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02/09/2014

Vale da Morte: Cientistas Desvendam Mistério das Pedras Que Andam

Em artigo explicativo sobre as rochas deslizantes de Racetrack Playa que são um dos fenômenos geológicos mais intrigantes que ocorrem no Vale da Morte, especialmente num “lago seco” do local. E agora, este fenômeno foi devidamente resolvido.

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Há mais de meio século, um fenômeno intrigante chamou a atenção dos pesquisadores. Eles queriam entender o que estava por trás de algumas pedras que “andavam” sozinhas sobre o Vale da Morte. E o mistério chegou ao fim.

Por vários anos, rochas aparentemente normais pareciam se movimentar sobre o deserto de Mojave, na Califórnia. Algumas pedras pesavam mais 300 kg e invariavelmente deixavam rastros como se alguém as tivesse empurrado ou mudado de posição.

O interessante é que desde que começaram a ser estudadas, a partir da década de 1940, ninguém jamais as viu se movimentarem. Apenas seus rastros eram observados.

Isso fez com que muitas teorias fossem propostas, incluindo algumas bastante incomuns e exóticas, que atribuíam o movimento das peras a campos energéticos obscuros, magnetismo terrestre e até mesmo aos extraterrestres.

Mistério Resolvido

Em dezembro de 2013, uma dupla de pesquisadores ligados à Universidade da Califórnia resolveu por um fim a este mistério e após várias tentativas conseguiram registrar com precisão a ocorrência do evento, o que permitiu entender e explicar o fenômeno.

De acordo com os pesquisadores Richard Norris e James Norris, o movimento das pedras inicia quando a chuva, extremamente rara na região, forma uma película de água sobre o terreno seco, criando uma espécie de lago superficial.

À noite essa água se congela e dá origem a uma chapa de gelo com três a seis milímetros de espessura, na qual as bases das pedras ficam presas. No dia seguinte, com o nascer do Sol esse gelo se parte, criando diversas placas que se deslocam pela ação dos ventos.

Dessa forma, as rochas que estavam aparentemente fixas no solo, passam a se movimentar sobre o barro do deserto a uma velocidade de pode chegar a cinco metros por minuto, o que dá origem aos rastros. As trajetórias dependem basicamente da velocidade e direção do vento e da água que se encontra abaixo das placas.

De acordo com Richard, o fenômeno é difícil de ser observado pois quase não chove no Vale da Morte e as temperaturas médias são muito elevadas.

Por sorte, quando Richard e James presenciaram o fenômeno havia chovido bastante na região e até nevado em algumas localidades.

Para o coautor do estudo, Ralph Lorenz, cientista ligado ao Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, o movimento é muito difícil de ser percebido.

As pedras estão em uma área remota, de difícil acesso e protegida, onde não se pode acampar, além de haver muitas restrições do que as equipes podem levar para lá”, disse.

A maioria dos deslocamentos das pedras ocorre quando está frio, chovendo e ventando, o que dificulta ainda mais o registro”.

Artes: no topo, o cientista Richard Norris ao lado de uma das “pedras que andam” no Vale da Morte, na Califórnia. Na sequencia, uma série de registros do fenômeno. Crédito: Universidade de Califórnia, Apolo11.com.


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