Os dois planeta gelados, somando-se aos gasosos que foram visitados pela sonda voyage na decadá de oitenta. Agora estão começando a desperta a atenção das agências espaciais, que vêem com bons olhos uma nova e futura missão exploratória.
Urânio e Neptuno continuam a estar fora do centro das atenções das sondas espaciais. Um grupo de cientistas europeus e americanos tentaram ultrapassar a situação: o projeto de missão dupla ODINUS para ambos os planetas foi apresentado à Agência Espacial Europeia como projeto de alta classe do programa Cosmic Vision.
Embora essa ideia não tenha recebido apoio, o estudo dos longínquos e gélidos gigantes do nosso Sistema Solar continua na ordem do dia da ciência planetária e o grupo de autores que propuseram o ODINUS explicam porquê.
O documento, intitulado “O Caso Científico para uma Missão aos Planetas Gigantes Glaciares e aos seus Satélites...”, foi publicado no arquivo eletrônico de pré-publicações a 13 de fevereiro.
Ele descreve não tanto a missão ODINUS, proposta a concurso à Agência Espacial Europeia para início em 2028 ou 2034, quanto as questões a que se pode dar resposta ao estudar Urânio e Neptuno simultaneamente com a ajuda de aparelhos espaciais iguais. Os autores do documento são funcionários de organizações científicas europeias e norte-americanas.
Por enquanto, apenas conhecemos Urânio e Neptuno de longe. O único aparelho espacial que visitou as proximidades desses planetas foi o Voyager 2, que, em 1986, voou perto do primeiro e, em 1989, perto do segundo. O resto são observações com a ajuda de telescópios terrestres e espaciais, o que, claro está, trazem muitas informações, mas não podem responder à pergunta do que ocorre perto desses planetas e quais a constituição dos seus satélites. E isto é a chave para a compreensão tanto do passado, como do futuro do Sistema Solar.
Ao contrário dos gigantes gasíferos de Júpiter e Saturno, Urânio e Neptuno são mais pequenos, talvez se tenham formado mais tarde e são constituídos fundamentalmente não de hidrogénio e hélio, mas de gelos de água, amoníaco e metano com mistura de metais e silicatos.
Por enquanto, não são conhecidos pequenos pormenores da sua vida, por exemplo, as condições meteorológicas, embora, segundo dados da mesma Voyager 2, os planetas podem ser muito diferentes quanto a isso.
O interesse para com Urânio e Neptuno não é só condicionado pelo facto de eles não estarem estudados. Quantos mais sistemas planetários e estrelas conhecemos, mais misterioso se torna o nosso próprio. Nomeadamente, tornou-se compreensível que, durante a formação dos sistemas planetários, a interação dos planetas gigantes desempenha um grande papel.
Nem sempre eles terminam da melhor forma, como aconteceu com o Sol, onde os planetas se movimentam por órbitas mais ou menos estáveis durante muito tempo. Por conseguinte, é particularmente interessante compreender porque é que o nosso sistema teve “tanta sorte”.
Pode-se decifrar a história da nossa “casa espacial” se se fazer uma boa ideia da constituição e do aspeto externo tanto dos planetas, como dos seus satélites, que também podem ter origem diferente: ou se formam juntamente com o “planeta-mãe” a partir de substância mais ou menos idêntica, ou são conquistados mais tarde durante encontros “planetários”. Tudo interessa aos cientistas: quantidade e idade de crateras na superfície, constituição interna dos satélites, a sua órbita e interação com o vento solar.
Além disso, como sublinham os autores do documento, é muito importante realizar, simultaneamente, o estudo dos dois planetas com a ajuda de um conjunto igual de instrumentos. Para isso foi elaborado o projeto ODINUS. Segundo dados prévios, cada aparelho deve transportar cerca de seis instrumentos científicos.
A massa total de cada aparelho sem combustível foi calculada em 600 kg; eles podem ser lançados para o Espaço com a ajuda de foguetões Ariane 5 ou separadamente em dois duplos Soyuz-Fregat. A distância até ao Urânio (caso o lançamento for realizado em 2034) será ultrapassada em 9 anos e 12 anos até Neptuno. Desse modo, começaríamos a receber informação sobre esses corpos celestes até 2050.
Este plano já não será realizado: em finais de novembro, a AEE decidiu lançar, em 2028 e 2034, dois projetos astrofísicos e as missões planetárias de “alta classe” terão de esperar talvez, no melhor dos casos, até finais de 2030. Desconhece-se se outras agências aprovarão planos semelhantes. Mas o aparelho New Horizons (EUA), que chegará a Neptuno em 2015, talvez estimule o estudo de regiões longínquas do Sistema Solar.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru
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