Este caso tornou-se um dos mais misteriosos de toda a história da ufologia, e que ainda intriga os especialistas no assunto: já se passaram décadas e nenhuma prova ou resposta concreta foram obtida de fato para elucidar este incidente australiano.
Leia:
Entre os casos mais curiosos de desaparecimento de pessoas já reportados, o desaparecimento do piloto amador Frederick Valentich, em 21 de outubro de 1978, continua a assombrar os especialistas em aviação e pesquisadores de OVNIs.
Valentich, como os documentos pertencentes à uma investigação do governo australiano mostram, tinha sido um entusiasta de OVNIs na época de sua morte. Quando ele voava do Estreito de Bass na noite de seu desaparecimento, ele tinha contatado o controle de tráfego aéreo de Melbourne descrevendo um objeto de luz esverdeada que estava o acompanhando, ocasionalmente se afastando, circulando sua aeronave e desempenhando outras manobras curiosas.
De acordo com as autoridades do Departamento de Transportes da Austrália, uma teoria seria a de que “Valentich ficou desorientado e viu suas próprias luzes refletidas na água, ou luzes de uma ilha vizinha, enquanto voava de cabeça para baixo“, como reportado na edição de 23 de outubro do Toledo Blade.
Porém, seria esta uma explicação plausível para o que aconteceu?
Sim, e não, de acordo com pilotos que examinaram o caso. Em resposta à uma discussão sobre o caso Valentich numa edição recente do The Gralien Report Podcast, várias opiniões foram enviadas por pilotos que analisaram o caso, resultando num número de diferentes opiniões a respeito da probabilidade da hipótese de Valentich estar voando ‘de cabeça para baixo’.
Duas das respostas foram bem completas, e estão apresentadas abaixo. A primeira foi apresentada por um ex-piloto da Marinha dos EUA:
- Como piloto, eu devo discordar. A razão deles possuírem instrumentos giroscópicos na cabine de voo (não somente uma bússola giroscópica, mas um indicador de inclinação e mergulho, e um horizonte artificial) é porque o aparelho humano pode ser facilmente confundido. Quando John (John-John) Kennedy voou seu Cessna para Long Island South, ele não sabia que estava fazendo uma curva aguçada, e pensando que estava voando de forma reta e nivelada, ele basicamente voou para dentro d’água. Há inúmeros casos de pilotos que estavam em situação física drasticamente diferente do que pensavam estar. O problema é que o piloto pensa que está voando de uma certa forma, e ele racionaliza essa atitude. Parte do treinamento para a avaliação de um instrumento, cujo treinamento eu participei e cujo grau adquiri, é o de deixar o instrutor pilotar o avião enquanto o piloto não está prestando a atenção no que o instrutor está fazendo. O avião é então colocado numa atitude anormal e o controle é retornado ao piloto com a instrução de que ele deve consertar a posição do aparelho. É impressionante que aquilo que a mente diz para o piloto que está acontecendo é o oposto ao que realmente está ocorrendo. O piloto, então, precisa olhar os instrumentos para determinar a atitude da aeronave, velocidade, altitude, etc., e tomar os passos necessários para retornar a aeronave a um voo equilibrado. Apesar de tal exercício nunca deixar a aeronave invertida, eu fiquei surpreso em ler relatos de pilotos estudantes ou pilotos licenciados em treinamento que colocavam o avião de ponta cabeça, pensando que estavam retornando a um voo normal. Seus erros, em cada caso, estava na interpretação errada dos instrumentos.
- Meu examinador de voo (o cara que testou minha proficiência e emitiu minha licença de piloto) tinha uma habilidade única. Ele mudava a atitude, velocidade e aceleração de forma tão sutil que você não percebia o que estava acontecendo. Uma vez ele deu o controle de voo de volta para mim com o nariz baixo (assim acelerando), a aceleração baixa (assim perdendo altitude) e numa curva de 45 graus para a esquerda. A primeira coisa que eu vi foi a baixa velocidade (se a velocidade for muito baixa, as asas param de voar e o avião cai), mas eu percebi que ele estava acelerando. Assim, ao invés de acelerar para ‘recuperar’, eu não mexi na aceleração, nivelei as asas e levantei o nariz. Voilá! (O examinador ficou impressionado.)
Oferecendo um ponto de vista alternativo, Ian, um instrutor de voo, compartilhou que a hipótese de Valentich estar voando de cabeça para baixo parece ser improvável:
- Sou um instrutor de voo com o Training Squadron 29. Parte de nosso curso inclui um período curto de voo invertido para a demonstração de como se sente durante um voo de cabeça para baixo, para fazer acrobacias, ou como parte de treinamento de recuperação de atitude anormal. Se você está invertido devido as acrobacias (ou atitudes anormais) você fez algum tipo de manobra severa que gera força G para chegar a isso. Não tenho certeza absoluta do tipo de aeronave [de Valentich], mas estou seguro que não era apropriada para acrobacia aérea e as asas seriam arrancadas. De outra forma, se você simplesmente virar de cabeça para baixo, você saberá. Você fica pendurado desconfortavelmente no seu assento, seguro somente pelo cinto de segurança. Não é um sentimento confortável. Mesmo se você sofrer de vertigem severa (uma situação mental debilitante que causa com que você perca todo o senso de ‘para cima’ e ‘para baixo’) você provavelmente ainda conseguiria descobrir rapidamente que esta de cabeça para baixo.
- Tivemos um caso há alguns anos onde um aluno e seu instrutor entraram em uma espiral invertida e tiveram que saltar. Eles abriram o ‘canopy‘ (teto da cabine) e desconectaram seus cintos de segurança antes de poderem pular para fora a aeronave e saírem em segurança. O que quero dizer é que mesmo fazendo um parafuso invertido em alta velocidade, a gravidade ainda agiu sobre eles. Eles estavam bem cientes de que estavam de cabeça para baixo.
- É possível que ele entrou em um parafuso mortal; uma situação onde o piloto (geralmente inexperiente ou que não tenha treinamento com instrumentos) entre em um parafuso descendente lento até o solo (o caso do JFK Jr. é um exemplo disso). Valentich tinha uma classificação de instrumentos de classe-4. Eu não sei qual é seu equivalente aqui nos EUA, mas se as condições eram propícias para ele se acidentar desta forma, eu acho que o governo australiano teria falado. Além disso, apareceria muito claramente no radar, pois ele estaria perdendo altitude rapidamente e fazendo uma curva.
- Uma vez mais, céticos propõem uma teoria sobre algo que eles não sabem nada a respeito.
É interessante escutar a opinião de indivíduos qualificados sobre o assunto, como novas evidências, ou pelo menos as novas interpretação apresentadas aqui podem nos ajudar a aprender novas coisas sobre os casos antigos. E ainda, o mistério do desaparecimento de Valentich permanece bem isso: misterioso, senão desconcertante.
Fonte: mysteriousuniverse.org
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Nota: Um fato intrigante sobre este caso é que, mesmo se Valentich não tenha sido abduzido pelo OVNI que alegou ter avistado, e ele realmente tenha se acidentado no oceano abaixo, assim como o caso do Voo 370 da Malaysia Airlines, nenhum destroço de sua aeronave foi encontrado; lembrando que ele voava por uma região da Austrália nem um pouco remota e seu voo iria cobrir somente 235 quilômetros.
Como sempre, para as autoridades qualquer explicação, por mais absurda e improvável que seja, é imediatamente aceita, contanto que não se mencione OVNIs na conversa.
A história completa do desaparecimento de Valentich pode ser lida neste link: http://ovnihoje.com/2011/01/03/o-desaparecimento-de-frederick-valentich-teria-ele-sido-levado-por-um-ovni
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Fonte: http://ovnihoje.com
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