Este artigo que resume bem; o simples fato de alguém acreditar por acreditar nos contos bíblicos (quando os mesmos não tem sentido; não esclarecem nada de concreto aos seus leitores), que vivem necessitados de conhecimento e liberdade mental.
Leia, o artigo
escrito por Emerson Borges
no site Deusesereligioes.com.br:
Os primeiros registros antigos surgiram á 5500 anos atrás. Acha isso muito tempo? Para nós meros humanos, que temos uma perspectiva de vida em torno de 80 anos pode parecer muito, entretanto o intervalo de tempo que nos separa destes primeiros escritores, com seus rústicos e simples textos representa muito pouco em comparação com o imenso período anterior a isso chamado de pré-história. Conforme vários achados paleontológicos comprovam, os primeiros pré-humanos conhecidos viveram nas savanas e florestas tropicais da África à cerca de 7 milhões de anos. Conhecidos como “homo hábilis”, estes hominídeos sobreviviam da caça e da coleta de alimentos.
Ao longo de milênios estes foram aperfeiçoando algumas aptidões enquanto aumentavam as dimensões do cérebro. À aproximadamente 500.000 mil anos o “homo erectus”, um hominídeo dotado de cérebro mais volumoso, aprendeu a dominar o fogo e sabia fazer roupas e abrigos que lhe permitiu sair da África e colonizar regiões mais frias. A nossa própria sub espécie o “homo sapiens”, surgiu a apenas 100 mil anos, com as capacidades intelectuais básicas de que hoje gozamos. Tudo isso ocorreu durante o período glaciário. A 15 mil anos, o clima começou a melhorar e o gelo começou a derreter. A Terra transformou-se, a vida vegetal e animal começou a se estender por áreas antes desoladas.
A 10 mil anos esses seres humanos colonizaram quase todas as partes habitáveis do planeta. As comunidades humanas começaram novos modelos de sobrevivência, nascendo assim pequenas aldeias de agricultores no Oriente Médio, ao norte da China, no México e Peru. Estas novas formas de viver baseadas na agricultura substituíram a caça e a mera coleta de alimentos como sustento da vida humana. Foi uma transformação fundamental de conseqüências radicais e irreversíveis. Começa o desenvolvimento das cidades e a invenção da escrita, nascendo o que chamamos de história (Marina de Andrade Marconi e Zelia Maria Neves Presotto, Antropologia: Uma Introdução - 7ª Ed. Editora Atlas, 2011. ISBN 9788522452170).
Este ser humano mais questionador não se conformava em ser apenas um animal mais desenvolvido, em simplesmente ter um ciclo de vida como os demais animais e no final morrer. A morte não poderia ser o fim de tudo como aparentava ser. Com o tempo esta inconformidade com o fim abrupto da vida levou o ser humano a outro importante momento, ele começa a questionar o sentido da vida. Experiências tais como sonhos, visões, alucinações e o estado inerte de cadáveres levaram alguns povos primitivos a concluir que o corpo é habitado por uma alma. Visto que eram freqüentes os sonhos com entes queridos falecidos, presumia-se que uma alma continuava a viver após a morte, deixando o corpo para morar em árvores, rochas, rios, etc. Por fim os mortos e os objetos nos quais se dizia que as almas habitavam vieram a ser adorados como Deuses.
Outras tribos começaram a concluir que existia uma força impessoal ou poder sobrenatural que dava vida a todas as coisas. Tal crença provocou sentimentos de reverência e temor no homem, uma reação emocional diante do desconhecido. Ainda outros clãs tentaram controlar sua própria vida por imitar o que viam acontecer na natureza. Por exemplo, pensava-se que poderiam provocar chuva por borrifar água no solo junto com trovejantes batidas de tambor, ou que poderiam causar dano a seu inimigo por espetar alfinetes num boneco. Isto levou ao uso de ritos, feitiços e objetos mágicos em muitos aspectos de sua vida. Quando estes não funcionavam como se esperava, o homem passou então a tentar aplacar os poderes sobrenaturais e a suplicar a ajuda deles em vez de tentar controlá-los.
Algumas comunidades primitivas chegaram até mesmo a criar um tipo de neurose ligada a figura do pai. Os filhos homens que tanto admiravam como odiavam o pai que dominava o clã, rebelavam-se e matavam o pai. Para adquirir o poder do pai, estes bebiam seu sangue. Mais tarde, por causa do remorso, eles inventavam ritos e cerimônias para reparar sua ação. Com o tempo a figura do pai virou uma deidade. Estas várias formas de crenças e ritos foram sendo compartilhados entre os diversos povos primitivos, começando assim a surgir lendas e mitos sobre os Deuses e suas relações com os humanos (Mircea Eliade, História das Crenças e das Ideias Religiosas Volume 1 - Da Idade da Pedra aos Mistérios de Elêusis. Editora Jorge Zahar, 2010. ISBN 9788537801123).
Alguns humanos começam a se considerar especiais, criados por um ser superior que os fizeram a sua imagem e semelhança, designando-os para cuidar da terra e subjugar todos os demais animais. A sua vida agora passa a ter um objetivo e a morte transforma-se apenas em uma passagem para um nível de vida superior, semelhante a dos Deuses. Surgiram diversas formas de manifestações de fé em diversos tipos de deidades. Estas manifestações vão se tornando mais complexas, seus rituais mais elaborados, orações como uma forma de comunicação e líderes para interceder entre os Deuses e os homens. Observamos assim os primeiros passos do que chamamos hoje de religião.
Junto com esta religiosidade, começa a se desenvolver algumas lendas sobre um começo perfeito, onde as pessoas viviam felizes em um lugar maravilhoso, onde havia uma relação harmoniosa entre os seres humanos e suas deidades. Grande parte das civilizações antigas possui algum tipo de lenda nesse sentido. Com os judeus não foi diferente, o relato sobre o início do mundo registrado na bíblia foi uma espécie de condensação de várias lendas contadas e recontadas através de inúmeras gerações.
Portanto, analisando de maneira razoável, não podemos considerar o relato bíblico de Gênesis sobre a criação como história verídica. Este registro mais se parece com um conto de fadas, como Branca de Neve e os Sete Anões, Chapeuzinho Vermelho, Papai Noel, Cinderela, Alice no País das Maravilhas e muitas outras historinhas que contamos as crianças para fazê-las dormir. Devo admitir que se trata de um conto bem elaborado, que inclui um lindo jardim, animais como leões e tigres mansos como um gatinho, uma cobra falante, uma misteriosa árvore com frutos proibidos e ainda outra árvore com frutos que podem dar vida eterna. Temos aí todos os ingredientes de uma fábula maravilhosa.
Contudo, bilhões de pessoas creem realmente que tal mito é verdadeiro. Esta credulidade que as pessoas tem na bíblia me deixa espantado, até mesmo perplexo devido ao fato de que todas as ciências, como a astronomia, geologia, biologia, paleontologia, antropologia, arqueologia, história, linguística e filosofia mostram claramente de maneira inequívoca as incoerências e erros científicos encontrados na bíblia.
Veja por exemplo o caso da astronomia. No livro bíblico de Josué 10:12, o escritor deste texto relata Josué no meio de uma guerra clamando a Deus que fizesse o Sol ficar imóvel, para que pudesse terminar sua batalha durante o período de claridade, facilitando assim a identificação e exterminação de seus inimigos. Na continuação do relato no versículo 13, Deus responde o clamor de Josué fazendo o Sol ficar imóvel ou parado. Qualquer criança de 5º série do ensino fundamental sabe que não é o Sol que gira em torno da Terra, mas justamente o contrário, a Terra é que gira em torno do Sol. Portanto se a bíblia fosse um livro inspirado por Deus, quer dizer, se os escritores fossem orientados por Deus, como poderiam ter escrito um absurdo desses? Fica claro que o autor deste texto bíblico ainda acreditava que a Terra era o centro do Universo, que o Sol girava ao redor da Terra e que para atender o pedido de Josué, Deus parou o Sol.
Outro relato bíblico totalmente incoerente com os fatos comprovados pela astronomia encontra-se em Gênesis 1:3, onde há o relato do 1º dia criativo, dia este que Deus cria a luz. Já no 4º dia criativo, Deus cria os luzeiros, ou seja, o Sol, a Lua e as estrelas conforme observamos nos versículos 14-19.
Esta afirmação é totalmente ridícula, pois como poderia a luz surgir antes do Sol e das estrelas? Mas uma vez nota-se que o erro descrito, a criação do Sol depois da luz, provêm da falsa idéia existente na época de que o Universo começou com a Terra.
Na frase inicial da bíblia registrada em Gênesis 1:1 que diz “no principio Deus criou os céus e a terra”, o escritor ao mencionar os céus, não incluiu a criação do Sol e das estrelas, que são claramente criados segundo o escritor no 4º dia (Gênesis 1:14-19).
Portanto estes “céus” que ele menciona não tinha galáxias, era vazio, ele referia-se apenas ao vácuo ou espaço que existia. Fica evidente que o escritor deste texto acreditava piamente que a terra tinha sido criada primeiro, depois viriam o Sol e as estrelas, ou seja, o Universo em si. Naturalmente seria esperar demais do escritor bíblico entender a ordem correta da criação, pois ele desconhecia as atuais leis da física e as descobertas da astronomia. Entretanto o escritor atribui aquelas palavras ao próprio Deus. Visto que elas exprimem um fato falso, de duas uma, ou Deus se enganou no relato que fez da sua obra ou o escritor expressou suas próprias idéias limitadas. Qual das duas opções você acha mais coerente?
E como podemos concordar que o planeta foi produzido em 6 dias quando a geologia mostra nitidamente que a terra começou a se formar a 5 bilhões de anos e lentamente foi tomando a forma atual através de 4 longos períodos ou eras chamados de primário (450 a 170 milhões de anos), secundário (170 a 60 milhões de anos), terciário (60 a 1 milhão de anos) e quaternário (1 milhão de anos até nossos dias).
Como concordar que Deus criou diretamente todas as espécies hoje existentes quando a biologia descobriu que as espécies se originam de um tronco único, por isso possuem estruturas tão fundamentalmente semelhantes, e durante milhões de anos os animais primitivos se transformaram e se modificaram adaptando-se as condições ambientais até atingirem as complexas formas de vida da atualidade.
Como concordar que o ser humano foi criado há 6000 anos através de um ato milagroso de Deus, quando a antropologia e a paleontologia já provaram com achados fósseis que o ser humano evoluiu de espécies mais primitivas como o hominídeo “homo hábilis” que a 7 milhões de anos já andava pelas savanas africanas.
Como dizer que o ser humano foi criado há 6000 anos quando a arqueologia já demonstrou a existência de instrumentos e utensílios humanos desde a pré-história, fabricados pelos antepassados do homem atual, além de pinturas rupestres, marcas indiscutíveis de que o homem pré-histórico já andava pela terra a dezenas de milhares de anos.
Como acreditar no relato bíblico da confusão de línguas feita por Deus, quando a lingüística já determinou que as línguas atuais são um desenvolvimento de línguas mais antigas, que por sua vez surgiram de remotas tentativas e experimentações humanas que começaram com sons rústicos e desenhos simples, até chegarmos depois de um longo processo às línguas complexas e letras elaboradas que conhecemos hoje.
Diante de tudo isso a única conclusão razoável que posso chegar é que o relato da criação registrado na bíblia não resiste a uma análise séria do ponto de vista científico. Além disso, a narrativa de Gênesis está cheia de contradições, exageros e fantasias típicos de fábulas lendárias, demonstrando claramente que se trata de um conjunto de mitos e lendas.
Fonte - Este texto foi extraído do livro “A Bíblia Sob Escrutínio”, publicado pela Editora Clube de Autores. Para adquiri-lo acesse o site através deste link: www.clubedeautores.com.br/book/161402--a_biblia_sob_escrutinio
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