Isso tudo acontece, claro, porque vimos com nossos próprios olhos, na imprensa e televisão, astronautas viajarem no espaço e naves não tripuladas,aterrissarem em outros planetas. Aceitamos as viagens espaciais e os contatos interplanetários porque escutamos com nossos próprios ouvidos um mortal chamado Neil Armstrong, o comandante da Apolo 11, comunicar pelo seu rádio - para o mundo todo ouvir - a primeira descida do homem em outro corpo celestial, a Lua:
Águia não era apenas o codinome para módulo lunar, mas também o epíteto da nave Apolo 11 e o orgulhoso apelido pelo qual os três astronautas se identificavam. O Falcão também já viajara pelo espaço e pousara na Lua. No imenso Museu Aéreo e Espacial do Instituto Smithsoniano de Washington, qualquer pessoa pode ver e tocar os artefatos que foram lançados ou utilizados como veículos de apoio no programa espacial americano. Numa seção especial, onde são simulados pousos na Lua com o auxílio do equipamento original, o visitante ainda pode ouvir a mensagem gravada que procede da superfície lunar:
Até poucas décadas atrás, a noção de que um mortal comum podia vestir algumas roupas especiais, prender-se na parte dianteira de um comprido objeto e depois lançar-se para longe da superfície da Terra parecia absurda. Um ou dois séculos atrás, uma idéia como essa nem teria surgido, pois não havia nada na experiência ou conhecimento humanos para desencadear fantasias desse tipo.
No entanto, como acabamos de ler, os egípcios - há 5 mil anos - conseguiam prontamente visualizar tudo isso acontecendo ao seu faraó: ele viajaria até uma área de lançamento a leste do Egito; entraria num complexo subterrâneo, cheio de túneis e câmaras; passaria em segurança pela usina atômica e câmara de radiação da instalação. Em seguida, vestiria a roupa e o equipamento de um astronauta; entraria na cabine de um Ascensor e se sentaria preso por correias entre dois deuses. Então, quando se abrissem as Portas Duplas, revelando o céu da madrugada, os motores a jato entrariam em ignição e o Ascensor se transformaria numa escada Divina, pela qual o faraó atingiria a Morada dos Deuses no seu "Planeta de Milhões de Anos".
Em que telas de televisão os antigos egípcios podiam ter visto essas coisas acontecerem para acreditar tão firmemente que tudo isso era realmente possível?
Na ausência de aparelhos de televisão em suas casas, a única alternativa seria eles poderem ter ido a um espaço-porto para ver os foguetes subirem e descerem, ou visitarem um "Museu Smithsoniano" com esses artefatos em exposição, acompanhados por guias assistindo a simulações de vôos. Os indícios sugerem que os antigos egípcios vivenciaram exatamente isso: viram o local de lançamento, os equipamentos pesados e os astronautas com seus próprios olhos. Todavia, os astronautas não eram terráqueos indo para um determinado lugar, mas sim criaturas de outros mundos que tinham vindo ao planeta Terra.
Fascinados pela arte, os antigos egípcios pintaram em suas tumbas o que viram ou vivenciaram em sua vida. Os desenhos cheios de detalhes de arquitetura das câmaras e corredores subterrâneos do Duat foram encontrados no túmulo de Seti I. Uma pintura ainda mais surpreendente foi descoberta na tumba de Huy, vice-rei da Núbia e da península do Sinai durante o reinado do famoso Tutancâmon. Decorada com cenas de pessoas, lugares e objetos das duas regiões que Huy governava, a tumba, muito bem preservada até os dias de hoje, mostra em cores vivas um foguete espacial. O corpo está contido num silo subterrâneo e o estágio superior, com o módulo de comando, fica ao nível do solo. O corpo é sub-dividido, como um foguete de vários estágios. Em sua parte inferior, duas pessoas cuidam de mangueiras e alavancas; há uma fileira de mostradores circulares acima delas. O corte transversal do silo mostra que ele é cercado por cavidades tubulares para troca de calor ou outra função qualquer relacionada com energia.
Ao nível do solo, a base hemisférica do estágio superior está claramente pintada como estando queimada, como resultado de uma reentrada na atmosfera terrestre. O módulo de comando grande o bastante para abrigar três ou quatro pessoas - tem a forma cônica e nele há "orifícios de inspeção" verticais em torno de sua parte inferior. A cabine está cercada por adoradores, num ambiente que exibe tamareiras e girafas.
A câmara subterrânea é ornamentada com peles de leopardo, o que fornece um vínculo direto com certas fases da viagem do faraó para a imortalidade. A pele de leopardo era a veste característica dos sacerdotes Shem que realizavam a cerimônia de Abertura da Boca e, simbolicamente, reproduzia os trajes dos deuses que puxavam o faraó pelo "Caminho Secreto do Lugar Oculto", do Duat - um simbolismo repetido para enfatizar a afinidade entre a viagem do rei e o foguete especial no silo subterrâneo.
Como deixam claro os Textos das Pirâmides, o faraó, em sua translação para a vida eterna, embarcava numa viagem simulando a feita pelos deuses. Ra e Set, Osíris e Hórus, e outros tinham subido aos céus daquela maneira. Todavia, os egípcios também acreditavam que os Grandes Deuses tinham vindo à Terra nesse mesmo Barco Celestial. Na cidade de An (Heliópolis), o mais antigo centro de veneração do Egito, o deus Ptah construiu, uma estrutura especial - uma espécie de Instituto Smithsoniano -, dentro do qual uma cápsula espacial de verdade podia ser vista e reverenciada pelo povo!
Esse objeto secreto, o Ben-Ben, ficava guardado no Het-Benben, o "templo do Ben-Ben". Sabemos, pela escrita em hieróglifos no local, que essa estrutura parecia uma enorme torre de lançamento dentro da qual um foguete mantinha-se apontado para Cima, para o céu.
Segundo os antigos egípcios, o Ben-Ben era um objeto sólido que viera do Disco Celestial, a "Câmara Celestial" dentro do qual o próprio grande Deus Ra aterrissara. O termo ben (literalmente: “Aquele que Flui para Fora") transmite o significado combinado de "brilhar" e "atirar para o céu".
O rei Pi-Ankhi subiu a escada até a grande janela para poder ver o deus Ra dentro do Ben-Ben. O próprio rei, em pé e sozinho, empurrou o ferrolho e abriu as duas folhas da porta. Então ele viu seu pai Ra no esplêndido santuário do Het-Benben. Ele viu o Maad, a Barcaça de Ra; e viu Sektet, a Barcaça do Aten.
O santuário, como sabemos a partir de antigos textos, era guardado e cuidado por dois grupos de deuses. Havia os que "ficam do lado de fora do Het-Benben", mas tinham acesso às partes mais secretas do templo, pois sua tarefa era receber as oferendas dos peregrinos e colocá-las no santuário. Os outros eram primariamente guardiães, não apenas do Ben-Ben, mas de todas "as coisas secretas de Ra que estão no Het-Benben". Tal como os turistas hoje em dia acorrem ao Museu Smithsoniano para ver, admirar e até tocar nos reais veículos que estiveram no espaço, os devotos egípcios faziam viagens a Heliópolis para reverenciar e orar para o Ben-Ben, provavelmente com um fervor religioso semelhante ao dos fiéis muçulmanos que fazem peregrinações a Meca, onde vão rezar na Kaaba (uma pedra negra que, acredita-se, é uma réplica da "Câmara Celestial" de Deus).
No santuário de Heliópolis havia uma fonte ou poço cujas águas eram famosas pelos seus poderes de cura, especialmente em questões de virilidade e fertilidade. O termo ben de fato, com o passar do tempo, adquiriram as conotações de virilidade e reprodução e podem ter dado origem ao significado de "descendência masculina" que a palavra ben tem em hebraico. A água da fonte do santuário também era boa para o rejuvenescimento, o que, por sua vez, deu origem à lenda do pássaro Ben, chamado de Fênix pelos gregos que visitavam o Egito. Segundo essas lendas, Fênix era uma águia com plumagem vermelha e dourada e, a cada quinhentos anos, quando estava para morrer, ia a Heliópolis e de uma maneira qualquer renascia das cinzas de si mesma (ou de seu pai).
Heliópolis e suas águas curativas continuaram sendo veneradas até o início da era cristã. As tradições locais afirmam que, quando Maria e José fugiram para o Egito com o Menino Jesus, descansaram perto do poço do santuário.
As histórias egípcias contam que o santuário foi destruído várias vezes por inimigos invasores. Nada resta dele atualmente; o Ben-Ben também desapareceu. No entanto, ele era representado nos monumentos como uma câmara cônica, dentro da qual se podia ver um deus. Os arqueólogos encontraram um modelo em escala do Ben-Ben, feito de pedra, mostrando um deus fazendo um gesto de boas-vindas em sua porta deslizante. O verdadeiro formato da Câmara Celestial provavelmente foi pintado na tumba de Huy. Sem dúvida, o fato de os modernos módulos de comando - as cápsulas que abrigam os astronautas no alto dos foguetes durante o lançamento - serem tão semelhantes ao Ben-Ben é resultado de uma similaridade de propósito e função.
Na ausência do Ben-Ben em si, existe uma prova física - não simples desenhos ou modelos em escala - vinda do santuário de Heliópolis? Já vimos acima que, segundo os textos egípcios, havia outras coisas secretas de Ra em exibição ou apenas guardadas no templo. No Livro dos Mortos, nove objetos incorporados ao hieróglifo para Shem foram desenhados na divisão relativa ao templo de Heliópolis, o que pode significar que realmente existiam outros nove objetos relacionados com o espaço ou peças de espaçonaves em exibição no santuário.
Os arqueólogos podem ter encontrado uma réplica de um desses objetos menores. Trata-se de uma peça de formato estranho, cheia de curvas e recortes, que tem intrigado os estudiosos desde sua descoberta em 1936. É importante dizer que esse objeto foi encontrado - entre outros "objetos de cobre incomuns" - na tumba do príncipe herdeiro Sabu, filho do rei Adjib da 1ª. Dinastia. Portanto, é certo que ele foi colocado ali por volta de 3.100 a.C., e assim, poderia ser mais antigo, mas certamente não mais recente do que aquela data.
Relatando as descobertas em Sakkarah (um pouco ao sul das Grandes Pirâmides de Gizé), Walter B. Emery (Great Tombs of the First Dynasty) descreveu o objeto como "um recipiente de xisto em forma de tigela" e acrescentou que "não foi apresentada nenhuma explicação satisfatória para o estranho formato dessa peça". O objeto foi feito de um único bloco de xisto - uma rocha muito quebradiça que facilmente se separa em camadas finas e irregulares. Se fosse colocado em uso, o objeto logo teria se quebrado. Assim, essa rocha em particular deve ter sido escolhida por ser o material adequado para se esculpir uma forma muito incomum e delicada, como meio de preservar o formato e não de utilizar a peça. Isso levou outros estudiosos, como Cyril Aldred (Egypt to the End of the Old Kingdom), a concluírem que o objeto de pedra "possivelmente imita uma forma que originalmente era de metal".
Um estudo técnico do formato peculiar do objeto lançou pouca luz sobre seu uso ou origem. A peça redonda, com cerca de 60 centímetros de diâmetro e menos que 10 centímetros em sua parte mais espessa, foi obviamente feita para se ajustar a uma haste e girar em torno de um eixo. Seus três recortes, seguindo uma curva incomum, sugerem uma possível imersão num líquido durante a rotação.
Depois de 1936, nenhum esforço foi feito para se decifrar o enigma. Porém, sua possível função acorreu a minha mente em 1976, quando eu lia uma revista técnica onde eram mostrados os desenhos de um revolucionário tipo de volante desenvolvido na Califórnia e ligado ao programa espacial americano. O volante, preso à haste giratória de uma máquina ou motor, vem sendo usado há menos de dois séculos como um meio de regular a velocidade de maquinaria, bem como para acumular energia para um único arranco, como nos compressores de metal (e, mais recentemente, na aviação).
Via de regra, os volantes têm apresentado as bordas espessas, pois a energia se acumula na circunferência da roda. Contudo, por volta de 1970, os engenheiros da Lockheed Missile & Space Company inventaram um modelo completamente diferente - uma roda de bordas leves -, afirmando que ele é mais adequado para economizar energia em trens de transporte de massa ou para armazená-la em ônibus elétricos. A Airesearch Manufacturing Company continuou as pesquisas e desenvolveu um modelo desse volante - que não chegou a ser aperfeiçoado - hermeticamente lacrado dentro de uma carcaça cheia de lubrificante. O fato de esse volante revolucionário ser muito parecido com o objeto de 5 mil anos descoberto no Egito é impressionante, mas torna-se ainda mais espantoso quando se descobre que essa peça, encontrada numa tumba de 3.100 a.C., é semelhante a uma parte do equipamento ainda em desenvolvimento no ano de 1978!
- Onde está o original em metal desse volante de pedra?
- E os objetos que aparentemente ficavam em exibição no santuário de Heliópolis?
- E, a propósito, onde está o próprio Ben-Ben?
Podemos conjeturar, contudo, que a destruição, desaparecimento ou retirada dos objetos sagrados do santuário provavelmente ocorreu durante o chamado Primeiro Período Intermediário do Egito. Nessa época, desfez-se a unificação do Egito e passou a reinar uma total anarquia. Sabemos que os santuários de Heliópolis foram destruídos durante esses anos de desordem. Talvez tenha sido nesse período que Ra deixou seu templo em Heliópolis e tornou-se Amon - "O Deus Oculto".
Quando a ordem começou a ser restaurada, o que primeiro se deu no Alto Egito sob a 11ª. Dinastia, a capital passou a ser Tebas e o deus supremo Amon (ou Amen). O faraó Mentuhotep (Neb-Hepet-Ra) construiu um imenso templo perto de Tebas, dedicou-o a Ra e encimou-o com um enorme pyramidion para homenagear a Câmara Celestial de Ra.
Logo depois de 2.000 a.C., ao iniciar-se o reinado da 12ª. dinastia, houve a reunificação do Egito, a ordem foi restaurada e voltou a existir o acesso a Heliópolis. O primeiro faraó dessa dinastia, Amen-Em-Hat I, logo começou a reconstruir os templos e santuários dessa cidade. Mas, se ele conseguiu devolver os objetos sagrados ou precisou contentar-se com cópias de pedra, não se sabe com certeza. Seu filho, o faraó Sen-Usert (Hjeper-Ka-Ra) - o Sesóstris ou Scsonchusis dos historiadores gregos - erigiu diante do templo duas enormes colunas de granito (com mais de 20 metros de altura), no alto, réplicas da Câmara Celestial de Ra, um pyramidion coberto de ouro ou prata (electro). Um desses obeliscos de granito continua no local onde foi erigido há aproximadamente 4 mil anos. O outro foi destruído no século XII.
Os gregos chamavam esses pilares de obeliscos, significando "cortadores com ponta". Os egípcios lhes davam o nome de Raios dos Deuses. Muitos outros foram erigidos, sempre em pares, diante de entradas de templos, durante a 18ª. e 19ª. dinastias. Posteriormente, alguns foram levados para Nova York, Londres, Paris e Roma. Os faraós afirmavam que erigiam esses obeliscos para "obter (dos deuses) o dom da vida eterna" ou "obter a vida perene", pois eles imitavam em pedra o que os antigos reis tinham visto (e presumivelmente atingido) no Duat, a Montanha Sagrada: os foguetes espaciais dos deuses.
Muitas lápides tumulares atuais, onde está gravado o nome da pessoa falecida, são cópias em pequena escala de obeliscos, um costume que tem raízes na época em que deuses e suas naves espaciais eram uma realidade.
A palavra egípcia para esses Seres Celestiais era NTR - um termo que nas línguas do antigo Oriente Médio significava "Aquele que Observa". Como todos os sinais nessa escrita, ele deve originalmente ter representado um objeto real, visível. As sugestões dos eruditos variam de uma pá com cabo longo até uma flâmula. Margaret A. Murray (The Splendor That Was Egypt) oferece uma visão mais atual. Ao mostrar que a cerâmica do período pré-dinástico mais primitivo era ornamentada com desenhos de barcos carregando um pau com duas bandeirolas, como se fosse uma insígnia, ela conclui que "o mastro com as duas flâmulas tornou-se o hieróglifo para Deus".
O interessante nesses desenhos primitivos é que eles mostravam os barcos chegando de um país estrangeiro. Quando incluíam pessoas, eram remadores sentados comandados por um chefe muito alto, distinguido pelos chifres projetando-se de seu capacete - a marca registrada de um Neter.
Assim, de maneira pictórica, os egípcios afirmaram desde seus primórdios que os deuses tinham vindo de um outro lugar, o que confirma as lendas de como o Egito começou - o deus Ptah, tendo vindo do sul e encontrando a área inundada, executou grandes obras de contenção e represamento, tornando a terra habitável. Na antiga geografia egípcia existia um lugar chamado Ta Neter - "Lugar ou Terra dos Deuses" -, os estreitos na extremidade sul do mar Vermelho, que agora têm o nome de Bab-el-Mandeb. Foi através desse estreito que os navios com a insígnia NTR transportando os deuses de chifre chegaram ao Egito.
O nome egípcio para o mar Vermelho era mar de UR. O termo Ta Ur significava a Terra Estrangeira no Leste. Henri Gauthier, que compilou o Dictionnaire de Noms Géographiques, extraindo todos os nomes de lugares nos textos em hieróglifos, salientou que o sinal para Ta Ur "era um símbolo que designava um elemento náutico... ele significa você tem de ir de barco para o lado esquerdo". Examinando o mapa da região na Antiguidade, vemos que uma curva para a esquerda, para alguém que saía do Egito e passava pelos estreitos de Bab-el-Mandeb, o levaria para a península Arábica, na direção do golfo Pérsico.
Existem outras pistas. Ta Ur significa literalmente A Terra de Ur, e o nome Ur é bem conhecido. Ele foi o local de nascimento de Abraão, o patriarca hebreu. Descendente de Sem (Shem), filho mais velho de Noé, o herói bíblico do dilúvio, ele nasceu na cidade de Ur, na Caldéia, filho de Taré: "Taré tomou seu filho Abraão, seu neto Ló, o filho de Arã e sua nora Sarai. mulher de Abraão. Ele os fez sair de Ur dos caldeus para irem ao país de Canaã.”
No início do século XIX, quando os arqueólogos e lingüistas começaram a decifrar a história e os registros escritos do Egito, a única fonte que citava Ur era o Velho Testamento. A Caldéia, porém, era bem conhecida, pois tratava-se do nome usado pelos gregos para denominar a Babilônia, o antigo reino da Mesopotâmia.
O historiador grego Heródoto, que visitou o Egito e a Babilônia no século XV a.C., descobriu muitas similaridades nos costumes dos dois povos. Descrevendo o recinto sagrado do supremo deus Bel (a quem chamou de Júpiter Belus) e a enorme torre com vários andares onde ele ficava, na cidade da Babilônia, ele escreveu que,
Quanto mais os estudiosos do século XIX foram aprendendo sobre o Egito e comparando o quadro histórico emergente com os escritos de historiadores gregos e romanos, mais dois fatos foram se salientando: Primeiro, a civilização egípcia e sua grandeza não foram uma flor isolada que desabrochou num deserto cultural, mas parte de um desenvolvimento conjunto que ocorreu em todas as terras antigas. Segundo, os contos bíblicos sobre outras terras e reinos, sobre cidades fortificadas e rotas de comércio, sobre guerras e tratados, migrações e estabelecimento em locais diferentes, não eram apenas verdadeiros, mas também exatos.
Os hititas, conhecidos durante séculos apenas pelas breves citações na Bíblia, surgiram nos registros egípcios como poderosos adversários dos faraós. Uma página totalmente desconhecida da História - uma batalha importantíssima entre o exército egípcio e as legiões hititas, que teve lugar em Cades, na parte norte de Canaã, foi descoberta descrita não apenas em textos, mas também representada em paredes de templos. Nesse evento, houve até um toque de interesse pessoal, pois o faraó terminou casando-se com a filha de um rei hitita num esforço para cimentar a paz entre eles.
Os filisteus, "povos do mar", fenícios, horreus, amorreus - povos e reinos até essa época conhecidos através do Velho Testamento - começaram a surgir como realidades históricas à medida que ia progredindo o trabalho arqueológico no Egito. No entanto, pelos relatos, as maiores civilizações de todas pareciam ter sido os antiqüíssimos impérios da Assíria e Babilônia. Mas onde estavam seus magníficos templos e outros restos de sua grandeza? E onde estavam seus registros históricos?
Os viajantes que percorriam a Terra entre os Dois Rios, a vasta planície entre o Tigre e o Eufrates, só relatavam a presença de morros - tells, em árabe e hebraico. Na ausência de rochas, mesmo as mais grandiosas estruturas da Mesopotâmia tinham de ser construídas de tijolos de barro. As guerras, as intempéries e o tempo as haviam reduzido a montes de terra. Em vez de edificações monumentais, as escavações nessas áreas só resultavam na descoberta de pequenos artefatos, entre eles tábulas de argila cozida inscritas com marcas em forma de cunha. Já em 1686, um viajante chamado Engelbert Kampfer visitara Persépolis, a antiga capital dos reis persas que lutaram contra Alexandre e, de monumentos existentes ali copiara sinais e símbolos nessa escrita cuneiforme, como a que está no selo real de Dario. No entanto, ele pensou que eram apenas enfeites. Mais tarde, quando se percebeu que aquilo eram inscrições, não houve meios de se saber de que língua se tratava ou como elas poderiam ser decifradas.
Impulsionado por essas descobertas, um inglês nascido em Paris chamado Henry Austen Layard viajou a Mossul, um centro de caravanas ao noroeste do Iraque, na época parte do Império Otomano, no ano de 1840. Lá ele foi hóspede de William F. Ainsworth, cuja obra Researches in Assyria, Babylonia and Chaldea (1838) - junto com relatórios anteriores e pequenas descobertas feitas por Claudius J. Rich (Memoir on te Ruins of Babylon) - não apenas incendiou sua imaginação como resultou num apoio científico e monetário por parte do Museu Britânico e da Royal Geographical Society. Versado tanto nas referências bíblicas pertinentes como nos clássicos gregos, Layard recordou-se de que um oficial do exército de Alexandre relatara ter visto na área "um lugar com pirâmides e restos de uma antiga cidade", ou seja, urna cidade cujas ruínas já eram consideradas antigas na época do rei da Macedônia!
Os amigos de Layard lhe mostraram os vários tells existentes na área, indicando que havia antigas cidades enterradas sob eles. Seu entusiasmo atingiu o ponto máximo quando ele chegou a um lugar chamado Birs Nimrud. "Vi pela primeira vez o grande monte cônico de Nimrud elevando-se contra o céu claro do fim da tarde", escreveu Layard mais tarde, em sua autobiografia. "A impressão que ele exerceu sobre mim jamais será esquecida." Não seria aquele o lugar onde o oficial de Alexandre vira a pirâmide meio enterrada? Com toda a certeza, o local estava associado ao bíblico Nemrod, "o valente caçador diante de Iahweh", que fundara os reinos e cidades reais da Mesopotâmia (Gênesis, X).
Com o apoio do major Rawlinson, que a essa altura era o cônsul e residente britânico em Bagdá, Layard voltou a Mossul em 1845 para começar as escavações em seu querido tell Nimrud. Mas, apesar do que iria encontrar, a láurea de primeiro arqueólogo moderno da Mesopotâmia não coube a ele. Dois anos antes, Paul-Émile Botta, arqueólogo e cônsul francês em Mossul, amigo de Layard, já tinha iniciado escavações numa colina um pouco ao norte da cidade, na outra margem do rio Tigre. Os nativos chamavam o lugar de Khorsabadi; as inscrições cuneiformes ali encontradas o identificaram como Dur-Sharru-Kin, a antiga capital do bíblico Sargão, rei da Assíria. Elevando-se sobre a vasta cidade, seus palácios e templos, havia realmente uma pirâmide construída em sete andares, chamada de zigurate.
Incentivado pelas descobertas de Botta, Layard começou a cavar em seu morro, onde acreditava descobrir Nínive, a capital assíria citada na Bíblia. Apesar de as escavações revelarem apenas um centro militar assírio chamado Kalhu (a bíblica Cale), os tesouros ali encontrados valeram todos os esforços. Havia entre eles um obelisco erigido pelo rei Salmanasar II, no qual constava, entre os que lhe pagavam tributo, "Jehu, filho de Omri, rei de Israel".
Com isso, as descobertas assírias confirmavam a veracidade histórica do Velho Testamento.
À medida que o ritmo das escavações se acelerava, com outras equipes arqueológicas de várias nações entrando na corrida, todas as cidades mencionadas na Bíblia (com uma única exceção de menor importância) foram sendo descobertas. Mas, enquanto os museus do mundo se enchiam de tesouros antigos, os achados mais valiosos eram as simples tábulas de argila - algumas tão pequenas que se acomodavam na palma da mão do escriba - onde os assírios, babilônios e outros povos na Ásia oriental escreviam contratos comerciais, sentenças de tribunais, registros de casamento e heranças, listas geográficas, informações matemáticas, fórmulas médicas, leis e regulamentos, histórias das famílias reais, de fato, todos os aspectos da vida de sociedades avançadas e altamente civilizadas. Contos épicos, lendas sobre a Criação, provérbios, textos filosóficos, canções de amor e temas semelhantes constituíam uma vasta herança literária. E havia os assuntos celestiais - listas de estrelas e constelações, informações planetárias, tábuas astronômicas; e também listas de deuses, seus relacionamentos familiares, atributos, tarefas e funções - deuses chefiados por doze Grandes Deuses, "Deuses do Céu e da Terra", aos quais estavam associados os doze meses do ano, as doze constelações do zodíaco e os dozes corpos celestes de nosso sistema solar.
Como às vezes as próprias inscrições declaravam, sua linguagem se originava do acadiano. Esses e outros indícios confirmaram a narrativa bíblica de que a Assíria e a Babilônia - que surgiram na cena histórica por volta de 1.900 a.C. - tinham sido precedidas por um reino chamado Acad. Este foi fundado por Sharru-Kin - "O Governante Virtuoso" -, a quem chamamos de Sargão I, que viveu a cerca de 2.400 a.C. Algumas de suas inscrições também foram encontradas e nelas ele se vangloriava de que, por graça de seu deus Enlil, seu império se estendia do golfo Pérsico até o mar Mediterrâneo. Sargão I denominava a si mesmo "Rei de Acad, rei de Kish", e afirmava ter "derrotado Uruk, derrubado sua muralha... ter sido vitorioso na batalha com os habitantes de Ur".
Muitos eruditos acreditam que Sargão I era o bíblico Nemrod, de modo que os versos da Bíblia se aplicam a ele e a uma capital chamada Kish (ou Cuch, segundo a grafia bíblica), onde já existia a realeza mesmo antes de Acad:
A real cidade de Acad foi descoberta ao sudeste da Babilônia, o mesmo acontecendo com Kish, encontrada a sudeste de Acad. De fato, quanto mais os arqueólogos desciam pela planície entre o Tigre e o Eufrates, maior era a antiguidade das cidades escavadas. Num local hoje chamado de Warka, a cidade de Uruk, que Sargão afirmava ter derrotado - a bíblica Arac -, foi descoberta e levou os arqueólogos do terceiro milênio a.C. para o quarto milênio a.C! Nesse local eles encontraram a primeira cerâmica cozida em forno; provas do uso da roda de oleiro; um calçamento de blocos de calcário que é o mais antigo de seu tipo; o primeiro zigurate ou pirâmide de degraus; e os primeiros registros escritos da Humanidade: textos e selos cilíndricos gravados em alto-relevo, que, quando rolados sobre argila úmida, deixavam uma impressão permanente.
Uma das maiores descobertas da Mesopotâmia foi a biblioteca de Assurbanipal, em Nínive, que continha mais de 25 mil tábulas de argila ordenadas por assunto. Um rei de grande cultura, Assurbanipal colecionava todos os textos em que conseguia colocar as mãos e, além disso, mandava seus escribas copiar e traduzir inscrições que de alguma forma ou de outra não estavam disponíveis. Muitas tábulas estavam identificadas pelos escribas como "cópias de velhos textos". Um grupo de 23 tábulas, por exemplo, terminava com um post-scriptum: "23ª. tábula; linguagem de Shumer não modificada". O próprio Assurbanipal declarou numa inscrição:
Era essa, de fato, a bíblica Terra de Sennar (Shin'ar), o país cujo nome - Shumer - significava, literalmente, Terra dos Observadores. E era a mesma Ta Neter dos egípcios, a Terra dos Observadores, da qual tinham vindo os deuses para o Egito.
No século que se seguiu às primeiras descobertas na Mesopotâmia, tornou-se evidente, além de qualquer dúvida, que foi realmente na Suméria (os estudiosos decidiram-se pela grafia Sumer, por acharem-na de pronúncia mais fácil) que começou a civilização moderna. Foi lá, logo depois de 4.000 a.C. - há quase 6 mil anos - que todos os elementos essenciais de uma alta civilização subitamente desabrocharam, como que vindo do nada e sem motivo aparente. Praticamente não existe nenhum aspecto de nossa atual cultura e civilização cujas raízes e precursores não possam ser encontrados na Suméria: cidades, arranha-céus, ruas, mercados, celeiros, docas, escolas, templos; metalurgia, medicina, cirurgia, manufatura de tecidos, arte culinária, agricultura, irrigação; o uso de tijolos, a invenção do forno para cerâmica; a primeira roda conhecida na Humanidade, carros e carroças; embarcações e navegação; comércio internacional; pesos e medidas; o sistema monárquico, leis, tribunais, júris; a escrita e arquivos; música, notas musicais, instrumentos musicais, dança e acrobacia; animais domésticos e zoológicos; a arte da guerra, o artesanato, a prostituição. E, acima de tudo, o estudo e conhecimento dos céus e dos deuses "que vieram do Céu para a Terra".
Que fique bem esclarecido aqui que nem os acadianos nem os sumérios chamavam esses visitantes da Terra de deuses. Só depois, com o paganismo, é que a noção de seres divinos ou deusa infiltrou-se em nossa linguagem e pensamento. Se emprego o termo aqui é somente devido ao seu uso e aceitação generalizados.
Os acadianos chamavam-nos de Ilu - "Os Altíssimos" -, do qual se origina o bíblico El. Os cananeus e fenícios chamavam-nos de Ba' al - "Senhor". Porém, nos primórdios de todas essas religiões, os sumérios chamavam-nos de DIN.GIR. "Os Virtuosos dos Foguetes Espaciais". Na primitiva escrita pictográfica dos sumérios (que posteriormente foi estilizada para a cuneiforme), os Termos DIN e GIR eram escritos .
Quando os dois estão combinados, podemos ver que o "cortador" ou GIR, com forma semelhante a um módulo de comando cênico-piramidal, ajusta-se perfeitamente ao nariz do DIN, mostrado como um foguete de vários estágios. Além disso, quando verticalizamos a palavra-desenho, descobrimos que ela é impressionantemente parecida com o foguete espacial dentro do silo subterrâneo pintado na tumba do egípcio Huy.
Essa história começa em épocas primevas, quando nosso sistema solar ainda era jovem. Um grande planeta surgiu vindo do espaço sideral e foi atraído por ele. Os sumérios chamavam esse invasor de NIBIRU, "O Planeta da Travessia"; os babilônios lhe davam o nome de Marduk. Quando ele estava passando pelos planetas externos de nosso sistema solar, sua trajetória se encurvou devido à força de atração, o que o colocou em curso de colisão com um velho membro do sistema solar - um planeta chamado Tiamat. Quando os dois se aproximaram, os satélites de Marduk cortaram Tiamat ao meio. Sua parte inferior foi esmigalhada em pedaços pequenos e esses restos planetários formaram os cometas e o cinturão de asteróides - o "bracelete celeste" - que orbita entre Júpiter a Marte. A parte superior de Tiamat e o principal satélite desse planeta foram atirados numa nova órbita, tornando-se a Terra e a Lua.
Marduk, intacto, foi capturado numa vasta órbita elíptica em torno do Sol, o que o faz voltar ao local da "batalha celeste", entre Júpiter e Marte, a cada 3.600 anos terrestres. E foi assim que nosso sistema solar ficou com doze corpos celestes - o Sol, a Lua (que os sumérios consideravam um corpo celeste por seu próprio direito), os nove planetas que conhecemos e o 12º.: Marduk.
Era do 12º. membro do sistema solar, diziam os sumérios, que os astronautas tinham vindo à Terra - os "Deuses do Céu e da Terra". E foi a partir das crenças dos sumérios que todos os outros povos da Antiguidade adquiriram seus deuses e religiões. Esses deuses, afirmavam os sumérios, tinham criado a Humanidade e posteriormente lhe dado a civilização, ou seja, todo o conhecimento, todas as ciências, inclusive uma parcela incrível de uma astronomia sofisticada.
Esse conhecimento astronômico abrangia o reconhecimento do sol como o corpo central de nosso sistema planetário e a cognição de todos os planetas que conhecemos atualmente, inclusive os externos - Urano, Netuno e Plutão - que são descobertas relativamente recentes da astronomia moderna e não poderiam ter sido observados e identificados a olho nu. E, tanto nas listas e textos planetários, bem como em descrições pictográficas, os sumérios insistiam na existência de mais um planeta - NIBIRU, Marduk que no ponto de sua órbita mais próximo da Terra passava entre Marte e Júpiter.
A sofisticação em conhecimento celeste - que os sumérios atribuíam aos astronautas vindos de Marduk - não era limitada à familiaridade com o sistema solar. Havia o universo infinito, cheio de estrelas. Foi na Suméria - e não séculos depois, na Grécia, como se imaginava - que pela primeira vez as estrelas foram identificadas, agrupadas em constelações e localizadas no céu, recebendo nomes. Todas as constelações que atualmente vemos no céu do hemisfério norte e a maioria das do hemisfério sul estão listadas nas tábulas astronômicas dos sumérios - em sua ordem correta e com os nomes que usamos até hoje!
Da maior importância eram as constelações que parecem rodear o plano ou faixa na qual os planetas orbitam o Sol. Chamadas pelos sumérios de UL.HE ("O Rebanho Luminoso") - que os gregos adotaram com o nome de zodiakos kyklos ("O Círculo dos Animais") e nós ainda denominamos de zodíaco - elas foram arranjadas em doze grupos para formar as Casas do Zodíaco. Não apenas os nomes que os sumérios deram a esses grupos - Touro, Gêmeos, Câncer, Leão etc. - como suas descrições pictóricas permaneceram imutáveis ao longo dos milênios.
Além dos conceitos da astronomia esférica que empregamos até hoje (inclusive as noções do eixo celestial, pólos, eclíptica, equinócios e outras), que já estavam aperfeiçoados na época dos sumérios, havia também uma surpreendente familiaridade com o fenômeno da Precessão. Como sabemos atualmente, há uma ilusão de retardamento na órbita da Terra quando um observador marca a posição do Sol numa data fixada (tal como o primeiro dia da primavera) contra as constelações do zodíaco que funcionam como um pano de fundo no espaço. Causada pelo fato de o eixo da Terra ser inclinado em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol, esse retardamento ou precessão é infinitesimal em termos de duração de vida dos seres humanos, pois em 72 anos a mudança no pano de fundo zodiacal é de somente 1 grau do círculo celestial de 360 graus.
Uma vez que o círculo do zodíaco que rodeia a faixa onde a Terra e outros planetas orbitam em torno do Sol foi dividida em doze casas arbitrárias, cada uma ocupa 1/12 do círculo completo ou um espaço celestial de 30 graus. Assim, a Terra leva 2.160 anos (72 x 30) para retardar através do vão completo de uma casa zodiacal. Em outras palavras, se um astrônomo colocado na Terra esteve observando o céu no dia de primavera quando o Sol começou a subir contra a constelação ou casa de Peixes, seus descendentes, 2.160 anos depois, observarão o evento com o Sol contra o pano de fundo da constelação adjacente, a casa de Aquário.
Nenhum homem, talvez nem mesmo uma única nação, poderia ter observado, notado e compreendido esse fenômeno na Antiguidade. Todavia, as provas são irrefutáveis: os sumérios, que começaram sua contagem no tempo na Era de Touro (que se iniciou a cerca de 4.400 a.C.), tinham ciência e registraram em suas listas astronômicas as mudanças precessionais anteriores para Gêmeos (cerca de 6.500 a.C.), Câncer (cerca de 8.700 a.C.) e Leão (cerca de 10.900 a.C.). Nem é preciso dizer que foi reconhecido por volta de 2.200 a.C. que o primeiro dia de primavera - Ano-Novo para os povos da Mesopotâmia - retardou os plenos 30 graus e passou para a constelação ou "Era" de Áries, o Carneiro (KU.MAL em sumérios).
Foi reconhecido por alguns estudiosos do passado, que combinaram seu conhecimento de egiptologia e assiriologia com astronomia, que as descrições escritas e pictóricas empregavam a Era do Zodíaco como um grandioso calendário celeste, pelo qual os eventos da Terra eram relacionados com a escalada maior dos céus. Esse conhecimento tem sido utilizado em tempos mais recentes como um auxílio cronológico pré-histórico e histórico em estudos como o de G. de Santillana e H. von Dechend (Hamlet's Mill). Não há dúvida, por exemplo, de que a esfinge com traços de leão ao sul de Heliópolis e as com aspecto de carneiro, que guardavam os templos de Karnak, mostravam as eras zodiacais em que tinham ocorrido os eventos que elas representavam ou nas quais os deuses ou reis relacionados com eles tinham sido supremos.
O ponto básico desse conhecimento de astronomia e, por conseqüência, de todas as religiões, crenças, eventos e descrições do mundo antigo, era a convicção de que existe mais um planeta em nosso sistema solar, o de maior órbita, um planeta supremo ou "Senhor Celestial" - o que os egípcios chamavam de Estrela Imorredoura ou "O Planeta dos Milhões de Anos" -, a Morada Celestial dos Deuses. Os povos da Antiguidade, sem nenhuma exceção, rendiam homenagem a esse planeta, o de mais vasta e majestosa órbita. No Egito, Mesopotâmia e todos os outros lugares, seu onipresente emblema era o do Disco Alado.
Reconhecendo que o Disco Celestial nas ilustrações egípcias representava a Morada Celestial de Ra, os estudiosos sempre insistiram em referir-se a Ra como um "deus do Sol" e ao Disco Alado como "Disco Solar". Agora já deve estar claro que não era o Sol, mas o 12º. Planeta que assim era representado. De fato, as pinturas egípcias faziam uma distinção nítida entre o Disco Celestial e o Sol.
Então os antigos egípcios, como os sumérios, sabiam, mil anos atrás, que o sol era o centro do sistema solar e que ele era constituído de doze corpos celestes? A prova disso está nos mapas celestiais pintados nos sarcófagos.
Um desses sarcófagos, muito bem conservado, descoberto em 1857 por H. K. Brugsch numa tumba de Tebas, mostra a deusa Nut ("O Céu") no painel central (pintado na parte superior do ataúde), cercada pelas doze constelações do zodíaco. Nas laterais do sarcófago, as fileiras inferiores mostram as doze horas do dia e da noite. Logo em seguida vêm os planetas - os Deuses Celestiais - que são mostrados viajando em suas órbitas predeterminadas, os Barcos Celestiais (os sumérios chamavam as órbitas de "destinos" dos planetas).
Na posição central, vemos o globo do sol, emitindo raios. Perto dele, ao lado da mão esquerda de Nut, vemos dois planetas: Mercúrio e Vênus. (Vênus está corretamente pintado como sendo mulher - ele era o único considerado feminino por todos os povos da Antiguidade). Depois, no painel lateral, à esquerda do corpo da deusa, estão a Terra (seguida do emblema de Hórus), a Lua, Marte e Júpiter como Deuses Celestiais viajando em seus barcos.
No painel lateral à direita do corpo de Nut, localizam-se outros quatro Deuses Celestiais na parte inferior - continuando depois de Júpiter -, sem Barcos Celestiais, pois suas órbitas eram desconhecidas para os egípcios: Saturno, Urano, Netuno e Plutão. A época da mumificação do corpo está marcada pelo Lanceiro apontando sua arma na parte média do Touro.
Assim, encontramos todos os planetas em sua ordem correta, inclusive os externos, que só foram descobertos em tempos bastante recentes. O próprio Brugsch, que encontrou o sarcófago, como outros de sua época, não tinham conhecimento da existência de Plutão.
Os eruditos, que estudaram o conhecimento planetário da Antiguidade, partiam da hipótese de que os povos antigos acreditavam que cinco planetas - entre eles o Sol - giravam em torno da Terra. Qualquer desenho ou referências escritas a outros planetas eram, segundo afirmavam, devido a algum tipo de "confusão". Mas não havia confusão nenhuma. Existia, sim, uma impressionante exatidão: o Sol é o centro do sistema solar, a Terra é um planeta e, além dela, da Lua e dos oito planetas que conhecemos atualmente, há um outro planeta, muito maior. No sarcófago ele está pintado em destaque, acima da cabeça de Nut, como um importante Senhor Celestial em seu enorme Barco Celestial, ou seja, sua órbita.
Há 450 mil anos - segundo nossas fontes sumérias -, os astronautas vindos desse Senhor Celestial desceram no planeta Terra.
"H. K. Brugsch numa tumba de Tebas, mostra a deusa Nut" Eu gostaria de ver a pintura original dessa representação da pintura da Deus Nut
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