, Marduk, filho de Enki, foi o bem-sucedido vencedor de uma disputa com Ninurta, filho de Enlil, pela supremacia entre os deuses. Os babilônios reuniram então o original sumério da "Epopéia da Criação", expungiram dele todas as referências a Ninurta e a maior parte das referências a Enlil e voltaram a nomear o planeta invasor Marduk.
A verdadeira elevação de Marduk ao estado de "rei dos deuses" sobre a terra foi assim acompanhada pela associação a ele, como sua contraparte celestial, do planeta dos Nefilim, o Décimo Segundo Planeta. Como "senhor dos deuses celestes [os planetas] ", Marduk era também, e do mesmo modo, "rei dos céus".
Alguns estudiosos começaram por acreditar que "Marduk" era ou a Estrela do Norte ou qualquer outra brilhante estrela avistada nos céus da Mesopotâmia na altura do equinócio da primavera, uma vez que o celeste Marduk era descrito como um "brilhante corpo celestial". Mas Albert Schott (Marduk und sein Stern) [Marduk e Sua Estrela] e outros mostraram, concludentemente, que todos os antigos textos astronômicos falam de Marduk como de um membro do sistema solar.
Uma vez que outros epítetos descrevem Marduk como o "grande corpocelestial" e "um que ilumina", foi aventada a teoria de que Marduk era o Deus Sol babilônico, paralelo ao deus Ra egípcio, a quem os egípcios viam também como um Deus Sol. Textos descrevendo Marduk como aquele "que esquadrinha as alturas dos distantes céus... vestindo um halo cujo esplendor inspira o temor" apóiam esta teoria. Mas o mesmo texto continuava dizendo que "ele vistoria as terras como Shamash [o Sol]". Se Marduk era, em alguns aspectos, semelhante ao Sol, é claro que ele não podia ser o Sol.
Se Marduk não era o Sol, qual dos planetas era ele? Os antigos textos astronômicos não são capazes de identificá-lo com nenhum planeta.
Baseando suas teorias em certos epítetos (tais como, Filho do Sol), alguns estudiosos apontaram para Saturno. A descrição de Marduk, como um planeta de cor avermelhada fez também de Marte um candidato. Mas os textos colocavam Marduk em markas shame ("no centro do céu"), e isto convenceu muitos estudiosos de que a correta identificação devia ser Júpiter, que está localizado no centro da linha dos planetas:
Esta teoria padece de uma contradição. Os mesmos estudiosos que a apresentam são aqueles que defenderam o ponto de vista de que os caldeus não tinham consciência da existência de planetas para além de Saturno. Estes estudiosos listam a Terra como um planeta, enquanto defendem que os caldeus pensavam na Terra como um centro plano do sistema planetário. E eles omitem a Lua, que os mesopotâmios contaram definitivamente como umdos "celestes deuses". Equiparar o Décimo Segundo Planeta com Júpiter não resolve a questão.
A "Epopéia da Criação" afirma claramente que Marduk era um invasor vindode fora do sistema solar, passando pelos planetas exteriores (incluindo Saturno e Júpiter) antes de colidir com Tiamat. Os sumérios chamaram NIBIRU, a esse planeta, o "planeta da travessia", e a versão babilônica da epopéia conservou as seguintes informações astronômicas:
Planeta NIBIRU:
Acima e por baixo eles não atravessarão.
Eles terão de o aguardar.
Planeta NIBIRU:
Planeta que é brilhante nos céus.
Ele tem a posição central;
A ele renderão homenagem.
É ele que sem enfado
Continua a atravessar o meio de Tiamat.
Que "TRAVESSIA" seja o seu nome –
Aquele que ocupa o centro.
Estas linhas fornecem as informações adicionais e concludentes que nos permitem dizer que, com a divisão dos outros planetas em dois grupos iguais, o Décimo Segundo Planeta “continua a atravessar o meio de Tiamat" - ou seja, sua órbita leva-o uma e outra vez sempre ao local da batalha celeste, onde antes estava Tiamat.
Nós descobrimos que os textos astronômicos que tratam, de um modo altamente sofisticado, dos períodos planetários, assim como as listas de planetas em sua ordem celestial, sugerem também que Marduk apareceu algures entre Júpiter e Marte. Uma vez que os sumérios sabiam de todos os planetas, o aparecimento do Décimo Segundo Planeta "na posição central" confirma nossas conclusões:
Mercúrio Vênus Lua Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno Plutão
Se a órbita de Marduk o leva até onde Tiamat estava outrora, relativamentepróximo de nós (entre Marte e Júpiter), por que ainda não avistamos este planeta que, supostamente, é grande e brilhante?
Os textos mesopotâmicos falam de Marduk alcançando regiões desconhecidas dos céus e os longínquos confins do universo. "Ele perscruta o escondido conhecimento... ele vê todos os quadrantes do universo." Ele era descrito como o "monitor" de todos os planetas, aquele cuja órbita lhe dá possibilidade de rodear todos os outros. "Ele segura suas faixas [órbitas]", faz um "arco" à volta deles. Sua órbita é "mais suprema" e "superior" que qualquer outra de outro planeta. Ocorreu deste modo a Franz Kugler (Sternkunde und Sterndienst in Babylon) que Marduk fosse um corpo celeste movendo-se a altas velocidades, orbitando numa via de grande elíptica tal como um cometa.
Uma tal órbita elíptica, focalizada no Sol como um centro de gravidade, tem um apogeu - o ponto mais longínquo do Sol, onde se inicia o vôo de regresso - e um perigeu - o ponto mais próximo do Sol, onde se inicia o regresso para o espaço exterior. Descobrimos que estas duas “bases" estão de fato associadas com Marduk nos textos mesopotâmicos. Os textos sumérios descreviam o planeta como indo desde AN.UR ("Base do Céu") a E.NUN ("Residência Senhorial"). A Epopéia da Criação diz de Marduk:
Ele atravessou o céu e inspecionou as regiões...
Depois ele mediu a estrutura do abismo do Senhor.
Estabeleceu E-Shara como sua notável residência;
Como um grande domicílio ele estabeleceu E-Shara.
Uma "residência" era assim "notável" - distante nas profundas regiões do espaço. A outra foi estabelecida no "céu", nos limites do cinturão de asteróides, entre Marte e Júpiter.
Segundo os ensinamentos de seu antecessor sumério, Abraão de Ur, os antigos hebreus associaram também sua deidade suprema com o supremo planeta. Tal como os textos mesopotâmicos, muitos livros do Antigo Testamento descrevem o "Senhor" como tendo sua residência nas "alturas do céu", onde ele “observa os principais planetas tal como foram erguidos"; um Senhor celestial que, invisível, "nos céus gira como um círculo". O livro de Jó, tendo descrito a colisão celeste, contém estes significativos versos que nos dizem para onde se dirigira o altaneiro e senhorial planeta:
Por sobre o abismo ele delineou uma órbita;
Onde a luz e a escuridão {se fundem}
É o seu mais longínquo limite.
Não menos explicitamente, os Salmos sublinham a majestosa rota do planeta:
Os céus sugerem a glória do Senhor;
O Bracelete Partido proclama seu trabalho manual...
Ele avança como um camareiro vindo da abóbada;
Como um atleta ele deleita-se a correr a rota.
Dos confins dos céus ele emana,
E seu circuito fica no fim deles.
Reconhecido como um grande viajante nos céus, planando em alturas imensas no seu apogeu e depois "descendo, inclinando-se para o céu" no seu perigeu, o planeta é representado como um globo alado.
Toda vez que os arqueólogos descobriram vestígios de povos do Oriente Médio, o símbolo do globo alado estava visível, dominando templos e palácios, esculpido em rochas, gravado em selos cilíndricos, pintado em paredes. Acompanhava reis e sacerdotes, aparecia sobre seus tronos, "flutuava" sobre eles em cenas de batalhas, aparecia gravado em seus carros.
Objetos de argila, metal, pedra e madeira eram adornados com este símbolo. Os governantes da Suméria e da Acádia, Babilônia e Assíria, Elam e Urartu, Mari e Nuzi, Mitanni e Canaã - todos eles reverenciaram o símbolo. Os reis hititas, os faraós egípcios, os shar's persas - todos proclamaram a supremacia do símbolo (e daquilo que ele representava). E assim permaneceu durante milênios.
Elemento central nas crenças religiosas e na astronomia do Mundo Antigo, era a convicção de que o Décimo Segundo Planeta, o "Planeta dos Deuses", permanecia no interior do sistema solar e que sua grandiosa órbita regressava periodicamente às proximidades da Terra. O signo pictográfico para o Décimo Segundo Planeta, o "Planeta da Travessia", era uma cruz. Este signo cuneiforme
que significava também “Anu” e "divino", evoluiu nas línguas semitas para a letra tav, que queria dizer "o signo".
De fato, todos os povos do Mundo Antigo consideravam a aproximaçãoperiódica do Décimo Segundo Planeta como um indício de convulsões sociais, grandes modificações e novas eras. Os textos mesopotâmicos falam do aparecimento periódico do planeta como de um acontecimento antecipado, previsível e observável:
Muitos textos abordando a chegada do planeta profetizavam os efeitos que o evento desencadearia na terra e sobre a humanidade. R. Campbell Thompson (The Reports of the Magiciens and Astronomers of Nineveh and Babylon) reproduziu vários destes textos que delineiam o progresso do planeta quando
ele "rodeou a estação de Júpiter" e chegou ao posto de cruzamento, Nibiru:
Esperava-se, no entanto, que o planeta que se aproximava causasse chuvas e inundações, devido aos seus conhecidos efeitos gravitacionais de grande poder:
Em contraste com as bênçãos da nova era, que se seguiriam ao Dia do Senhor, o próprio dia é descrito no Antigo Testamento como uma época de chuvas, inundações e terremotos. Se pensarmos nas passagens bíblicas como
referências, tal como suas correspondentes mesopotâmicas, à passagem pela Terra de um grande planeta de enorme força gravitacional, as palavras de Isaías serão plenamente compreendidas:
Como o barulho da multidão nas montanhas,
Um tumultuoso ruído como o de muita gente junta,
De reinos e nações reunidos em conjunto;
Assim é o Senhor dos Exércitos,
Comandando uma hoste para a batalha.
De uma longínqua terra eles vêm,
Do extremo oposto do céu
Vem o Senhor e suas armas de fúria
Destruir a terra inteira...
Por isso eu agitarei o céu
E a terra será sacudida do seu local
Quando o Senhor dos Exércitos atravessar
O dia de sua ardente cólera.
Enquanto na superfície da terra "montanhas se fundirão... vales serão fendidos", o fuso axial da Terra será também afetado. O profeta Amós prediz explicitamente:
E nesse dia acontecerá,
Disse o Senhor Deus,
Que eu farei o Sol descer à tarde
E eu farei a terra escurecer a meio do dia.
Anunciando, "observem, o Dia do Senhor está para vir", o profeta Zacarias informou o povo que este fenômeno de prisão do eixo da Terra à volta do seu próprio eixo duraria apenas um dia:
Que não haverá luz alguma - anormalmente, fará frio.
E haverá um dia, conhecido por Deus,
Quando à tardinha houver ainda luz.
No Dia do Senhor, disse o profeta Joel, "o Sol e a Lua serão obscurecidos, as estrelas retirarão seu esplendor", "o Sol será transformado em escuridão e a Lua será como sangue vermelho".
Os textos mesopotâmicos exaltaram o brilho do planeta e sugeriram que ele podia ser visto até de dia: "Visível ao nascer do Sol, desaparecendo de vista ao pôr-do-sol". Um selo cilíndrico encontrado em Nippur representa um grupo de homens com o arado olhando com temor enquanto o Décimo Segundo Planeta (descrito com seu símbolo-cruz) é visível nos céus.
Os povos antigos não só esperavam a chegada periódica do Décimo Segundo Planeta, como também desenhavam em quadro sua progressiva rota.
Várias passagens bíblicas - especialmente em Isaías, Amós e Jó - relatam o movimento do celestial Senhor para várias constelações. "Sozinho, ele alongou-se pelos céus e trilhou sobre o mais alto abismo; ele chega à Ursa Maior, Órion e Sírius e às constelações do Sul." Ou: "Ele faz sua face sorrir sobre Touro e Áries; de Touro a Sagitário ele viajará". Estes versos descrevem um planeta que não só transpõe os mais altos céus, como também entra vindo do Sul e gira na direção dos ponteiros do relógio - tal como nós deduzimos dos dados fornecidos pelos mesopotâmios. Bastante explicitamente, o profeta Habacuque afirmava: "O Senhor virá do Sul... sua glória encherá a Terra... e Vênus será como que uma luz, seus raios dados pelo Senhor".
Entre os muitos textos mesopotâmicos que abordam o assunto, um é particularmente claro:
Planeta do deus Marduk:
Ao seu aparecimento: Mercúrio.
Subindo trinta graus do arco celestial: Júpiter
Quando colocado no local da batalha celeste: Nibiru.
Como o seguinte quadro esquemático ilustra, os textos acima transcritos não aplicam simplesmente ao Décimo Segundo Planeta vários nomes (como julgaram os estudiosos). Eles abordam, antes, os movimentos do planeta e os três pontos cruciais nos quais seu aparecimento pode ser observado e desenhado a partir da Terra.
A primeira oportunidade de observar o Décimo Segundo Planeta no momento em que sua órbita o traz de novo às proximidades da Terra era, então, quando o planeta alinhava com Mercúrio (ponto A) - pelos nossos cálculos, num ângulo de 30° em relação ao imaginário eixo celestial Sol- Terra-perigeu.
Aproximando-se mais da Terra e parecendo deste modo "levantar-se" mais alto nos céus da Terra (outros 30° para sermos exatos), o planeta atravessa a órbita de Júpiter no ponto B. Finalmente, chegando ao local em que se travara a batalha celeste, o perigeu, ou o Local de Cruzamento, o planeta é Nibiru, ponto C. Desenhando um eixo imaginário entre o Sol, a Terra e o perigeu da órbita de Marduk, os observadores na Terra viram Marduk primeiramente alinhado com Mercúrio num ângulo de 30º (ponto A). Avançando outros 30° Marduk atravessa a via orbital de Júpiter no ponto B.
Depois, no seu perigeu (ponto C) Marduk alcança o Cruzamento: de volta ao local da batalha celeste, ele estava mais próximo da Terra e começou em sua órbita de novo até aos longínquos confins do espaço.
A antecipação do Dia do Senhor em antigos escritos mesopotâmicos e hebreus (cujo eco é encontrado nas esperanças expressas no Novo Testamento na vinda do Reino dos Céus) era, deste modo, baseada nas reais experiências do povo da Terra: seu testemunho do regresso periódico do planeta do reino às vizinhanças da Terra.
O aparecimento e o desaparecimento periódico deste planeta, contemplado da Terra, confirmam a suposição de sua permanência em órbita solar. Assim sendo, ele age como muitos cometas. Alguns dos cometas conhecidos, tal como o cometa de Halley, que se aproxima da Terra de 75 em 75 anos, desapareceriam de vista por períodos de tempo tão longos que os astrônomos tinham dificuldade em perceber que observavam o mesmo cometa. Outros cometas foram vistos apenas uma vez na memória humana e julga-se que possuem períodos orbitais de milhares de anos. O cometa Kohoutek, por exemplo, descoberto pela primeira vez em março de 1973, chegou a 120 milhões de quilômetros da Terra em janeiro de 1974 e desapareceu por detrás do Sol pouco tempo depois. Os astrônomos calculam que ele reaparecerá em algum lugar daqui a 7.500 até 75.000 anos no futuro.
A familiaridade humana com os aparecimentos periódicos do Décimo Segundo Planeta sugere que seu período orbital é mais curto do que aquele calculado para Kohoutec. Se é assim, por que nossos astrônomos não têm consciência da existência deste planeta? O fato é que mesmo uma órbita com
metade da duração da estimativa mais baixa proposta para Kohoutec levaria o Décimo Segundo Planeta cerca de seis vezes mais longe de nós do que o planeta Plutão - uma distância em que tal planeta não seria visível da Terra, uma vez que mal poderia refletir (ou não refletiria sequer) a luz do Sol em direção à Terra. De fato, os planetas conhecidos para além de Saturno foram primeiramente descobertos não visual, mas matematicamente. As órbitas dos planetas conhecidos, descobriram os astrônomos, eram aparentemente afetadas por outros corpos celestes.
Os astrônomos poderão "descobrir" o Décimo Segundo Planeta pelo mesmo caminho. Houve já especulação acerca da existência do "Planeta X" que, embora invisível, pode ser "sentido" através de seus efeitos nas órbitas de certos cometas. Em 1972, Joseph L. Brady, do Laboratório Lawrence Livennore da Universidade da Califórnia, descobriu que as discrepâncias na órbita do cometa de Halley poderiam ser causadas por um planeta do tamanho de Júpiter orbitando o Sol de 1.800 em 1.800 anos. À distância estimada de 9 bilhões de quilômetros a sua presença podia ser detectada apenas matematicamente.
Enquanto tal período orbital não pode ser traçado, as fontes mesepotâmicas e bíblicas apresentam fortes provas de que o período orbital do Décimo Segundo Planeta é de 3.600 anos. O número 3.600 era escrito em sumério como um largo círculo. O epíteto do planeta - shar ("supremo governante") - significa um "círculo perfeito", um "ciclo completo", e também o número 3.600. E a identidade dos três termos - planeta/órbita/3.600 - não podia ser mera coincidência.
Berossus, o estudioso sacerdote-astrônomo babilônico, falava de dez governantes que reinaram sobre a Terra antes do dilúvio. Resumindo os escritos de Berossus, Alexandre Polyhistor escreveu: "No segundo livro havia a história de dez reis dos caldeus e dos períodos de cada reino, que consistia coletivamente em 120 shar's ou 432.000 anos, atingindo o tempo do dilúvio".
Abydenus, um discípulo de Aristóteles, cita também Berossus em termos de dez governantes pré-diluvianos cujos reinados totais somavam 120 shar's. Ele deixa bem claro que estes governantes e suas cidades estavam localizados na antiga Mesopotâmia:
Agora, um shar crê-se que representa 3.600 anos...
Depois dele Alaprus reinou três shar's; a ele sucedeu Amillarus, da cidade de
Panti-Biblon, e ele reinou treze shar's...
Depois dele, Ammenon reinou doze shar's; ele era da cidade de Panti-Biblon.
Depois Megalurus da mesma cidade, governou dezoito shar's.
Depois Daos, o Pastor, governou pelo espaço de dez shar's...
Depois deles, houve outros governantes, e o último de todos foi Sisithrus;
assim, ao todo foram dez reis e a duração de seus reinados eleva-se a 120
shar's.
Apollodorus de Atenas relatou também as revelações pré-históricas de Berossus em termos semelhantes - dez governantes reinaram durante um total de 120 shar's (432.000 anos) e o reinado de cada um deles é também medido em unidades shar de 3.600 anos.
Com o advento da sumeriologia, os "vetustos textos" aos quais Berossus se referia foram encontrados e decifrados; tratava-se de listas de reis sumérios que aparentemente estabelecem a tradição dos dez governantes que reinaram sobre a Terra desde o tempo em que “a realeza desceu dos céus" até ao tempo em que o "dilúvio varreu a face da Terra".
Uma lista suméria de reis, conhecida como texto WB/144, registra os reinos divinos em cinco lugares estabelecidos ou "cidades". Na primeira cidade, Eridu, houve dois governantes. O texto prefixa ambos os nomes com a sílaba-título "A", significando "progenitor".
Quando a realeza desceu dos céus,
Ela chegou primeiro a Eridu.
Em Eridu,
A.LU.LIM tornou-se rei; ele governou 28.800 anos.
A.LAL.GAR governou 36.000 anos.
Dois reinaram sobre Eridu durante 64.800 anos.
A realeza transferiu-se depois para outras sedes de governo onde os governantes eram chamados en, ou "senhor" (e, em certa época, pelo divino título dingir).
Eu renunciei a Eridu;
Sua realeza foi levada até Bad-Tibira.
Em Bad-Tibira,
EN.MEN.LU.AN.NA governou 43.200 anos;
EN.MEN.GAL.AN.NA governou 28.800 anos.
O Divino DU.MU.ZI, Pastor, reinou 36.000 anos.
Três reis governaram a cidade durante 108.000 anos.
A lista nomeia as cidades que se seguiram, Larak e Sippar, e seus governantes divinos; e, por último, a cidade de Shuruppak, onde um humano de ascendência divina era rei. O fato impressionante acerca das fantásticas durações destes governos é que, sem exceção, elas são múltiplos de 3.600:
Alulim - 8 x 3.600 = 28.800
Alalgar - 10 x 3.600 = 3. 000
Enmenluanna - 12 x 3.600 = 43.200
Enmengalanna - 8 x 3.600 = 28 800
Dumuzi - 10 x 3.600 = 36.000
Ensipazianna - 8 x 3.600 = 28.800
Enmenduranna - 6 x 3.600 = 21.600
Urbartutu - 5 x 3.600 = 18.000
Outro texto sumério (W-B/62) adicionava Larsa e seus dois governantes divinos à lista de reis e os períodos de reinado que ele fornece são múltiplos perfeitos do shar de 3.600 anos. Com ajuda de outros textos, a conclusão a que chegamos é que houve, de fato, dez governantes na Suméria antes do dilúvio: cada governo durou tantos shar's e no conjunto seus reinados duraram 120 shar's - tal como relatou Berossus.
A própria conclusão sugere que estes shar's de reinado estavam relacionados com o período orbital shar (3.600 anos) do planeta "Shar", o "Planeta do Reino", e que Alulim reinou durante oito órbitas do Décimo Segundo Planeta, Alalgar durante dez órbitas, e assim por diante.
Se estes governantes pré-diluvianos eram, como sugerimos, os Nefilim que vieram para a Terra do Décimo Segundo Planeta, então, não surpreenderá a ninguém que seus períodos de "reinado" na Terra estejam relacionados com o período orbital do Décimo Segundo Planeta. Os períodos de tal exercício de poder ou reinado duravam desde o instante de uma aterrissagem até ao momento de uma decolagem; assim que um comandante chegava do Décimo Segundo Planeta, terminava o tempo de outro. Uma vez que as aterrissagens e as decolagens devem ter estado relacionadas com a aproximação da Terra do Décimo Segundo Planeta, os períodos de exercício de poder dos comandantes só podiam mesmo ter sido medidos em termos de tais períodos orbitais, ou seja em shar's.
É claro que podemos perguntar se algum dos Nefilim, tendo aterrissado na Terra, poderia ter permanecido no comando aqui pelos referidos 28.800 ou 36.000 anos. Não admira que os eruditos falem da duração destes reinados como "lendária".
Mas que é um ano? O nosso "ano" é simplesmente o tempo que leva a Terra a completar uma órbita à volta do Sol. Porque a vida se desenvolveu na Terra quando ela já girava à volta do Sol, a vida na Terra é tipificada por esta duração de órbita. (Até um menor tempo de órbita, como o da Lua, ou ciclo dia-noite, é suficientemente poderoso para afetar quase todas as fontes da vida na Terra.) Nós vivemos determinado número de anos porque nossos relógios biológicos estão engrenados a determinado número de órbitas à volta do Sol.
Poucas dúvidas poderão restar de que a vida num outro planeta seria "cronometrada" pelos ciclos desse mesmo planeta. Se a trajetória do Décimo Segundo Planeta à volta do Sol fosse tão extrema que uma órbita sua se completasse no mesmo tempo que leva a Terra para completar 100 órbitas, então um ano dos Nefilim equivaleria a 100 dos nossos anos. Se sua órbita fosse 1.000 vezes mais longa que a nossa, então 1.000 anos terrestres equivaleriam apenas a um único anos dos Nefilim.
E que aconteceria se, tal como pensamos, sua órbita à volta do Sol durasse 3 600.anos da Terra? Então 3600 dos nossos anos seriam apenas um ano no calendário dos Nefilim e também apenas um ano no seu tempo de vida. Os períodos de exercício da realeza relatados pelos sumérios e Berossus não seriam, assim, nem "lendários" nem fantásticos: eles teriam durado cinco, ou oito, ou dez anos dos Nefilim.
Já salientamos em capítulos anteriores que a marcha da humanidade para a civilização, através da intervenção dos Nefilim, passou por três estágios separados por períodos de 3.600 anos: o período Mesolítico (cerca do ano 11.000 a.C.), a fase da cerâmica (cerca do ano 7.400 a.C.) e a súbita civilização suméria (cerca do ano 3.800 a.C.). É provável então que os Nefilim tivessem periodicamente revisto (e resolvido continuar) o progresso da humanidade, uma vez que podiam reunir-se em assembléia a cada vez que o Décimo Segundo Planeta se abeirava da Terra.
Muitos estudiosos (por exemplo, Heinrich Zimmern, in The Babylonian and Hebrew Genesis [O Gênesis Babilônico e Hebreu]) salientaram que o Antigo Testamento continha tradições de chefes de clãs ou antecessores prédiluvianos e que a linha de Adão a Noé (o herói do dilúvio) lista dez destes governantes. Recapitulando a situação anterior ao dilúvio, o livro do Gênesis (capítulo VI) descreveu o desencanto divino com a humanidade. "E o Senhor arrependeu-se de ter criado o homem na Terra... e o Senhor disse: Eu destruirei a humanidade que criei.”
Meu espírito não protegerá o Homem para sempre;
Tendo errado, ele não é senão carne.
E seus dias foram 120 anos.
Gerações e gerações de eruditos leram o verso "E seus dias serão 120 anos" como a concessão ao homem de um período de vida de 120 anos pela divindade. Mas isto não faz nenhum sentido. Se o texto trata do desejo de Deus em destruir a humanidade, por que razão ofereceria ele simultaneamente uma longa vida? E nós descobrimos que, mal o dilúvio abrandou, e já Noé vivera muito mais que o suposto limite de 120 anos, tal como aconteceu também aos seus descendentes Shem (600), Arpakhshad (438) Shelah (433), e assim por diante.
Procurando aplicar o período de vida de 120 anos ao homem, os estudiosos ignoram o fato de que a linguagem bíblica não usa o futuro - "Seus dias serão" -, mas o passado - "E seus dias foram 120 anos". Então, a pergunta óbvia é: a quem pertence o período de tempo referido aqui?
Nossa conclusão é de que a conta de 120 anos se destinava a ser aplicada à divindade.
A situação de um acontecimento momentâneo em sua correta perspectiva temporal é um padrão comum aos textos épicos sumérios e babilônicos. A Epopéia da Criação inicia-se com as palavras Enuma elish ("quando nas alturas"). A história do encontro do deus Enlil com a deusa Ninlil é situada no tempo "em que o homem ainda não fora criado", e por assim adiante.
A linguagem e o objetivo do capítulo VI do Gênesis estão engrenados para servir um mesmo fim: colocar os acontecimentos momentosos da grande inundação em sua correta perspectiva temporal. Logo, a primeira palavra do primeiro verso do capítulo VI é quando:
Começaram a aumentar de número
Sobre a face da Terra,
e começaram a nascer filhas entre eles.
Este, continua a narrativa, foi o tempo em que:
Viram as filhas dos terráqueos
E elas eram compatíveis;
E eles levaram para eles próprios
Foi o tempo em que:
Os Nefilim estavam sobre a Terra
Nesses dias, e depois também;
Quando os filhos dos deuses
E elas conceberam.
Eles eram os poderosos que são de Olam,
O povo do Shem.
Foi então, nesses dias, naquela época em que o homem estava para ser varrido da face da Terra pelo dilúvio.
Quando se passou isso exatamente?
O versículo 3 diz-nos inequivocamente quando: quando sua, a vida da divindade, era 120 anos. Cento e vinte "anos", não do homem e não da Terra, mas tal como eram medidos pelos poderosos, o "Povo dos Foguetes", os Nefilim. E seu ano era o shar, 3.600 anos terrestres.
Esta interpretação não só clarifica os desorientadores versículos do capítulo VI do Gênesis, como mostra também de que modo os versículos se conjugam com a informação suméria: 120 shar's, 432.000 anos da Terra, decorreram entre a primeira aterrissagem dos Nefilim na Terra e o dilúvio.
Baseados em nossas estimativas sobre quando terá ocorrido o dilúvio, situamos a primeira aterrissagem dos Nefilim na Terra há cerca de 450.000 anos.
Antes de voltarmos aos antigos registros referentes às viagens dos Nefilim à Terra e seu estabelecimento aí, há duas questões básicas que precisam encontrar resposta: poderiam seres obviamente não muito diferentes de nós ter evoluído noutro planeta? Poderiam tais seres ter tido a capacidade, 1 milhão de anos atrás, de realizar viagens interplanetárias?
A primeira questão aborda outra de caráter ainda mais essencial: haverá vida tal como nós conhecemos em outros lugares para além do planeta Terra? Os cientistas sabem hoje que existem numerosas galáxias como a nossa, contendo inumeráveis estrelas semelhantes ao nosso Sol, com números astronômicos de planetas fornecendo todas as combinações imagináveis de temperaturas, atmosferas e produtos químicos e oferecendo bilhões de possibilidades de existência de vida.
Eles descobriram também que nosso próprio espaço interplanetário não é vazio. Por exemplo, há moléculas de água no espaço, resíduos daquilo que se julga terem sido nuvens de cristais de gelo que aparentemente envolviam as estrelas em seus mais remotos estágios de desenvolvimento. Esta descoberta empresta seu apoio às persistentes referências mesopotâmicas às águas do Sol que se misturaram intimamente com as águas de Tiamat.
As moléculas básicas da matéria viva foram também descobertas "flutuando" no espaço interplanetário, e a crença de que a vida só pode existir dentro de certas atmosferas ou limites e temperaturas foi também abandonada. Além disso, a noção de que a única fonte de energia e calor disponível aos organismos vivos são as emissões do Sol foi descartada. Assim, a missão espacial Pioneer 10 descobriu que Júpiter, embora muito mais longe do Sol que a Terra, era tão quente como esta e deve ter tido suas próprias fontes de energia e calor.
Um planeta com uma abundância de elementos radioativos em suas profundezas não geraria apenas seu próprio calor, ele experimentaria também uma substancial atividade vulcânica. Esta atividade vulcânica dá origem a uma atmosfera. Se o planeta é suficientemente grande para exercer uma intensa força gravitacional, ele manterá sua atmosfera quase indefinidamente.
Tal atmosfera, por seu turno, cria um efeito de estufa: protege o planeta do frio do espaço exterior e impede que o calor próprio do planeta se dissipe no espaço - muito à semelhança do que faz nosso vestuário mantendo-nos quentes por não permitir que o calor do corpo se dissipe. Com isto em mente, as descrições dos textos antigos do Décimo Segundo Planeta (como que "vestidas com um halo") assumem mais do que apenas significado poético. A ele se referem sempre como um planeta radiante - "o mais radiante dos planetas é ele" -, e suas descrições mostram-no como um corpo emissor de raios. O Décimo Segundo Planeta podia gerar seu próprio calor e reter esse mesmo calor devido a seu manto atmosférico.
Os cientistas chegaram também à inesperada conclusão de que a vida podia não só ter evoluído nos planetas exteriores (Júpiter, Saturno, Urano, Netuno), como provavelmente evoluiu. Estes planetas são constituídos pelos elementos mais leves do sistema solar, têm uma composição mais semelhante à do universo em geral e oferecem uma profusão de hidrogênio, hélio, metano, amônia e provavelmente neônio e vapor de água em suas atmosferas - todos os elementos requeridos para a produção de moléculas orgânicas.
Para a vida, tal como nós sabemos que ela se desenvolveu, a água é um elemento essencial. Os textos mesopotâmicos não deixam dúvidas de que o Décimo Segundo Planeta era um planeta aquoso. Na Epopéia da Criação, a lista de cinqüenta nomes do planeta incluía um grupo exaltando seus aspectos aquosos. Baseados no epíteto A.SAR ("rei aquoso"), "quem estabeleceu os níveis de água", os nomes descrevem o planeta como A.SAR.U ("supremo, brilhante rei aquoso"), A.SAR.U.LU.DU ("supremo, brilhante rei aquoso cuja profundidade é variada"), e assim por diante.
Os sumérios não tinham dúvidas de que o Décimo Segundo Planeta era um verdejante planeta de vida; de fato, eles chamam-lhe NAM.TIL.LA.KU, "o deus que mantém vida". Ele era também "concessor de culturas", "criador de cereais e ervas que causam o rebento da vegetação... que abriu regos, trazendo as águas de abundância" - o "irrigador do céu e da terra".
A vida, concluíram os cientistas, evoluiu não sobre os planetas terrestres com seus pesados compostos químicos, mas nas orlas exteriores do sistema solar. Destas orlas do sistema solar veio para o meio de nós o Décimo Segundo Planeta, um avermelhado e resplandecente planeta, gerando e irradiando seu próprio calor, fornecendo a partir de sua própria atmosfera os ingredientes necessários para a química da vida.
Se há um verdadeiro quebra-cabeça, ele é o aparecimento da vida na Terra. A Terra formou-se há cerca de 4,5 bilhões de anos, e os cientistas acreditam que as formas de vida mais simples já estavam presentes na Terra depois de algumas centenas de milhões de anos. Há também várias indicações de que as mais velhas e simples formas de vida, com mais de 3 bilhões de anos, tinham moléculas de origem biológica, ao invés de não-biológica.
Diferentemente afirmado, isto significa que a vida que existiu na Terra logo que ela nasceu, descendia de uma forma prévia de vida, e não o resultado da combinação de produtos químicos e gases estéreis.
O que tudo isto sugere aos estupefatos cientistas é que a vida, que não podia facilmente ter evoluído na Terra, de fato, não evoluiu na Terra. Escrevendo na revista científica Icarus (setembro 1973), o vencedor do Prêmio Nobel, Francis Crick, e o dr. Leslie Orgel aventaram a teoria de que "a vida na Terra pode ter surgido de ínfimos organismos de um distante planeta”.
Eles iniciaram seus estudos a partir do conhecido constrangimento entre os cientistas acerca das teorias correntes das origens da vida na Terra. Por que é que haverá apenas um código genético para toda a vida terrestre? Se a vida começou do "caldo" primitivo, como acredita a maior parte dos estudiosos, dever-se-iam ter desenvolvido organismos com uma variedade de códigos genéticos. E depois, por que é que o elemento molibdênio desempenha um papel-chave nas reações enzimáticas essenciais à vida, se o molibdênio é um elemento tão raro? Por que é que elementos como o cromo ou o níquel têm tão pouca importância nas reações bioquímicas?
A bizarra teoria oferecida por Crick e Orgel não só dizia que toda a vida na Terra pode ter surgido de um organismo de outro planeta, como acrescenta que esta "sementeira" foi deliberada - que seres inteligentes de outro planeta lançavam a "semente da vida" de seu planeta natal para a Terra numa nave espacial, seguindo o objetivo expresso de iniciar a cadeia da vida na Terra.
Sem se beneficiarem dos dados fornecidos por este livro, esses dois eminentes cientistas chegaram perto do fato real. Não houve sementeira "premeditada": em vez disso, houve uma colisão celeste. Um planeta
portador de vida, o Décimo Segundo Planeta e seus satélites, colidiu com Tiamat e dividiu este em dois, "criando" a Terra de uma de suas metades.
Durante esta colisão, o solo e o ar portadores de vida do Décimo Segundo Planeta "semearam" a Terra, dando-lhe as remotas e complexas formas biológicas de vida para cujo primitivo aparecimento não existe outra explicação.
Se a vida no Décimo Segundo Planeta começou até mesmo 1% antes que na Terra, então ela começou lá cerca de 45 milhões de anos mais cedo. Mesmo por esta margem insignificante, seres tão desenvolvidos como o homem podiam já viver sobre o Décimo Segundo Planeta quando os pequenos mamíferos tinham apenas começado a aparecer na Terra.
Dado este remoto início para a vida no Décimo Segundo Planeta, foi possível ao seu povo realizar viagens no espaço uns meros 500.000 anos atrás.
Fonte: O 12º. PLANETA - Zecharia Sitchin
Tradução de ANA PAULA CUNHA
DOWNLoad: http://versadus.com/Zecharia-Sitchin-O-12-Planeta-Nibiru.html
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