Como sabemos a evolução, no ramo da biologia, é a mudança das características hereditárias de uma população de uma geração para outra. Este processo faz com que as populações de organismos mudem e se diversifiquem ao longo do tempo.
Veja:
Você não precisa fazer um teste em um site de curiosidades qualquer para saber se é parente de Napoleão ou de Jack, o Estripador. Eu posso te dizer agora: você é.
Todas as pessoas da Terra são relacionadas com, digamos, um rei africano, um arquiduque medieval ou um criminoso vitoriano notório. Na realidade, somos todos relacionados uns com os outros: todos os seres humanos compartilham pelo menos um ancestral comum, sendo esse ancestral Eva, Adão ou qualquer outra criatura.
Na verdade, se olharmos o suficiente para trás, além de sermos todos parentes, também somos parentes de todas as outras espécies vivas, incluindo as plantas e animais que “assassinamos” para comer todos os dias.
A humanidade, afinal, é apenas um ramo na grande árvore da vida, e há um ancestral comum entre eu, você e todos os seres da Terra.
Sendo assim, é compreensível que a evolução seja tão mal entendida, uma vez que as suas regras estão em vigor, pelo menos, desde que a vida começou no planeta, o que é muito tempo.
Apesar de a teoria ter sido proposta por Darwin em 1859, a evolução é algo que existe desde sempre e a geologia, a biologia, a antropologia, a datação por carbono e cada osso de dinossauro já encontrado proporcionam uma enxurrada ininterrupta de evidências que a comprovam.
Simplificadamente, o que sabemos é que:
• Genes, armazenados em cada célula, codificam as características dos seres vivos, como cor dos olhos, susceptibilidade a doenças e um zilhão de outras coisas que fazem de você, você;
• A reprodução envolve a cópia e a recombinação desses esquemas, o que é complicado, e erros acontecem;
• Os erros (mutações) são repassados no código genético para gerações futuras, como uma mancha em uma fotocópia que passará a existir em todas as cópias posteriores;
• Este código modificado pode (mas não sempre) produzir novas características em gerações sucessivas: um dedo extra, sangue mais fino, perna maior etc;
• Quando essas novas características são vantajosas (pernas longas em gazelas, por exemplo), organismos sobrevivem e se reproduzem a uma taxa mais elevada do que a média, e quando são desvantajosas (crânios frágeis em pica-paus), os organismos sobrevivem menos e se reproduzem a uma taxa mais baixa.
• Isso é apenas uma ideia geral do que significa “evoluir”, que não é sempre sinônimo de “melhorar” no que diz respeito a biologia, e sim de se “adaptar”. Conforme características vantajosas se tornam a norma dentro de uma população e características desvantajosas são eliminadas, cada tipo de criatura gradualmente se transforma para melhor se encaixar em seu ambiente.
Isso tudo acontece a um ritmo incrivelmente lento, o que torna difícil para as pessoas de compreender intuitivamente. Quando você só vive o suficiente para ver três ou quatro gerações - quase nada em termos de evolução -, quaisquer pequenas mudanças geracionais, como a humanidade ficar marginalmente mais loira ou mais alta, são diminuídas por diferenças nos membros entre qualquer geração.
Mas a evolução não precisa ser sempre lenta. A natural é, mas a artificial não. Nós fazemos “evolução” o tempo todo. Você já viu morangos em estado selvagem? São coisas tão pequenas que mal a vemos, a não ser que você seja um pássaro ou uma abelha. Nós criamos morangos para serem grandes e gordos permitindo que somente as sementes dos maiores e mais gordos morangos de cada geração se reproduzam. De forma semelhante, manipulamos quase todos os outros alimentos “naturais” que comemos hoje.
Os cães são ainda outro exemplo de evolução artificial: nós inventamos o cão, começando com os lobos e acelerando o processo natural da evolução através da seleção de reprodutores com características desejáveis, acentuando traços particulares em populações sucessivas. Poodles, rottweilers, labradores - são todos arte dos seres humanos, que usaram manualmente o mecanismo da evolução.
Você pode achar incrível, estranho, divertido ou mesmo impossível - não importa. Aconteceu, acontece e vai continuar acontecendo.
Chegamos ao ponto que aborda o título desse artigo. “Acreditar na evolução” não existe. A evolução existe, e você não precisa acreditar nela para isso.
Por que você tem dentes caninos afiados? Um apêndice? Pelo em seus braços? Se o seu corpo foi projetado para seu uso atual, há muita ineficiência em jogo, não? Se parece que estamos em processo de nos tornar menos “bestiais”, digamos assim, é porque estamos.
Então, se alguém lhe perguntar: “Você acredita em evolução?”, isso não é bem uma pergunta. É como questionar: “Você acredita em azul?”.
Fingir que a evolução é uma questão de fé pode ser uma maneira inteligente de jogá-la em uma falsa dualidade contra a religião. Ninguém que acredita em Deus ou qualquer outro ser questiona a existência das cores, da gravidade e de milhares de outros fenômenos físicos ou científicos de maneira geral. Por que questionar a evolução, então?
Pior, por que condená-la, enquanto comem seus morangos e levam seus cães para passear todos os dias?
Não há nenhuma razão para que as pessoas de fé rejeitem as montanhas de dados e evidências sobre a evolução. Conciliar é fácil: acredite, se você quiser, que Deus estabeleceu as regras da evolução entre as suas maravilhas, junto com as leis da física, da probabilidade e de tudo o mais que podemos ver e medir por nós mesmos. [theweek.com]
Fonte: http://hypescience.com
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