01/09/2014

Os Achados Fósseis e o Relato da Criação

O ser humano vive num caminho obscuro e quase que sem volta, por não conhecer a verdade sobre a sua origem. Pois é negado o direito de saber onde veio, e quem são os responsáveis por sua criação, para que possa libertar-se das mentiras.

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Milhares de achados fósseis tem sido descobertos nos últimos anos confirmando a teoria da Evolução. Visto ser um assunto bem extenso vou me concentrar apenas em alguns achados relacionados com a espécie humana e sua evolução. Em 19 de julho de 2001 um grupo de paleontólogos da França e do Chade divulgou a descoberta de um fóssil que teria pertencido ao primeiro antepassado humano já conhecido o Sahelanthropus tchadensis ou homem de Toumai. Esse fóssil foi encontrado no Chade, na África Central. Hoje a comunidade científica aceita razoavelmente bem que este é o fóssil do hominídeo mais antigo já encontrado, com 7 milhões de anos. Trata-se de uma indicação de que o bipedismo humano surgiu não na savana como se acreditava, mas na floresta tropical das imediações do Chade, hoje desértica (Alain Beauvilain. "Toumaï, l'aventure huamine". Paris, La Table Ronde, 2003).

Em outubro de 2009, a revista científica Science publicou um estudo iniciado em 1992 onde 47 investigadores de dez países publicaram em onze artigos os resultados das análises de fósseis do hominídeo Ardipithecus ramidus (Ardi) com 4,4 milhões de anos. Ardi era uma criatura das florestas, com cérebro pequeno, braços longos e pernas curtas. O pélvis e os pés mostram uma forma primitiva de caminhar ereto, porém, o Ardipithecus também era capaz de subir em árvores com seus longos e grandes dedos que lhe permitiam agarrar, assim como os macacos.

O estágio australopitecídeo, iniciado há uns 3 milhões de anos, inclui achados fósseis que podem ser reunidos em dois grupos: os pequenos australopitecos e os grandes australopitecos ou parantropos. Os pequenos australopitecos eram bípedes, mediam cerca de 1,20m e pesavam entre 25 e 50 quilos, com capacidade craniana média de 500 cm3. Seus primeiros fósseis foram encontrados na garganta de Olduvai, Tanzânia, na África, junto a seixos grosseiramente trabalhados à mão. A postura vertical trazia a vantagem de libertar as mãos para a manipulação e a associação dos movimentos das mãos com os olhos estimulava o cérebro. Assim, o bipedismo constituiu uma base para as habilidades culturais. Aos australopitecos pequenos sucederam-se os australopitecos grandes ou parantropos, do tamanho do homem moderno, porém com o cérebro de 600 cm3. Foram encontrados em Olduvai e no Saara, na África e em Java, na Indonésia.  Entre os principais achados fósseis deste período estão DIK-1 (Selam) descoberto em 2000 na Etiópia por Zeresenay Alemseged e o AL 288-1 (Lucy) descoberto em 1974 na Etiópia por Donald Johanson (Zeresenay Alemseged, Mother of man, 3.2 million years ago. BBC Science & Nature, 2006; Um esqueleto hominídeo juvenil de Dikika, na Etiópia. Nature 443 pág. 296-301).

Depois dos australopitecos, os fósseis encontrados foram classificados como pertencentes ao estágio pitecantropóide. Os primeiros pitecantropos ou “homo erectus” datam de aproximadamente 500.000 anos e foram descobertos em Java (Indonésia), Pequim (China), Heidelberg (Alemanha), Tenerife (Marrocos), Olduvai (Tanzânia) e na Hungria. Viveram na segunda fase interglaciária e seu cérebro possuía capacidade craniana média de 1 000 cm3. Os pitecantropos conheciam o fogo, fato que lhes permitia habitar em cavernas e prolongar o período das atividades, antes limitado pelo cair da noite. Nas cavernas onde moravam, inclusive em lugares muito frios como na Europa, foram encontradas boas quantidades de carvão acumuladas, indicando que várias gerações deles acendiam fogueiras. Eram carnívoros, andarilhos e praticavam a caça de rastreio. Proporcionando luz para habitar as cavernas, calor para enfrentar climas mais frios e um método para preservar a carne, o fogo representou uma grande revolução na cultura dos hominídeos. E com sua ajuda, provavelmente iniciaram a migração pelo planeta, visto que os hominídeos do estágio pitecantropóide só não foram encontrados na América e na Austrália.

Os Neanderthais viveram entre 100 000 e 40 000 anos atrás e possuíam uma capacidade cerebral próxima à do homem moderno. Eles poderiam ser descritos como possuidores de uma caixa craniana moderna e uma face próxima à dos pitecantropos. Talhavam a pedra com perfeição e praticavam ritos funerários enterrando seus mortos. Descobriu-se que um esqueleto dessa espécie, desenterrado em Shanidar, fora recoberto com oito espécies diversas de flores. Ora, isso demonstra a existência de ritos conscientes, além de uma vida social organizada tal qual a das tribos primitivas de homo sapiens-sapiens.

Os esqueletos sucessivos aos Neanderthais são denominados de Cro-Magnon ou Homo sapiens-sapiens. Foram encontrados numa localidade da França que lhes deu o nome, a cerca de 35 000 anos, no Paleolítico superior. O uso de instrumentos de caça provavelmente ativou o desenvolvimento do cérebro e a redução das mandíbulas e dos dentes até então usados como ataque e defesa. O homem de Cro-Magnon é o nosso antepassado direto. Vestido como um homem atual, ele seria indistinguível nas ruas das cidades. Possuía estatura elevada e capacidade craniana de 1500 cm3 em média. Desenvolveu a linguagem articulada, fazia instrumentos especializados para a caça e a PESCA e criou a arte rupestre e a escultura. A complexidade do cérebro humano, no entanto, levou estes primeiros homens a perceber que era possível interferir na produção tanto das plantas quanto dos animais de que tanto precisavam para se alimentar. A experiência de geração após geração acabou por levar o homem a descobrir a agricultura e a domesticação dos animais. Foi um passo decisivo para a transformação das sociedades primitivas.

Como vimos até agora os registros fósseis são uma prova consistente de que nosso planeta já abrigou espécies diferentes das que existem hoje. Esses registros são uma forte evidência da evolução porque nos fornecem indícios de parentesco entre estes e os seres viventes atuais ao observarmos, em muitos casos, uma modificação contínua evidente das espécies.

A adaptação, capacidade do ser vivo em se ajustar ao ambiente é outra evidência, uma vez que, por seleção natural, indivíduos portadores de determinadas características vantajosas, como a coloração parecida com a de seu substrato, possuem mais chances de sobreviver e transmitir a seus descendentes tais características. Assim, ao longo das gerações, determinadas características vão se modificando, tornando-se cada vez mais eficientes. Como exemplos de adaptação por meio da seleção natural temos a camuflagem e o mimetismo.

As analogias e homologias também podem ser consideradas como provas da evolução baseadas em aspectos morfológicos e funcionais, uma vez que o estudo comparativo da anatomia dos organismos mostra a existência de um padrão fundamental similar na estrutura dos sistemas de órgãos. A ciência tem encontrado cada vez mais evidências de que as espécies se originaram de um tronco único, por isso possuem estruturas tão fundamentalmente semelhantes.

As estruturas análogas desempenham a mesma função, mas possuem origens diferenciadas, como as asas de insetos e asas de aves. Estas, apesar de exercerem papéis semelhantes, não são derivadas das mesmas estruturas presentes em um ancestral comum exclusivo entre essas duas espécies. Assim, a adaptação evolutiva a modos de vida semelhantes leva organismos pouco aparentados a desenvolverem formas semelhantes, fenômeno este chamado de evolução convergente.

A homologia se refere a estruturas corporais ou órgãos que possuem origem embrionária semelhante, podendo desempenhar mesma função (nadadeira de uma baleia e nadadeira de um golfinho) ou funções diferentes, como as asas de um morcego e os braços de um humano, nadadeiras peitorais de um golfinho e as asas de uma ave. Essa adaptação a modos de vida distintos é denominada evolução divergente.

Os órgãos vestigiais são estruturas pouco desenvolvidas e sem função expressiva no organismo, como o apêndice vermiforme e o cóccix indicando que estes órgãos foram importantes em nossos ancestrais remotos e por deixarem de ser vantajosos ao longo da evolução, regrediram durante tal processo. Estes órgãos podem também estar presente em determinadas espécies e ausentes em outras, mesmo ambas existindo em um mesmo período.

A evidência molecular nos mostra a semelhança na estrutura molecular de diversos organismos sendo que, quanto maior as semelhanças entre as sequências das bases nitrogenadas dos ácidos nucléicos ou quanto maior a semelhança entre as proteínas destas espécies, maior o parentesco e, portanto, a proximidade evolutiva entre as espécies.

É digno de nota que as recentes pesquisas genéticas tem demonstrado que o código genético do ser humano e muito semelhante ao do chimpanzé, 98,7% do código genético do homem é igual ao do chimpanzé e a semelhança com os outros primatas chega a 98,3%. Assim, a Teoria da Evolução reúne uma série de evidências e provas que a faz ser irrefutável até o presente momento. Portanto, se a bíblia fosse realmente inspirada por Deus com certeza teria um relato mais coerente com as recentes descobertas científicas sobre a evolução das espécies.

O relato bíblico sobre a criação é totalmente incoerente com as inúmeras evidências apresentadas pela ciência. Para um ser humano racional diante de tantas evidências acreditar que a vida na terra começou com dois pelados e uma cobra falante enrolada numa famigerada árvore do conhecimento, tendo uma outra árvore, esta da vida eterna, que após a desobediência deste primeiro casal foi guardada por dois anjos tendo uma espada flamejante no meio para que o casal não pudesse comer de seus frutos e viver para sempre, e que todos os animais apareceram como que por mágica através de um místico ato criativo, tudo isso acontecendo a alguns milhares de anos, realmente fica muito difícil. Porém, analisar tal relato como um mito criado por homens primitivos que tentavam diante de suas limitações explicar a origem do mundo e dos seres vivos e que tais mitos foram transmitidos oralmente durante gerações ganhando contornos épicos e finalmente depois que o homem desenvolveu a escrita registrou estes mitos, parece ser mais lógico.

A descoberta de escritos contemporâneos à bíblia ou anteriores retratando mitos bem semelhantes aos narrados na bíblia apoiam essa hipótese mais racional e menos mística do relato da criação registrado em Gênesis. O Enuma Elish, o mito de criação babilônico descoberto por Austen Henry Layard em 1849 nas ruínas da Biblioteca de Assurbanipal em Nínive (Iraque) e publicado por George Smith em 1876 tendo sua composição remontada a Idade do Bronze, nos tempos de Hamurabi ou talvez no início da Era Cassita (cerca de 18 a 16 séculos a.C.) descreve um Deus lutando contra o caos para estabelecer a ordem e a criação começando na luz e acabando no homem. Um outro exemplo interessante é a Epopeia de Gilgamés, uma das primeiras obras conhecidas da literatura mundial com seu registro mais completo vindo de uma tábua de argila escrita em língua acadiana do século VIII a.C. tendo sido, no entanto encontradas tábuas com excertos que datam do século XX a.C. O texto descreve uma grande inundação mandada por Deus para exterminar toda vida na terra escolhendo um homem para sobreviver dando-lhe instruções sobre como construir um grande barco e salvar um casal de cada animal. Não acha tal relato muito semelhante à história do dilúvio encontrada na bíblia?

Escrito por Emerson Borges


Este texto foi extraído do livro “A Bíblia Sob Escrutínio”, publicado pela Editora Clube de Autores. Para adquiri-lo acesse o site através deste link: http://www.clubedeautores.com.br/book/161402--a_biblia_sob_escrutinio

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