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14/10/2013

Marte: As Etapas da Globalização do Espaço

A fachada com relação a Marte é absurda. As nações da terra tenta a todo custo impressionar aqueles que acham que; esses são os verdadeiros caminhos da “corrida espacial” relacionada ao planeta vermelho, que tanto inspira a imaginação humana.

Agora, a Índia é a bola da vez: uma nação que primeiro deveria se precocupar com os grande problemas em seu território - para depois aventurar-se no espaço. Mas a necessidade é enorme, os problemas humanitários são de menos. Assim, então querem ir a Marte.

Crédito: EPA
A Índia se prepara para ser o quinto país a enviar para Marte uma sonda espacial. Também os EUA, a Rússia, a União Europeia, a China e o Japão têm em curso os seus programas de investigação do Planeta Vermelho. Apesar de já estar provado que lá não há vida, isso não torna Marte menos interessante para as pessoas. Antes pelo contrário, na Terra já começou a corrida entre projetos espaciais para a sua colonização.

O programa indiano de estudo de Marte, contudo, está à beira do fracasso. O início da missão orbital está planejado para 28 de outubro, mas sem a ajuda da NASA os indianos não poderão lançar o aparelho. Devido à crise orçamental nos EUA, os funcionários da agência espacial norte-americana foram mandados para férias. Se o lançamento não for realizado num período determinado, os indianos terão de aguardar dois anos por condições favoráveis. Mais ou menos para o mesmo periodo está programado o lançamento de uma sonda orbital russo-europeia para o estudo de Marte. Em 2018 deverá partir em direção ao Planeta Vermelho uma nave robotizada que deverá pousar na superfície marciana.

Os melhores centros de investigação da Rússia e da União Europeia estão a preparar o projeto ExoMars. Os organizadores da expedição pensam perfurar a superfície de Marte a uma profundidade 10 vezes superior ao que foi conseguido pelo jipe marciano estadunidense – até 50 centímetros. Nesse projeto já foram investidos cerca de 400 milhões de euros e o seu custo total será de 1,2 bilhões de euros, segundo informou anteriormente a Agência Espacial Europeia (ESA). Tudo isso para demonstrar mais uma vez aquilo que já se sabe há mais de 40 anos, ou seja: que em Marte não existe vida tal como nós a entendemos. O diretor do Instituto de Política Espacial Ivan Moiseev afirma:

"Não devemos nos iludir. Já sabemos que, além da Terra, em mais nenhum lugar do Sistema Solar existe vida. Isso já é claro. Se considerarmos todos esses planetas e a sua origem fica claro que lá não pode ter surgido vida. Eles não são habitáveis."

Por outro lado, se lá não há vida, ela poderá ser introduzida. Por isso já estão sendo estudados projetos para a colonização de Marte. Os arquitetos-futurólogos do gabinete de design russo-alemão ZA Architects propõem o envio para Marte de uma equipe avançada de robôs-construtores, cujo funcionamento será assegurado por baterias solares. Esses robôs devem preparar as habitações para os seres humanos: devem escavar grandes grutas no solo de Marte e torná-las habitáveis. Depois serão enviados os seres humanos. Aquilo que os robôs não fizerem, serão os humanos a fabricar, irão imprimir em impressoras 3D. O material para a impressão será o solo marciano. Soa como em romances de ficção científica, mas com o que podemos sonhar para além de Marte, refere o acadêmico Alexander Zhelezniakov da Academia Russa de Cosmonáutica Tsiolkovsky:

"Marte é o único planeta próximo da Terra onde podem ser estabelecidas colônias humanas, por isso ele sempre atraiu e continuará a atrair a nossa atenção. Talvez neste momento isso seja ficção científica, mas se olharmos para uma perspectiva longínqua, não de dezenas ou centenas, mas de centenas de milhares de anos, a humanidade terá de um dia procurar um outro planeta que possa habitar e alargar o seu espaço vital. Neste momento Marte parece ser o único planeta que os terráqueos podem habitar. Claro que com determinadas dificuldades."

A Lua poderá ajudar a superar as dificuldades. Essa pequena companheira da Terra parece estar próxima, mas está simultaneamente fora do alcance das leis terrestres da física. Para o homem é mais fácil se estabelecer ali do que em qualquer outro lugar do espaço, considera o acadêmico Alexander Zhelezniakov:

"Em primeiro lugar, a Lua é um excelente polígono de ensaios para o material espacial e para os foguetes, tanto para os existentes, como para os que serão desenvolvidos no futuro. Em segundo lugar, ela é a base científica ideal para estudar o espaço longínquo. Só um telescópio no lado escuro da Lua tem já um valor incalculável! Por isso não poderemos passar sem ela. Mas separar essas duas etapas, primeiro a Lua e depois Marte, já não seria racional. É melhor explorar intensivamente a Lua e ir aos poucos estudando Marte que concentrarmo-nos apenas num dos objetivos."

Foi realizado recentemente na Rússia o programa modelar Mars 500 de permanência de pessoas na maquete de uma nave interplanetária. Agora está em curso o recrutamento de uma equipe para o voo real. Na Rússia se supõe que a primeira presença do homem em Marte deverá ser de apenas alguns dias. Os norte-americanos fazem apostas muito elevadas: eles declararam a preparação de uma expedição tripulada com uma duração de 501 dias.

A questão é instalar com o máximo conforto seres humanos fora do seu meio terrestre habitual. A questão do oxigênio pode ser resolvida, mas já a alimentação obriga a um esforço mental. As experiências demonstraram que o solo lunar não é produtivo. Em solo marciano se conseguiu cultivar pepinos e tomates, mas eles não eram comestíveis: estavam contaminados com metais pesados. Outra possibilidade é a comida também ser impressa em impressoras 3D, só que essa perspectiva poderá afugentar os voluntários que aceitaram participar da expedição marciana. Como se não bastasse terem de se despedir dos familiares e viver o resto da vida a ouvir gravações do canto dos pássaros, ainda estariam condenados a refeições sintéticas vitalícias.

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