A história da mesopotâmia é marcada por uma sucessão de guerras e conquistas de um povo sobre o outro. Povos que de modo geral disputavam as melhores terras junto à rica planície dos rios TIGRE e EUFRATES,
além disso, seus exércitos realizaram expedições de roubo fazendo guerras para conquistar as riquezas dos adversários e submetê-los à escravidão.
Entre os principais povos que se estabeleceram na MESOPOTÂMIA destacam-se: os sumerianos, os acádios, os amoritas, (antigos babilônios), os assírios, os caldeus (novos babilônios), os hebreus, os hititas, os fenícios e os arameus, dentre outros.
Devemos aos mesopotâmicos vários elementos de nossa própriacivilização:
- - ano de 12 meses e a semana de 7 dias.
- - divisão do dia em 24 horas.
- - crença nos horóscopos e os doze signos do zodíaco.
- - hábito de fazer o plantio de acordo com as fases da Lua.
- - círculo de 360 graus.
- - processo aritmético da multiplicação.
Os Sumérios
*Estandarte sumério representando os grupos sociais. Na parte superior, o rei e sua corte. Nas duas partes inferiores pescadores, agricultores e o povo em geral.*
Entre os montes ZAGROS e o DESERTO DA ARÁBIA, correm dois rios caudalosos que desembocam no Golfo Pérsico: o Eufrates e o Tigre.
O vale que eles fertilizam é conhecido como MESOPOTÂMIA, designando-se Assíria a sua parte norte e Caldeia a sua parte sul. Na zona mais meridional da MESOPOTÂMIA onde antes desembocavam separados os dois rios foi que os sumérios se estabeleceram no quarto milênio antes de Cristo. Sua origem é desconhecida, mas parece que vieram do planalto da Ásia Central. Fundaram cidades como UR, NIPPUR, LAGASH, cada uma constituindo um pequeno estado, regido por um chefe religioso e civil chamado de patesi.
*Ur* |
*Nippur* |
*Lagash* |
Os sumérios tinham rebanhos bovinos, ovinos e praticavam agricultura para a qual haviam ideado um arado e uma semeadora puxados por bois. Em seu novo lar apreenderam como aumentar a produtividade natural do vale fluvial construindo canais de irrigação.
Aprenderam a construir suas aldeias em outeiros naturais ou artificiais, de modo a ficarem a salvo das águas de enchentes e terem maior segurança contra ataques. Por volta de 3.500 a.C., como sabemos por escavações feitas em UR, os sumerianos haviam atingido uma brilhante civilização.
Provavelmente sua cultura continuou a dominar a BAIXA MESOPOTÂMIA por mais de 1500 anos enquanto na BABILÔNIA reinava a dinastia de HAMURABI.
*A influência da arquitetura sumeriana pode ser vista atualmente no minarete (torre da Mesquita da Samarra no finado Iraque). Construído em 848, o minarete tem uma rampa exterior em forma de caracol que termina num pequeno templo.*
Uma acentuada evolução técnica chegou a caracterizar a vida das cidades sumerianas. Para edificar suas moradias tiveram que recorrer ao tijolo, material cujas possibilidades souberam aproveitar ao máximo e que deu uma fisionomia singular à arquitetura mesopotâmica; a pedra, porém costumavam a utilizá-la para esculpir estátuas de deuses e de reis, dos quais algumas eram de notável expressão.
Os sumérios desenvolveram um sistema de escrita que inicialmente se destinava ao registro da contabilidade dos templos. Os registros escritos eram necessários para a administração do rico patrimônio acumulado pelos templos através de oferendas religiosas, como escravos, rebanhos, terras. Os antigos agricultores sumérios enfrentaram muitas dificuldades. A principal delas era a escassez de chuvas. Para obter água, abriram canais de irrigação.
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"O pobre está melhor morto do que vivo.
Se tem pão, não tem sal,
Se tem sal, não tem pão,
Se tem carne, não tem cordeiro,
Se tem cordeiro, não tem carne."
Se tem pão, não tem sal,
Se tem sal, não tem pão,
Se tem carne, não tem cordeiro,
Se tem cordeiro, não tem carne."
A administração desses bens exigia que os sacerdotes mantivessem um controle preciso de operações como empréstimos de animais ou sementes, pagamentos aos construtores de barcos ou a comerciantes estrangeiros, relação de mercadorias vendidas, emprestadas e estocadas. Para manter esse controle a solução foi registrar por escrito as operações realizadas.
A escrita sumeriana foi desenvolvendo com o tempo e, por volta de 3000 a.C., passou a ser utilizada também no registro de textos religiosos, literários e de algumas normas jurídicas.
Originalmente, essa escrita feita na argila mole, com um estilete em "forma de cunha", o que determinou o formato dos sinais. Por isso a escrita sumeriana ficou conhecida como "cuneiforme"(em forma de cunha).
Sistema Político
Através da maior parte de sua história os sumerianos viveram numa frouxa confederação de cidades-estados, unidas unicamente para fins militares. À frente de cada uma estava um patesi, que acumulava as funções de primeiro sacerdote, comandante do exército e superintendente do sistema de irrigação. Ocasionalmente um desses governadores mais ambiciosos teria estendido seu poder sobre certo número de cidades a assumindo o título de rei. No entanto foi só na época de DUNGI, mais ou menos 2300 a.C., que todos os sumerianos se uniram sob a autoridade única de um chefe de sua nacionalidade. Dungi que, em longo reinado de cinqüenta e oito anos sabiamente dirigiu o trabalho de restabelecer a vida civilizada na Suméria e na Acádia. Infelizmente, porém, viu-se ele envolvido em guerras estrangeiras em que desgastaram as forças do império. Este por fim foi destroçado pelos amoritas do norte e os elamitas do leste e a capital Ur, sofreu total destruição. O enfraquecimento político dos sumerianos, decorrentes da desunião, permitiu que povos semitas vindos do norte da cidade de ACAD, invadissem a região.
*Esta foto nos mostra um bloco de argila com exercícios de matemática, 1.700 a.C. Exercícios como esse eram ensinados nas escolas sumerianas preparando os jovens escribas que futuramente iriam redigir contratos e calcular a produção agrícola.*
Economia
Os sumerianos possuíam um sistema econômico muito simples, e dava importância aos empreendimentos individuais do que geralmente se concebiam no Egito.
A terra não era propriedade cimente do rei, nem a atividade comercial, nem industrial era monopólio governamental. As massas populares não tinham quase nenhum patrimônio como também propriedades.
A escravidão não era uma instituição importante, muitos dos que eram considerados escravos não passavam na realidade de servos que haviam hipotecado sua pessoa por dívida.
A agricultura era o principal interesse econômico da maior parte da população, sendo os sumerianos excelentes lavradores. Devido ao seu conhecimento de irrigação, conseguiram farta colheita de flutues e também de cereais. Sendo a terra divididas em grandes latifúndios que achavam nas mãos dois governadores, dos padres e dos oficiais do exército, o cidadão médio ou era rendeiro ou um servo. No comércio estava a segunda parte da riqueza sumeriana. Em todas as transações comerciais maiores, serviam como dinheiro, barras ou lingote de ouro e de prata, sendo a unidade-padrão de trocas um círculo de prata de valor de aproximadamente dois dólares ao câmbio moderno.
Os sumerianos eram muito religiosos consideravam o culto a seus deuses a principal função a desempenhar na vida. Quando interrompiam as orações, deixavam estatuetas de pedras que os representavam diante dos altares para rezarem em seu nome.
*Pedaço de argila sumeriana com registro das rações diárias em pictogramas*
Dentro dos templos havia oficinas para artesãos, cujos produtos contribuíram para a prosperidade da SUMÉRIA. Os sumerianos acreditavam num dado número de deuses, tendo cada um deles uma personalidade distinta com atributos humanos. Podemos citar alguns deuses: ISTAR, a deusa do princípio feminino da natureza, SHAMASH, era o deus do sol, dava o calor, luz em beneficio do homem, mas também podia mandar seus raios abrasadores para secar o solo e as plantas. O dualismo religiosos, envolvendo a crença em divindades inteiramente separadas do bem e do mal, só aparece na civilização muito depois.
*Os sumérios utilizavam sua escrita cuneiforme para identificar suas estátuas e seus significados. Esta estátua, segundo a escrita, representa Gudea, rei da cidade de Lagash, por volta de 2150 a.C.*
Os sumerianos destinavam sua religião exclusivamente a este mundo e não ofereciam qualquer esperança à outra vida, não partejavam a mumificação e nem construíram túmulos complicados. Os mortos eram enterrados sob o piso da casa sem caixão.Os sumerianos não realizavam grades coisas nas atividades intelectuais.
Sua grande realização, no entanto, foi a escrita que esta destinada a ser usada durante milhares de anos depois do desaparecimento de nação. Na matemática, descobriram o processo de multiplicação e divisão a até a raiz quadrada e cúbica. Seu sistema de numeração, pesos e medidas, era duodecimal, com o número sessenta como unidade mais comum. A astronomia era pouco mais que astrologia e a medicina, um curioso misto de ervaria e magia. O receituário dos médicos consistia principalmente em feitiços para exorcizar os epítetos maus e acreditavam serem causas das doenças.
Toda a história dos sumerianos foi coalhada de invasões, guerras e criação de impérios. Uma razão dessas guerras - por paradoxal que possa parecer - era a de que o país reclamava paz, porque as riquezas do delta dependiam da cooperação no trabalho de irrigação e a guerra interrompia essa cooperação. Eis por que os governantes de pequenos reinos procuravam aumentar seus domínios a fim de torná-los mais seguros; para fazê-lo, porém, parece que achavam que deviam levar a guerra aos reinos vizinhos.
Como artistas os sumerianos, destacaram-se nos trabalhos com metal, na lapidação de pedras preciosas e esculturas. Os edifícios característicos da arquitetura sumeriana é o ZIGURATE, depois de muito copiado pelos povos que se sucederam na região, era uma construção em forma de torre composta por sucessivos terraços e encimada por pequeno templo.
A educação estava nas mãos dos sacerdotes e assim sua influência era culminante sobre e a vida intelectual total da nação. Nas escolas dos templos, ensinavam aos estudantes o complicado sistema de escrita. Também se ensinava a matemática e ainda a língua sumeriana e semítica.
*Nabus, deus dos escribas e da agricultura mesopotâmica.*
Os estudantes que desejassem podiam continuar em estudos mais especializados, visando a profissão como medicina, o sacerdócio e a arquitetura. Na literatura, constituída principalmente pelos poemas e narrativas épicas, destacam-se duas obras sumerianas: a Epopéia de Gilgamés a mais antiga narrativa sobre o dilúvio e o Mito da Criação.
Na primeira, Gilgamés é apresentado como rei de Uruk que busca a imortalidade, acompanhado em suas aventuras por Enkidu. Em uma de sua passagens, o poema assemelha-se intensamente a posterior descrição do dilúvio no Antigo Testamento, não deixando dúvida alguma de que autores do Gênesis ali se inspiraram. No poema sumério, o herói é Utanapishtim, enquanto no Gênesis é Noé.
"quando chegou o sétimo dia, soltei um pombo
o pombo partiu, mas regressou em seguida
deu um vôo curto, pois não encontrou lugar seguro para pousar
Depois soltei uma andorinha.A andorinha partiu, mas logo regressou.
Mandei soltar um corvo que,
vendo que as águas tinham descido,
come, descreve um circulo e não regressa."
Já o mito da criação narra a origem do mundo, através do mito do Marduk,
deus da Babilônia, que cria o céu e a terra, os astros e o homem para servir
aos deuses.”
Existe na Babilônia uma maravilhosa lenda que conta a façanha do gigante GILGAMESH. Inúmeros poetas contribuíram para a criação dessa lenda, mas seus nomes foram perdidos na noite dos tempos. Gilgamesh, há séculos, reinava na cidade de URUK, e quis forçar seu povo a construir uma gigantesca muralha fortificada ao redor da cidade. Assuntados com esse trabalho, muito fatigante para as forças humanas, seus súditos imploraram a ajuda dos deuses.
Os deuses os ouviram: a deusa Ishtar lhes enviou Enkidu, seu protegido que vivia só nos fundos das florestas de cedros, entre os animais selvagens. Enkidu deveria desafiar o gigante para um combate singular, onde mataria, mas os dois adversários, contrariando o desígnio da deusa, tornaram-se amigos. Juntos organizaram harmoniosamente o mundo, livrando-o dos monstros que ameaçavam a espécie humana.
*Placa sumeriana com escrita cuneiforme.*
Um dia Enkidu levou seu companheiro para visitar Ishtar. Esta, descobrindo que lhe a tinha abandonado por Gilgamesh, tentou seduzir o gigante. Este, porém, sabia que todo aquele que amasse a deusa estava destinado a morrer e por isso repeliu suas seduções. Despeitada, Ishtar fez Enkidu morrer leproso e afligiu Gilgamesh com o mesmo mal.
Os Acádios
As cidades sumerianas ocupavam as melhores terras da MESOPOTÂMIA. Por esse motivo atraíram a atenção dos acádios povos que habitavam a cidade de ACAD, esses povos estabeleceram ao norte dos sumérios, fundando algumas cidades, vindo ACADÉ a ser a mais importante.
Ali reinaram, pouco depois, o rei SARGÃO, e seu neto NARAM-SIN, conquistaram um vasto império englobando todos os povos da CALDEIA, o ELÃ - no extremo ocidental da meseta do IRÃ - seria a Alta Mesopotâmia, até chegar à Ásia Menor.
Por volta de 2.500 a.C.; os acádios dominaram as cidades dos sumérios. Nas batalhas, os acádios utilizaram o arco e a flecha, mostrando-se mais rápidos e eficientes que a infantaria (tropa que luta a pé) armada com pesadas lanças e escudos. Comandados por SARGÃO I, os acadianos conquistaram e unificaram as cidades sumerianas, fundaram o primeiro império mesopotâmico que expandiu desde o Golfo Pérsico até as regiões de AMORRU e da ASSÍRIA.
Sargão foi um homem notável que se ergueu da humilde posição de copeiro para tornar-se o primeiro dos construtores do império semita. Era conhecido como o "soberano dos quatros cantos da terra". Ao mesmo tempo, o Império Acadiano incorporou a cultura sumeriana, com destaque para os registros da nova língua semítica em caracteres cuneiformes. Estendeu seus domínios sobre os assírios, invadiu as Montanhas Zagros para leste e chegou mesmo a alcançara a Ásia Menor, a Síria, assim como a conquistar terras da Suméria e tornar a influência semítica, ali mais forte do que nunca. Por suas conquistas Sargão obteve o controle das regiões de grande riqueza mineral e comercial que pretendiam organizar como partes de seu império.
A unidade do Império Acádio durou pouco. Revoltas interferiram nos planos de Sargão I e seus sucessores não foram capazes de manter o império.
O sistema político acadiano era centralista na pessoa do rei, a ponto de tornar-se divinizado. Com a morte de Sargão seguiu uma nova dinastia que se estabeleceu na cidade de UR, unificando acádios e sumérios. Nesta época - 2050 a l950 a.C.,- a região começou a sofrer a invasões e apesar dos sistemas de fortificações construídos ao longo do rio Eufrates, não foi possível evitar a penetração dos cananeus e o desmembramento do Império Acádio, isso ao redor de 2100 a.C., permitindo breve re-erguimento de algumas das cidadesestados sumerianas, como UR.
*Um exemplo de beleza da arte mesopotâmica*
A antiga Mesopotâmia sempre foi alvo da disputa entre povos que se sucederam no controle da região, e o principal motivo da luta era a importante riqueza para aqueles que descobriram a agricultura: a água dos rios Tigre e Eufrates. Passados mais de 5 mil anos, a região continua sendo palco de guerras; na atualidade a invasão do Iraque e o foco do conflito sem dúvida é outra riqueza natural: o petróleo, tão valioso para as sociedades industrializadas quanto a água para as teocracias de regadio.
Desde o início da década de 1990 o Iraque país que ocupa a região situada entre os rios Tigre e Eufrates envolveu-se em conflitos com países vizinhos como o Kuwait e outras nações especialmente os Estados Unidos.
Além das trágicas perda humanas, essas guerras e essa invasão do Iraque arbitrária acarretam outros prejuízos também irreparáveis: a destruição de sítios arqueológicos e vestígios dos antigos povos da Mesopotâmia, importante material de estudo que nos auxilia a compreender o modo de vida da antigüidade. É lamentável ainda, perceber que, em pleno século XXI, interesses econômicos, mentiras da "inteligência" e demonstrações de "forças" de alguns países que querem ser os donos da verdade e a polícia do mundo, ainda sobrepõem à vida e à história.
Os Cassitas
Os Cassitas eram, segundo parece, de raça indo-européia, embora seja possível que, como os hicsos, constituíssem um conglomerado heterogêneo em que os indo-europeus seriam apenas os donos da situação. Os Cassitas eram bárbaros e não demonstraram nenhum interesse pelas realizações culturais de seus predecessores. A sua única contribuição foi a introdução do cavalo no Vale do Tigre e do Eufrates.
O certo é que, pouco depois do reinado de HAMURABI, os cassitas - unidos talvez aos hititas - apareceram na Mesopotâmia e a percorreram em rápidas conquistas. Muitos deles permaneceram ali, tais como soldados mercenários; mas por volta de 1769 a.C., um grupo de cassitas se apoderou do poder e fundou uma dinastia que se radicou na Babilônia e dominou a região durante quase dois séculos. Os cassitas quando viam algo que desejavam não hesitavam em lutar por isso. Assim esses viris montanheses tornaram-se os novos senhores da Babilônia. A história desse período é pouco significativa e não se conhece muito bem. Os cassitas assimilaram prontamente a civilização babilônica e não introduziram nela alterações importantes, motivos por que o aspecto do país pouco mudou durante o tempo de sua dominação. Não foi uma brilhante era, mas o comércio continuou a ter importância e são conhecidos as relações que a Babilônia teve naquela altura com todos os estados da época. Finalmente, ante a violência da agressão dos assírios, a Mesopotâmia Meridional caiu em poder deste povo que estava destinado a impor sua hegemonia sobre uma vasta extensão do Mundo Antigo. Governaram a Babilônia por quase seis séculos, mas nunca seu domínio foi tão grande como os anteriores de Sargão e Hamurabi.
*A famosa cidade de Uruk é um testemunho da melhor arquitetura do quarto milênio a.C. e sua descoberta tem revelado objetos de arte de valor incalculável.*
Amorritas ou Babilônicos
Vindo do deserto Arábico por volta de 2000 a.C., o povo amorita, também conhecido como babilônico, chegou a Mesopotâmia e estabeleceramse na Babilônia. Por isso os Amoritas ficaram conhecidos como babilônicos. Dali governaram um vasto império que ultrapassou os limites do que tinham logrado formar Sargão e Naran-sin: organizaram com prudência e firmeza.
As características mais importante dos dominadores da Babilônia consistiu em saberem assimilar prontamente a civilização cujas bases tinham sido lançadas pelos sumérios. Sua técnica arquitetônica, suas invenções para o controle das inundações, sua escrita, suas indústrias, tudo foi aproveitado pelos babilônios e desenvolvidos até em grau notável de progresso.
A cidade cuja, divindade protetora chamava-se MARDUC, e possuía notáveis templos, cobriu-se de construções belíssimas e se tornou centro importante de atividades de toda a sorte. Ali reinou entre 2133 a 2081 a.C., um rei chamado HAMURABI que passou a história como um dos grandes codificadores da Antiguidade.
Hamurabi decidiu ampliar seus poderes políticos e econômicos na região e chefiando os amoritas, venceu os povos vizinhos e expandiu os domínios babilônicos por toda a Mesopotâmia, desde o Golfo Pérsico até o norte da Assíria. Com efeito, Hamurabi mandou recopilar os diversos dispositivos que regiam a vida civil e ordenou que fossem gravados em pedra para que todos os povos submetidos a sua autoridade os conhecessem. Esses dispositivos foram, na realidade, os primeiros códigos jurídicos, com leis escritas que se conhece: O CÓDIGO DE HAMURABI. Esse Código, que continha 282 artigos e 3600 linhas de texto, legislava sobre questões penais e dividia a sociedade em três classes: homens livres, subalternos e escravos. O Código de Hamurabi foi encontrado por arqueólogos em 1901, na cidade de Susa e acha-se atualmente no Museu do Louvre em Paris.
Hamurabi exorta o juiz a ser imparcial. O falso testemunho era severamente castigado. Quando se acusava alguém de homicídio ou de magia, o acusado deveria dar provas de sua inocência submentendo-se a experiência da água (nesta prova o réu era atirado ao rio) e, se não sobrevivesse, estaria cumprida a sentença.
Segundo as leis de Hamurabi, "os ladrões e seus colaboradores pagariam seus feitos com a vida na maior parte dos casos, às vezes eram cortadas as mãos e em outras era exigida uma indenização que não excederia 30 vezes o valor dos bens roubados". "Aquele que acusava falsamente alguém de haver participado em um roubo devia ser entregue á morte". “Era enterrado no lugar da violência."
"Se alguém penetra com violência em uma casa, deve morrer. "Se alguém coloca fogo em uma casa e um dos que ajudaram a apagar o incêndio olha com cobiça o que possui o proprietário da casa e toma alguma coisa, deve ser jogado ao fogo".
"Um soldado que não cumpre seu dever e retrocede diante do inimigo devia ser condenado à morte, e aquele que o denuncia podia apropriar-se da casa do covarde".
"A esposa que odeia seu marido e diz: tu não és meu marido, deve ser lançada ao rio com pés e mãos amarrados, ou ser jogadas do alto da torre do recinto".
Um exemplo de expansão e unificação política da Mesopotâmia ocorreu por volta de 1763 a.C., sob o governo de Hamurabi, rei babilônico que consolidou seu poder tomando medidas marcantes em diferentes aspectos sociais. Impôs o deus babilônio Marduk aos povos vencidos e repartiu a propriedade da terra entre o Estado, templos e os particulares. Consagrou a divisão da sociedade em três grandes categorias:
- os awilum, homens livres de elevada posição (sacerdotes, grandes proprietários, ricos comerciantes) a quem as normas jurídicas conferiam tratamento privilegiado.
- os mushkenum, homens livres de média posição que trabalhavam como servidores dos palácios, artesãos ou pequenos comerciantes.
- os escravos, prisioneiros de guerra ou homens livres que não conseguiam pagar suas dividas e se tornavam propriedade do credor. Normalmente, a escravidão por dívida durava certo período, estipulado pelo juiz da questão.
*O mercado nupcial babilônico, quadro do século XIX de Edwin Long, cuja decoração foi baseada nos relatos de Heródoto.*
Na Babilônia existia um exercito regular cujos guerreiros recebiam como pagamento pequenos lotes de terras. Nas épocas das guerras os camponeses eram obrigados a prestar o serviço militar, o que os afastava da produção de alimentos. Essa circunstância acabava por arruiná-los, levando-os muitas vezes, a contrair empréstimos, que não podiam pagar, tornando-se então muitas famílias devedores escravizados, cujo número aumentava sempre.
Os sucessores de Hamurábi lutaram contra vários povos asiáticos (cassitas e hurritas). Em 1513 a.C., a Babilônia foi tomada pelos hititas, terminando assim o 1º Império Babilônico. Até 1137 a.C a Babilônia foi
dominada por vários povos, mas conseguiu sua independência sob a liderança de Nabucodonosor. Após sua morte a Babilônia caiu sob o domínio dos Assírio.
Fonte: A Mesopotâmia e Seus Povos (João Lourenço da S. Netto)
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