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23/02/2013

Zecharia Sitchin - A Escada Para o Céu: CAP. 9 - O Local de Aterrisagem

As ruínas do maior templo romano de que se tem notícia não estão em Roma, mas nas montanhas do Líbano. Elas incluem um grandioso templo de Júpiter, o mais imponente da Antiguidade dedicado a um único deus.

Ao longo de quatro séculos de dominação romana, muitos governantes esforçaram-se para glorificar esse remoto e antigo local, e nele erigiram estruturas monumentais. Generais e imperadores o procuraram em busca de oráculos, tentando descobrir o que lhes reservava o futuro. Os legionários faziam o possível para ficarem acampados em suas imediações. Os devotos e curiosos iam até lá para vê-lo com seus próprios olhos, pois o templo era uma das maravilhas do mundo antigo.

O primeiro europeu a trazer notícias sobre a existência dessas ruínas foi Martin Baumgarten, que chegou a elas em janeiro de 1508, e, daí em diante, ousados viajantes, arriscando até a vida, foram passando mais informações a respeito do local. Em 1751, Robert Wood, um desses aventureiros, e o artista James Dawkins, que o acompanhou na viagem, restauraram parte da antiga fama do lugar quando o descreveram em palavras e esboços.

  • "Quando comparamos as ruínas... com as de muitas cidades que visitamos na Grécia, Egito e outras partes da Ásia, não podemos evitar considerá-las como os restos do mais ousado projeto que já foi tentado na arquitetura."

De fato, em certos aspectos, ele era ainda mais ousado do que as grandes pirâmides do Egito. O local ao qual Robert Wood tinha chegado era um panorama onde o topo da montanha, os templos e o céu se combinavam num cenário único.

O local fica nas montanhas do Líbano, onde elas se separam pata formar um vale fértil e plano entre a cadeia do "Líbano" a oeste e a cadeia do "Anti-Líbano" a leste, ponto onde dois rios, conhecidos desde a Antiguidade, o Litani e o Orontes, começam a correr para o Mediterrâneo. Os imponentes templos romanos foram construídos sobre uma vasta plataforma horizontal, artificialmente criada a uma altitude de 1200 metros acima do nível do mar.

O recinto sagrado era cercado por uma muralha que servia tanto de muro de arrimo para conter a terra amontoada como para proteger e encobrir o complexo de edificações. A área fechada, num formato mais ou menos quadrado, com lados de cerca de 800 metros, media mais de 465 mil metros quadrados.

Situado de modo a dominar as montanhas a sua volta e os acessos ao vale tanto no norte como no sul, a área sagrada tinha o canto noroeste deliberadamente cortado num ângulo reto, como se nota na vista aérea contemporânea.

Essa parte eliminada criava uma área oblonga, que ampliava a visão de quem estava na área norte, olhando na direção oeste. Era nesse canto especialmente concebido que ficava o mais grandioso templo já construído em honra de Júpiter, com algumas das mais altas (20 metros) e maiores (2,30 metros de diâmetro) colunas da Antiguidade. Essas colunas suportavam uma estrutura elaboradamente decorada (a "arquitrave") com 5 metros de altura, sobre a qual ficava um telhado inclinado, aumentando ainda mais o pináculo de edificação.

O templo em si ocupava apenas a seção mais ocidental (e mais antiga) do santuário constituído de quatro partes, cuja construção, acredita-se, foi iniciada pelos romanos assim que ocuparam a região em 63 a.C. 


Arranjados ao longo de um eixo leste-oeste ligeiramente inclinado, ficavam, primeiro, urna entrada monumental (A), compreendendo urna grandiosa escadaria e um pórtico elevado, suportado por doze colunas, com nichos para abrigar as estátuas dos doze deuses do Olimpo. Depois de passarem pela entrada, os devotos entravam num pátio (B) em forma hexagonal, caso único na arquitetura romana. Por ele atingia-se um segundo pátio (C), dominado por um altar de proporções monumentais, com cerca de 18 metros de altura, partindo de urna base quadrada, com 23 metros de lado. A oeste desse pátio ficava a casa do deus propriamente dita (D). De medidas colossais, 91,50 por 53,40 metros, ela se apoiava num pódio, que, por sua vez, elevava-se 5 metros acima do segundo pátio, ficando, portanto, 13 metros acima do nível da plataforma básica. Era devido a essa soma de alturas que as imensas colunas, arquitrave e telhado formavam em seu conjunto um verdadeiro arranha-céu da Antiguidade.

Desde a escadaria monumental na entrada até a última parede na parte oeste do aterro, o santuário tinha mais de 300 metros de comprimento e com esse fabuloso tamanho parecia tornar pequeno um grande templo no seu lado sul (E), dedicado a uma deidade masculina, que alguns afirmam ter sido Baco, mas que, mais provavelmente, seria Mercúrio. Mais a sudeste, havia um pequeno templo redondo (F), onde Vênus era venerada. Urna expedição arqueológica alemã, que explorou a área e estudou sua história por ordem do Kaiser Guilherme II logo depois de ele ter feito uma visita às ruínas em 1897, conseguiu reconstituir a disposição do recinto sagrado, dando-nos uma visão artística de corno pareceria o complexo de templos, escadarias, pórticos, portões, colunas, pátios e altares no tempo dos romanos.

Urna comparação com a famosa Acrópole de Atenas nos dá uma boa idéia da escala de tamanho dessa plataforma libanesa e seus templos. O conjunto grego está situado num terraço em forma de navio com menos de 300 metros de comprimento e cerca de 122 metros no seu ponto mais largo. O impressionante Partenon, o templo de Atena, que ainda domina a área antes sagrada e toda a planície de Atenas, tem cerca de 70 por 30 metros, o que o torna menor ainda do que o templo de Baco/Mercúrio do Líbano.


Tendo visitado as ruínas libanesas, o arqueólogo e arquiteto sir Mortimer Wheeler escreveu, há cerca de vinte anos:

  • "Os templos... não devem nada de sua qualidade a materiais mais modernos como o concreto. Eles apóiam-se passivamente sobre as maiores pedras já vistas no mundo e algumas de suas colunas são as mais altas da Antiguidade... Temos aqui o último grande monumento... do mundo helênico".
     
Sim, Wheeler só poderia atribuir tanta magnificência ao mundo helênico, pois não existe motivo para qualquer arqueólogo ou historiador acreditar que os romanos construiriam uma obra tão colossal numa região remota de uma província pouco importante. Os romanos só "adaptaram" um lugar sacramentado pelos gregos que os precederam. Os deuses romanos aos quais os templos eram dedicados - Júpiter, Vênus e Mercúrio - eram os deuses gregos Zeus, sua irmã Afrodite e seu filho Hermes (ou Dioniso, no caso de o templo menor ter sido dedicado a Baco).

Os romanos consideravam o local e seu grande templo como o máximo de comprovação da supremacia e poder de Júpiter. Chamando-o de Iove (eco do hebraico Yehovah?), gravaram no templo e em sua principal estátua as iniciais divinas IOMH - de Iove Optimus Maximus Heliopolitanus: O Ótimo e Máximo Júpiter, o Heliopolitano.

Esse título de Júpiter se originava do fato de que, embora o grande templo ser dedicado ao Deus Supremo, o lugar em si era considerado como local de repouso de Hélio, o deus do Sol, que costumava atravessar o firmamento em seu carro flamejante. Essa crença foi transmitida aos romanos pelo gregos, dos quais também adotaram o nome do lugar: Heliópolis. Não se sabe por que os gregos deram esse nome ao local; alguns historiadores sugerem que foi por escolha de Alexandre, o Grande.

No entanto, a veneração do local devia ser ainda mais antiga e fundamentada, pois incentivou os romanos a glorificá-lo com o maior dos seus monumentos e lá procurarem oráculos para saber sobre seu destino. Como, senão assim, explicar o fato de que, "em termos de simples medidas, peso de pedras, dimensão dos blocos e quantidade de entalhes, esse recinto não tinha rivais no mundo greco-romano" (John M. Cook em The Greeks in Ionia and the East).

Na verdade, o lugar e sua associação com certos deuses remetem a tempos muito anteriores. Os arqueólogos acreditam que pelo menos seis outros templos foram construídos sobre a plataforma antes da época dos romanos. E não resta dúvida de que quaisquer que tenham sido os santuários que os gregos erigiram no local, eles - como os romanos que os seguiram - apenas erigiram edificações sobre fundações já existentes, tanto em termos físicos como religiosos. Zeus (Júpiter para os romanos), devemos lembrar, chegou a Creta vindo da Fenícia (o atual Líbano), atravessando o Mediterrâneo a nado depois de ter raptado a bela filha do rei do Tiro. Afrodite também chegou à Grécia vinda da Ásia ocidental. E o inquieto Dioniso, ao qual o segundo templo (ou um outro na região) era dedicado, vindo das mesmas terras da Ásia ocidental, levou para a Grécia a uva e os segredos da fabricação de vinho.

Ciente das raízes muito antigas da veneração do local, o gramático e astrônomo romano Macróbio (Ambrosius Macrobius Theodosius) esclareceu seus compatriotas com as seguintes palavras (Saturnalia I, Capítulo 23):

Os assírios também adoram o Sol sob o nome de Júpiter. Chamam-no de Zeus
Helioupolites e conduzem importantes ritos na cidade de Heliópolis...
O fato dessa divindade ser ao mesmo tempo Júpiter e o Sol manifesta-se tanto na
natureza de seu ritual como na sua aparência externa...
Para evitar que alguém, tentando argumentar, comece a citar uma lista de
divindades, explicarei o que os assírios acreditam sobre o poder do seu deus do
Sol. Eles deram o nome de Adad ao deus que veneram como o maior e mais alto...

O poder que o local exerceu sobre as crenças e a imaginação das pessoas ao longo de milênios também se manifestou na história do recinto sagrado depois da veneração romana. Quando Macróbio escreveu o texto acima, por volta do século V, Roma já era cristã e o local fora alvo de uma destruição fanática. Assim que Constantino, o Grande (306-337 d.C.) converteu-se ao cristianismo, mandou parar todas as obras adicionais no santuário e começou a transformá-lo num templo cristão. Em 440, de acordo com um cronista:

  • "Teodósio destruiu os templos dos gregos; transformou numa Igreja Católica o templo de Heliópolis, aquele de Baal-Helios, o grande Sol-Baal do famoso Trilithon".

O imperador Justiniano (527-565) aparentemente levou alguns dos pilares de granito vermelho para Constantinopla, a capital bizantina, para lá construir a Igreja de Santa Sofia. Esses esforços para cristianizar o lugar sagrado encontraram repetidamente uma oposição armada por parte da população local.

Quando os muçulmanos conquistaram a área em 637, converteram os templos romanos e igrejas cristãs erigidos sobre a imensa plataforma num enclave maometano. Onde antes Zeus e Júpiter tinham sido adorados, construiu-se uma mesquita para Alá.

Os estudiosos modernos tentaram lançar mais luz sobre essa milenar adoração do lugar analisando os indícios arqueológicos em suas imediações. O principal desses sítios arqueológicos é Palmira (a bíblica Tadmor), antigo centro de reunião de caravanas na rota entre Damasco e a Mesopotâmia. Como resultado desses estudos, eruditos como Henry Seyrig (La Triade Héliopolitaine) e René Dussaud (Temples et Cultes Héliopolitaines) concluíram que naquela região uma Tríade básica fora adorada ao longo dos milênios, sendo seu membro principal um Deus do Raio e os dois outros, uma Donzela Guerreira e um Condutor do Carro Celestial.

Esses e outros eruditos ajudaram a estabelecer a conclusão agora geralmente aceita de que a tríade greco-romana originou-se de crenças semitas anteriores que, por sua vez, baseavam-se no panteão sumério. A mais antiga tríade de que se tem registro era, tudo indica, chefiada por Adad, que recebeu de Enlil - o principal deus da Suméria - "as montanhas do norte". O membro feminino da trindade era Ishtar.

Depois de visitar a área sagrada, Alexandre mandou cunhar uma moeda em honra de Ishtu/Astarte e Adad, onde seu nome (Alexandre) aparece escrito em fenício-hebraico. O terceiro membro da tríade era o Condutor do Carro Celestial, Shamash, o "comandante dos astronautas pré-históricos". Os gregos o honraram sob o nome de Hélio, erigindo uma colossal estátua no alto do templo principal do recinto sagrado, que o mostra conduzindo uma quadriga.

Para eles, sua rapidez era demonstrada pelos quatro cavalos que puxavam o carro. Já os autores do Livro de Henoc sabiam melhor das coisas, pois diziam:

  • "O carro de Shamash era impulsionado pelo vento".

Examinando as tradições e crenças gregas e romanas, acabamos voltando à Suméria. Seguindo os passos de Gilgamesh em sua busca da imortalidade, retornamos à Floresta de Cedros, onde ficava a "Encruzilhada de Ishtar". Lembremo-nos de que, embora estivesse em território de Adad, Gilgamesh foi informado de que o lugar também ficava sob a jurisdição de Shamash. Assim temos a tríade original: Adad, Ishtar e Shamash.

Será que descobrimos o Local de Aterrissagem?

Praticamente nenhum estudioso moderno nega que os gregos conheciam as aventuras épicas de Gilgamesh. Em sua "investigação sobre as origens do conhecimento humano e sua transmissão através dos mitos", intitulada Hamlet's Mill, Giorgio de Santillana e Hercha von Deschend salientaram que "Alexandre foi uma verdadeira réplica de Gilgamesh". Porém, antes mesmo do rei da Macedônia, segundo os contos históricos de Homero, Odisseu (Ulisses) já seguira passos similares. Tendo naufragado depois de viajarem até a morada de Hades no Mundo Inferior, ele e seus homens chegaram a um lugar "onde comeram o gado do deus do Sol", e por isso Zeus matou todos os marinheiros. Sozinho, Odisseu vagou pelo mundo até chegar à ilha Ogígia - um lugar remoto, dos tempos antediluvianos. Lá, a deusa Calipso, "que o manteve numa caverna e o alimentava, quis que ele se casasse com ela; se Odisseu aceitasse, Calipso o tornaria imortal para que nunca envelhecesse". No entanto, Odisseu rejeitou essas investidas amorosas, tal como Gilgamesh um dia recusara o amor de Ishtar.

Henry Seyrig, que na qualidade de diretor de Antiguidades da Síria dedicou toda sua vida ao estudo da imensa plataforma e seu significado, descobriu que nela os gregos costumavam realizar "ritos de mistério, onde uma Outra Vida era representada como a imortalidade para os humanos; a identificação com a deidade era obtida pela ascensão da alma". Os gregos, concluiu Seyrig, de fato associavam o lugar com os esforços humanos para alcançar a imortalidade.

Então, seria esse o lugar para onde Gilgamesh dirigiu-se em sua primeira viagem com Enkidu - a Crista de Zafon, de Baal?

Para uma resposta definitiva, analisemos primeiro os aspectos físicos da plataforma. Inicialmente descobrimos que os gregos e romanos construíram seus templos sobre uma área pavimentada que já existia há muito tempo - uma plataforma construída com grandes blocos de pedra, tão ajustados uns aos outros que ninguém, até hoje, foi capaz de entrar nela para estudar suas câmaras, túneis, cavernas e outras subestruturas ocultas.


Os estudiosos afirmam que essas estruturas subterrâneas existem porque outros templos gregos possuíam grutas e adegas secretas sob seus pisos. Além disso, Georg Ebers e Hermann Guthe, em sua obra Palestina in Bil und Wort (em inglês Picturesque Palestine), publicada há um século, relataram que os árabes da região entravam nas ruínas pelo "canto sudeste, através de uma longa passagem abobadada, como um túnel, sob a grande plataforma".


  • "Duas dessas grandes passagens correm paralelas, de leste a oeste, e são ligadas por uma terceira, que corre no sentido norte-sul, e forma ângulos retos com elas:"
Assim que os dois autores entraram num túnel, viram-se envoltos por uma total escuridão, só quebrada aqui e ali por luzes estranhas e esverdeadas, que entravam por "janelas trançadas", incomuns. Ao emergirem do túnel de 140 metros, eles perceberam que estavam sob a parede norte do templo do Sol, "que os árabes chamam de Dar-as-saadi" - a Casa da Suprema Bem-Aventurança.

A equipe arqueológica alemã que estudou a plataforma também relatou que ela aparentemente se apoiava sobre gigantescas abóbadas, mas preocupou-se apenas com o mapeamento e restauração da superestrutura. Uma missão arqueológica francesa, liderada por André Parrot, que esteve no local em 1920, confirmou a existência de um labirinto subterrâneo, mas foi incapaz de penetrar nessas partes escondidas. Quando se fez uma perfuração da plataforma, partindo de sua parte superior, encontraram-se provas de estruturas construídas sob ela.

O fato é que os templos foram erigidos sobre uma plataforma artificial que chega a atingir mais de 9 metros da altura, conforme o nível do terreno. Ela foi construída com pedras que medem, a julgar pelas faces nas beiradas, de 1 a 9 metros de comprimento, largura de em geral 1 metro e espessura de 1,83 metro. Ninguém ainda tentou calcular a quantidade de pedras extraídas, cortadas, aparelhadas, transportadas e assentadas camada sobre camada nesse local. Ela, possivelmente, seria imensamente maior do que a da Grande Pirâmide do Egito.

Quem quer que tenha construído essa plataforma, prestou especial atenção ao canto retangular a noroeste, a localização do templo de Júpiter/Zeus. Lá, os mais de 15.250 metros quadrados do templo apoiavam-se sobre um pódio elevado que certamente foi erigido com a intenção de servir de suporte para um peso extremamente grande. Feito de várias camadas de enormes pedras, ele eleva-se 3 metros acima do nível do pátio a sua frente e 13 metros acima do solo em seus lados expostos, a norte e noroeste.


No lado sul, onde ainda mantêm-se em pé seis das colunas do templo, pode-se ver com clareza as camadas de pedra. Entremeadas com pedras de bom tamanho, mas ainda assim relativamente pequenas, há camadas alternadas de blocos medindo até 6,50 metros de comprimento. Embaixo, à esquerda, vêem-se as camadas inferiores do pódio, projetando-se como um terraço sob o templo. Ali os blocos são gigantescos.

Maiores ainda são as pedras no lado oeste do pódio. Como mostrado no desenho esquemático do canto noroeste, feito pela equipe alemã, a base saliente e camadas superiores foram construídas com blocos" ciclópicos", alguns dos quais medem cerca de 10 metros de comprimento, 4 metros de largura e 3,5 metros de espessura. Cada um deles representa, assim, cerca de 140 metros cúbicos de pedra e pesa mais de 500 toneladas.
Apesar de essas pedras serem imensas - as maiores da Grande Pirâmide não passam de 200 toneladas -, elas ainda não foram as máximas em tamanho empregadas pelo construtor da Antiguidade.

A camada central do pódio, situada a cerca de 6 metros de sua base, foi, incrivelmente, feita com pedras maiores do que todas as outras. Pesquisadores modernos têm se referido a elas como "imensas", "gigantescas", "colossais". Os historiadores antigos tinham um nome para designá-las: Trilithon - a Maravilha das Três Pedras, pois lá, expostas à vista no lado oeste do pódio, jazem lado a lado três blocos de pedra sem igual no mundo. Precisamente talhados e com ajuste perfeito, cada um deles mede cerca de 20 metros de comprimento e tem uma largura entre 4 e 5 metros, o que representa 280 metros cúbicos de pedra e um peso de mais de 1 mil toneladas!

As pedras para a construção do pódio foram extraídas perto do local. Wood e Dawkins incluem uma dessas pedreiras num seu desenho panorâmico da área, mostrando alguns enormes blocos espalhados por perto. No entanto, as três pedras gigantescas foram extraídas, cortadas e aparelhadas em uma outra pedreira, situada no vale a cerca de 1 mil quilômetros a sudoeste do recinto sagrado. E é lá que se nos apresenta uma visão ainda mais incrível do que a do Trilithon.

Parcialmente enterrada no chão está uma outra dessas pedras colossais, abandonada in situ pelos canteiros da Antiguidade. Cortada com perfeição, com apenas uma fina linha em sua base ligando-a ao solo pedregoso, ela tem o impressionante comprimento de 21 metros c lados de 5 e 4 metros. Uma pessoa subindo nela parece uma mosca num iceberg... Essa pedra pesa, segundo estimativas conservadoras, mais de 1.200 toneladas!

A maioria dos estudiosos acredita que ela estava ali para ser transportada, como suas três irmãs, até o recinto sagrado para ser utilizada na ampliação de parte do terraço do pódio, no seu lado norte. Ebers e Guthe deixaram registrada em sua obra a teoria de que na fileira sob o Trilithon não há dois blocos menores, mas uma única pedra igual à encontrada na pedreira distante, medindo mais de 20 metros de comprimento, mas danifica da ou entalhada para dar a impressão de dois blocos menores assentados lado a lado.

Seja onde for que se pretendia colocar essa pedra colossal, ela serve como uma testemunha muda da grandiosa singularidade da plataforma e do pódio que ficam nas montanhas do Líbano. O fato mais intrigante é que mesmo nos dias de hoje não existe guindaste, veículo ou mecanismo capaz de levantar um peso de 1 mil a 2 mil toneladas e muito menos de transportar um objeto tão imenso por sobre vales e encostas de montanhas, e colocá-lo numa posição exata e predeterminada, a muitos metros acima do solo. Na região não existem vestígios de estradas, rampas ou outras obras de terra que poderiam, nem que fosse remotamente, sugerir que esses megálitos foram arrastados ou empurrados até o local da obra, no alto do monte.

No entanto, em épocas remotas, alguém, de algum modo, realizou esse feito...

Mas quem? As tradições locais afirmam que o recinto sagrado existe desde o tempo de Adão e seus filhos, pois o primeiro homem foi residir na região depois de sua expulsão do Jardim do Éden. Ele morava, segundo as lendas, na área onde atualmente fica Damasco e faleceu não muito longe dali. Foi Caim, seu filho, que construiu um refúgio na Crista dos Cedros depois de ter matado Abel.
O patriarca maronita do Líbano relatou a seguinte tradição:
  • “A fortaleza do monte Líbano é a construção mais antiga do mundo. Caim, o filho de Adão, a erigiu no ano 133 da Criação, durante um ataque de loucura. Ele deu ao local o nome de seu filho, Enos, e o populou com gigantes que foram punidos pela sua iniqüidade através do dilúvio”.
Depois da grande inundação, o lugar foi reconstruído pelo Nemrod bíblico, num esforço para subir aos céus. A torre de Babel, segundo essas lendas, não ficava na Babilônia, mas sobre a grande plataforma do Líbano.

D' Arvieux, um viajante do século XVII, escreveu em suas Mémoires (Parte II, Capítulo 26) que tanto os habitantes judeus como os muçulmanos da região afirmavam que um antigo manuscrito encontrado no local revelava que,
  • “depois do dilúvio, quando Nemrod reinava sobre o Líbano, ele enviou gigantes para reconstruir a fortaleza de Baalbek que tem esse nome em honra de Baal, o deus dos moabitas, adoradores do deus do Sol”.
A associação do deus Baal com o lugar em épocas pós-diluvianas é um fato marcante. Na verdade, nem bem os gregos e romanos deixaram a região, a população local abandonou o nome helênico, Heliópolis, e voltou a chamar o recinto sagrado pelo seu nome semita, pelo qual ele é conhecido até hoje: Baalbek.

Há opiniões divergentes sobre o exato significado do nome. Muitos acreditam que é “O vale de Baal”. Mas, pela grafia e referências encontradas no Talmude, outros, como eu, crêem que é o "O Pranto de Baal”.

Leiamos os versos de encerramento da epopéia encontrada em Ugarit que descreve a morte de Baal em seu combate com Mot, a descoberta e transporte de seu corpo sem vida e o sepultamento feito por Anat e Shepesh numa caverna na Crista de Zafon:

Elas encontraram Baal caído no chão;
O possante Baal está morto;
O príncipe, senhor da Terra, pareceu...
Anat chora tudo o que pode;
No vale, ela bebe suas lágrimas como vinho.
Bem alto, grita para a Tocha dos Deuses, Shepesh:
“Erga o possante Baal, rogo-te, coloque-o sobre mim”.
Atendendo à súplica, a Tocha dos Deuses, Shepesh,
Pega o possante Baal,
Coloca-o nos ombros de Anat.
Para a fortaleza de Zafon ele o leva,
Lamenta-o, sepulta-o,
Coloca-o nos buracos da terra.

As lendas locais, que como todas as outras do mundo contêm em seu cerne antigas recordações de eventos reais, concordam que Baalbek é de extrema antiguidade. Elas atribuem sua construção a "gigantes” e o vinculam com os acontecimentos que tiveram lugar antes do dilúvio. Também o ligam a Baal e afirmam que sua função era ser uma "torre de Babel” - um lugar de onde se poderia "escalar os céus”.

Quando olhamos para essa vasta plataforma, estudamos sua localização e disposição, ponderamos o propósito do imenso pódio, sem dúvida construído para suportar pesos colossais, o desenho gravado na moeda encontrada em Biblos volta a nossa mente: um grande templo, uma área sagrada murada, um pódio de construção extra-forte e, sobre ele, a Câmara Celestial com forma de foguete.

As palavras e descrições do Lugar Oculto de Gilgamesh ecoam em nossos ouvidos. A muralha invencível, o portão que atordoava quem o tocava, o túnel para "o recinto onde são emitidas as palavras de comando", a "morada secreta dos Anunnaki", o monstruoso guardião com seu "raio flamejante".

Por tudo isso, não resta nenhuma dúvida em minha mente de que em Baalbek encontramos a Crista de Zafon de Baal, o alvo da primeira viagem de Gilgamesh.

A designação de Baalbek como "A Encruzilhada de Ishtar" implica que, como a deusa passeava pelo céu da Terra, ela podia ir e vir daquele "Local de Aterrissagem" para outros pontos similares em diferentes regiões da Terra. Da mesma forma, a tentativa de instalar na Crista de Zafon "um aparelho que emite palavras”, uma "pedra que sussurra"', implica a existência, em outros lugares, de unidades de comunicação similares.
  1. "O céu com a Terra ela faz conversar, os mares com os planetas.”
  • Haveria mesmo outros lugares na Terra que poderiam servir de aeroportos para as naves dos deuses?
  • Haveria, além da existente na Crista de Zafon, outras "pedras que sussurram"?
A primeira pista, e mais óbvia, é o próprio nome "Heliópolis", indicando a crença grega de que Baalbek era, de alguma forma, uma "Cidade do deus do Sol", tal como a Heliópolis do Egito. O Velho Testamento também reconhecia a existência de uma Beth-Shemesh (Casa/Lar de Shamash) no norte de uma Beth-Shemesh no sul, ou On, o nome bíblico da Heliópolis egípcia. Esta era, como disse o profeta Jeremias, o lugar das "Casas dos Deuses do Egito", a localização dos obeliscos.

A Beth-Shemesh do norte ficava no Líbano, não muito longe de Beth-Anath (Casa/Lar de Anat); o profeta Amós a identificou como a localização dos "palácios de Adad... a Casa daquele que viu El". Na época em que reinou Salomão, seus domínios incluíam grande parte da Síria e Líbano e na lista dos lugares onde ele construiu grandes edificações estão Baalat ("O Lugar de Baal") e Tamar ("O Lugar das Palmeiras"). A maioria dos estudiosos identifica esses locais como Baalbek e Palmira.

Os historiadores gregos e romanos referiram-se exaustivamente aos laços que ligavam as duas Heliópolis. Explicando o panteão dos doze deuses egípcios aos seus compatriotas, Heródoto escreveu sobre um "imortal que os egípcios veneram como Hércules", dando como lugar de origem do culto a Fenícia, "pois ouvi contar que naquele país havia um templo dedicado a Hércules, grandemente venerado por todos". No templo egípcio, Heródoto viu dois pilares:
  • "Um de puro ouro e o outro de esmeralda, brilhando com grande fulgor à noite".
Esses sagrados "Pilares dos Deuses" ou "Pedras dos Deuses" aparecem nas moedas fenícias cunhadas depois da conquista da região por Alexandre. A descrição de Heródoto nos fornece a informação adicional de que as pedras eram interligadas, sendo uma do metal que é o melhor condutor de eletricidade (ouro) e a outra de uma pedra preciosa (esmeralda), atualmente usada nas comunicações a laser, a qual quando emite um raio de alta potência emana uma radiação esverdeada. Não seria esse conjunto algo parecido com o aparelho montado por Baal, que o texto cananeu denominou de pedras do esplendor?

Macróbio, escrevendo explicitamente sobre a vinculação entre a Heliópolis fenícia e sua contraparte egípcia, também mencionou uma pedra sagrada. Segundo ele, "um objeto" de veneração do deus do Sol, Zeus Helioupolites, foi levado da Heliópolis egípcia para a Heliópolis do norte (Baalbek) por sacerdotes egípcios. E acrescentou:
  • "O objeto atualmente é adorado com ritos assírios e não egípcios".
Outros historiadores romanos salientaram que as "pedras sagradas" adoradas pelos "assírios" e egípcios tinham uma forma cônica. Quinto Cúrcio registrou que um deles ficava no templo de Amon no oásis de Siwa. Ele escreveu:
  • "A coisa que lá viu e que é venerada como um deus não tem o formato que os artífices costumam aplicar aos deuses. De fato, sua aparência nos faz lembrar um umbigo e ele é feito de uma esmeralda e pedras preciosas cimentadas juntas".
A informação sobre o objeto cônico adorado em Siwa foi citada por F. L. Griffith em conexão com o anúncio no The Journal of Egyptian Archaeology, de 1916, da descoberta de um "omphalos" na "cidade-pirâmide" de Napata, na Núbia. Esse "singular objeto meroítico" foi encontrado por George A. Reisner, da Universidade de Harvard, no santuário mais recôndito do templo de Amon, o mais ao sul do Egito dedicado a esse deus.

Omphalos significa umbigo e a pedra cônica que tinha esse nome, por motivos que os estudiosos ainda não compreendem, possuía, na Antiguidade, a fama de marcar "o centro da Terra".
É preciso lembrar que o templo de Amon no oásis de Siwa era a localização do oráculo de Amon que Alexandre apressou-se a consultar assim que entrou no Egito. Temos o testemunho tanto de Calístenes, o historiador grego e cronista oficial do rei da Macedônia, como de Quinto Cúrsio que um omphalos feito de pedras preciosas era o "objeto" venerado nesse templo. O templo núbio de Amon, onde Reisner descobriu o omphalos de pedra, ficava em Napata, uma antiga capital nos domínios das soberanas da Núbia. Isso, claro, nos faz recordar da intrigante visita de Alexandre à rainha Candace em sua busca pela imortalidade.

Terá sido por mero acaso que, procurando os segredos da longevidade, Cambises, o rei persa (como relatou Heródoto), enviou seus homens à Núbia, ao templo onde ficava guardada a "Mesa do Sol"? No início do primeiro milênio a.C., uma soberana núbia - a rainha de Sabá - empreendeu uma longa viagem para visitar Salomão em Jerusalém. As lendas que correm em Baalbek garantem que ele mandou embelezar as edificações no Líbano em honra da real visitante. Será que a rainha de Sabá fez uma viagem tão longa e perigosa apenas para ouvir a sabedoria de Salomão ou seria seu verdadeiro propósito consultar o oráculo de Baalbek - a bíblica "Casa de Shemesh"?

Parece haver mais do que coincidências aqui. E a pergunta que nos ocorre é: se em todos esses centros de oráculos existia um omphalos, não seria esse objeto em si a verdadeira fonte dos oráculos?

A construção (ou reconstrução) de um silo de lançamento e uma plataforma de aterrissagem não foi a causa do fatal combate entre Baal e Mot. A discórdia teve como motivo a tentativa de Baal de instalar clandestinamente uma Pedra do Esplendor, um aparelho que podia propiciar a comunicação com os céus e com outros lugares da Terra.

Além disso, ele era:

Uma pedra que sussurra;
Os homens suas mensagens não conhecerão,
As multidões da Terra não as compreenderão.

Quando ponderamos sobre a aparente função dupla da Pedra do Esplendor e a mensagem secreta de Baal para Anat, subitamente tudo se esclarece: o aparelho que os deuses usavam para se comunicar era o mesmo do qual emanavam as respostas oraculares para os reis e heróis!

Num estudo completo sobre o assunto, Wilhelm H. Roscher (Omphalos) mostrou que o termo indo-europeu para essas pedras de oráculo - navel em inglês, nabel em alemão etc. - origina-se do sânscrito nabh, que significa "emanar com força". Não é coincidência que nas línguas semitas naboh significa "predizer" e nabih significa "profeta". Sem dúvida, todos esses significados idênticos têm raiz no sumério, onde NA.BA(R) significava "pedra clara e brilhante que esclarece".

À medida que estudamos os textos antigos, emerge uma verdadeira rede de locais com oráculos. Heródoto, que acertadamente relatou a existência do oráculo meroítico de Júpiter-Amon (Livro 11,29), contribuiu para aumentar os vínculos que analisamos ao afirmar que os "fenícios", que implantaram o oráculo de Siwa, também fundaram o mais antigo centro de oráculo da Grécia, o que ficava em Dodona - um local nas montanhas a noroeste do país (perto da atual fronteira com a Albânia).
Heródoto escreveu que, quando se encontrava no Egito, ouviu contar que
  • "uma vez, duas mulheres sagradas foram raptadas de Tebas (no Egito) por fenícios... uma delas foi vendida para a Líbia (Egito ocidental) e outra para a Grécia. Foram elas as fundadoras dos oráculos desses países".
Segundo Heródoto, essa história lhe fora contada pelos sacerdotes egípcios de Tebas. Em Dodona, porém, afirmava-se que "duas pombas pretas saíram voando da Tebas egípcia", uma pousou em Siwa e a outra na Grécia. Seja como for, em ambos os lugares estabeleceu-se um oráculo, o de Zeus para os gregos e o de Amon para os egípcios.

O historiador romano Sílio Itálico (século I), ao contar que Aníbal consultara o oráculo egípcio a respeito de suas guerras contra Roma, também atribuiu ao vôo das duas pombas saídas de Tebas a fundação dos oráculos no deserto líbio (Siwa) e na Caônia grega (Dodona). Vários séculos depois, o poeta grego Nono, em sua obra-prima Os Dionisíacos, descreveu os dois santuários como sendo locais gêmeos e afirmou que eles comunicavam-se entre si oralmente.
  
Eis a recém-encontrada voz de resposta do Zeus líbio!
As areias sedentas uma mensagem oracular
Enviam à pomba de Quapóia [Dodona].

F. L. Griffith, ao deparar-se com o omphalos da Núbia, recordou-se de um outro centro de oráculo da Grécia. A forma cônica do omphalos da Núbia, escreveu, "era exatamente a do omphalos do oráculo de Delfos".

A cidade de Delfos, sede do mais famoso oráculo da Grécia, era dedicada a Apolo ("O da Pedra") e suas ruínas são até hoje uma das principais atrações turísticas do país. Lá, como em Baalbek, o recinto sagrado ficava numa plataforma moldada numa encosta de montanha, também dando para um vale que se abre como um funil na direção do Mediterrâneo.

Tomando como ponto de partida muitos registros históricos, não há dúvida de que a pedra do omphalos de Delfos era o objeto mais sagrado do local. Ela ficava montada numa base especial no interior do templo de Apolo, segundo alguns estudiosos ao lado de uma estátua de ouro do deus, e, de acordo com outros, sozinha num santuário só seu. Numa câmara subterrânea, escondidos dos olhares dos consulentes, as sacerdotisas, em transe, respondiam às perguntas de reis e heróis com palavras enigmáticas - respostas dadas pelo deus, mas emanando do omphalos.

O omphalos sagrado original desapareceu misteriosamente, talvez em decorrência das muitas guerras religiosas e invasões estrangeiras que atingiram a região. Todavia, uma réplica em pedra do objeto, talvez feita na época dos romanos e colocada no exterior do templo, foi descoberta em escavações arqueológicas e atualmente encontra-se em exibição no museu de Delfos.


No Caminho Sagrado que leva ao templo de Apolo, alguém, em época desconhecida, erigiu um omphalos de pedra, mais simples, num esforço para marcar o lugar onde funcionara o primitivo oráculo de Delfos, antes da construção do santuário.

As moedas de Delfos mostravam Apolo sentado nesse omphalos e, depois que os gregos conquistaram a Fenícia, passaram também a retratar o deus sentado num omphalos "assírio". Todavia, era bastante freqüente as pedras do oráculo serem mostradas como cones gêmeos, conectados por uma base comum.

Por que Delfos foi escolhido como um lugar sagrado de oráculo e como a pedra omphalos foi parar lá? As tradições dizem que, quando Zeus quis encontrar o centro da Terra, soltou águias em dois extremos opostos do mundo. Voando umas na direção das outras, elas se encontraram em Delfos e o local foi marcado com a colocação de uma pedra-umbigo, um omphalos. Segundo o historiador grego Estrabão, era por isso que havia estátuas de duas dessas águias pousadas no omphalos de Delfos.

Muitas representações do omphalos foram encontradas na arte grega mostrando os dois pássaros no alto ou ao lado do objeto cônico. Alguns estudiosos dizem que eles não são águias, mas pombos-correios que, por serem aves capazes de retornar a um lugar determinado, poderiam simbolizar a medição das distâncias de um centro da Terra para outro.
 
Segundo as lendas gregas, Zeus encontrou refúgio em Delfos durante suas batalhas aéreas com Tifon, quando pousou na área parecida com uma plataforma, onde foi construído o templo de Apolo.
O santuário de Amon e Siwa continha não apenas corredores subterrâneos, túneis misteriosos e passagens secretas sob os muros espessos do prédio, como também uma área restrita com cerca de 55 por 51 metros, cercada por uma enorme muralha. Encontramos os mesmos componentes estruturais, inclusive uma plataforma elevada, em todos os locais associados com as "pedras que sussurram"! Devemos concluir então que, como Baalbek, eles eram tanto um Local de Aterrissagem como um Centro de Comunicações?

Já não nos surpreende encontrarmos as Pedras Sagradas gêmeas, acompanhadas pelas duas águias, nos textos sagrados egípcios. Afinal, muitos séculos antes de os gregos começarem a transformar seus centros de oráculos em grandes santuários já existia uma pintura mostrando um omphalos com dois pássaros empoleirados na tumba de um faraó egípcio.

Ele era Séti I, que viveu no século XIV a.C., e foi na descrição dos domínios de Seker, o Deus Oculto, descoberto em seu túmulo, que vimos o omphalos mais antigo de que se notícia. Ele era o meio de comunicação através do qual mensagens - "palavras" - "eram ditas a Seker todos os dias".

Em Baalbek, encontramos o destino da primeira viagem de Gilgamesh, o Local de Aterrissagem. Depois, seguindo os fios que ligam as "sussurrantes" Pedras do Esplendor, chegamos ao Duat.
O Duat era o lugar onde os faraós tentavam galgar a Escada para o Céu para atingir uma Outra Vida. E ele era, sugiro, o lugar para onde Gilgamesh, em busca da imortalidade, dirigiu seus passos em sua segunda viagem.


Fonte: Zecharia Sitchin (Escada Para o Céu) e bibliotecapleyades

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