Este satélite desperta as atenções dos cientistas terrestres, com uma leve suspeita de que seja habitato por seres inteligentes. Deste mundo surgiram contatos de grande significância com os humanos, um dos que se destacaram foi Dino Kraspedon.
Leia:
Num maravilhoso livro, A Era do Aquário, o grande Paul Le Cour escrevia: “O Aquário é representado em Astronomia por duas linhas onduladas paralelas. É o hieróglifo que representa a água no Egito e no México”.
O fato de encontrar o mesmo hieróglifo com o mesmo sentido dos dois lados do oceano mostra que tiveram uma origem comum. Nos mapas celestes, o Aquário é representado sob o aspecto de um rapaz, com um gorro frígio à cabeça, tendo uma urna revirada de onde as ondas se expandem através do céu. O nome desse rapaz é Ganimedes, sua história faz parte da mitologia grega. Na hora atual, os mitólogos não vêem nessas lendas senão fatos que dizem respeito a fenômenos meteorológicos ou astronômicos, o que é uma maneira muito simplista de interpretar o que a Antigüidade nos legou.
A história de Ganimedes tem uma importância muito grande, todo mundo a conhece, mas poucas pessoas tentaram ainda penetrar-lhe o sentido oculto. Zeus, o senhor do Olimpo, descontente com os serviços de Hebe, encarregada de verter para os deuses a ambrosia, observou em Creta um jovem de uma beleza maravilhosa: Ganimedes. Era o filho de Tros e de Callirhoé. Zeus resolveu raptá-lo e fazer dele o copeiro dos deuses. Tomou para tanto a forma de uma águia, colheu o rapaz em suas garras poderosas e subiu ao céu levando-o. Na iconografia religiosa, assim como Ganimedes, São João, o patrono dos iniciados, é representado tendo a águia como símbolo.
Sabemo-lo, os sábios sacerdotes pré-colombianos recebiam, quando de sua entronização, um pentaclo-calendário mágico tendo no verso a figura de um guerreiro com penas de águia à cabeça. O vaso que Ganimedes segura, é também o que São João segura, o Graal, esse vaso sagrado simbólico no qual o sangue do Cristo representa o Conhecimento e o Amor. Ganimedes derramando sobre o mundo o conteúdo de sua urna simboliza a difusão das doutrinas esotéricas com a vinda da Era do Aquário na qual já penetramos. O símbolo do Aquário é a onda como elemento líquido, isto é, a água, mas também as forças hidrelétricas, e as radiações cósmicas, assim como ondas de rádio, e talvez também uma energia nova e desconhecida, idêntica àquela que dá impulso aos OVNI. Em uma palavra, o Ganimedes da mitologia grega representa a era futura que os homens de nosso planeta vão viver.
Por curioso acaso, Francis Scheafer, presidente do Grupo de Estudo dos Objetos Celestes Não Identificados e redator-chefe da revista Fenômenos Desconhecidos, afirma que uma civilização avançada existe num dos doze satélites de Júpiter:
Ganimedes. Esta civilização possuiria os misteriosos discos-voadores que nos visitam regularmente há centenas de anos. Eis o que escreve o presidente do GEOCNI, em uma de suas monografias:
“Apesar das pesquisas aprofundadas, apesar das sínteses, tendências e opiniões autorizadas mais diversas, aqueles que se dedicam ao problema irritante dos OVNI, para não dizer dos extraterrestres, não conseguiram determinar, ainda, com exatidão a origem, ou as origens, desses misteriosos objetos celestes. Contrariamente ao que se poderia acreditar percorrendo esta sumária introdução, não tenho absolutamente a pretensão de erguer o véu sobre um dos enigmas que encerra o cosmos, do qual as estrelas do firmamento constituem pontos de interrogação!
“As pesquisas e experiências cósmicas, tanto norte-americanas quanto soviéticas, são o ponto alto do decênio espacial provando, por fatos indiscutíveis e indiscutidos, a possibilidade para seres vivos de viajar efetivamente no Espaço. Vinte anos de pesquisas “discológicas” continuadas trouxeram elementos construtivos para a edificação de uma HIPÓTESE que poderia muito bem ultrapassar o quadro restrito de uma polêmica sem fundamento.
“Antes de tentar um exame dos pormenores primordiais, devo sublinhar um “paradoxo” admitindo que este substantivo seja adequado para a qualificação de um fato delicado que constatamos há tempos. Efetivamente, resumindo-o, poderíamos defini-lo assim: os Objetos Voadores Não Identificados são uma realidade sustentada por argumentos científicos irrefutáveis. Aimé Michel provou sua existência... ortotecnicamente; Jacques e Janine Vallée não puderam concluir definitivamente ao acaso analisando como nós sabemos as linhas estabelecidas graças a testemunhos concordantes. Acrescentemos a isto fatos concretos e visíveis como os vestígios de Marcianos na Costa do Ouro, o caso deValensole, a morte de Snippy, os efeitos eletromagnéticos, os efeitos de magnetização, de dessecação, de calcinação, e muitos outros fenômenos que não é necessário enumerar mais uma vez. Nesta ordem de idéias, constatamos objetivamente que o fato de discutir sobre a existência de OVNI está largamente ultrapassado... A EXISTÊNCIA estando provada, trata-se principalmente de progredir com um passo cartesiano e nós fazemos uma pergunta derivada dos fatos evocados: estas naves existem, mas não vêm da Terra, de onde elas vêm?
“Por si mesma esta pergunta é dupla:
- - Do espaço “exterior”?
- - De nosso Sistema Solar?
- A respeito do Espaço “Exterior”
Rejeitando à primeira vista o Sistema Solar, como o fazem aqueles que pretendem saber tudo a respeito de tudo, ao passo que nós procuramos antes de tudo eliminar o número de nossas idéias falsas preconcebidas, somos obrigados a viajar sem escala até a região de Alfa ou Próxima do Centauro, mesmo a estrela de Bernard e nosso computador indica já mais de quatro anos-luz! Depois disso, as distâncias tomam processos de impossibilidade relativa. Notamos, de passagem, que os trabalhos de Albert Einstein permitem, entretanto, uma solução cientificamente aceitável. Mesmo possuindo “astronaves-mães” que atinjam os 300.000 km por segundo, isto é, a velocidade da luz, estas últimas levariam, segundo os dados, quatro anos e quatro meses para atingir a órbita terrestre. Imaginemos que a volta exigiria o mesmo tempo, e a experiência, ou a aventura, duraria quase dez anos... Seria fácil apregoar a impossibilidade de uma tal expedição cósmica.
Estamos todos involuntariamente acostumados a conceber o tempo como uma quantidade absoluta. Sabemos, admitindo a veracidade da Relatividade de Einstein, que o espaço, o tempo e a massa são relativos pela razão simples de que dependem do movimento. O vôo à velocidade da luz não é, portanto, impossível por definição, mas ultrapassa ainda a lógica por causa de dificuldades que encontramos para colocar três cosmonautas numa cápsula espacial durante uma duração infinitesimal de alguns dias! Aliás, o homem vive em média sessenta a setenta e cinco anos, em geral. Alguns animais vão muito além desta média. Para a efêmera, ou outros insetos, a duração da vida humana representa uma eternidade “incrível”... Os extraterrestres podem muito bem viver alguns séculos e para eles um período de dez anos não tem nada de alucinante. Confessemo-lo, nossa orgulhosa lógica não se funda senão em conhecimentos adquiridos, mas seu valor é nitidamente limitado quando nós o aplicamos ao universo conhecido. Tudo depende, portanto, de fatores biológicos e cronológicos. A estrela que vemos cintilar estará no centro de um sistema planetário? Na afirmativa, um dos planetas manteria a Vida?
Não possuindo nenhuma prova, contentar-nos-emos em divulgar a nossa ignorância.
Se o caso de Alfa ou de Próxima do Centauro se revela negativo, seríamos quase obrigados a confessar a não-existência dos OVNI. Mas resta a Relatividade... Assim mesmo, o número de coisas que ignoramos ainda nas ciências ultrapassa em muito o dos conhecimentos definitivamente adquiridos. Como tememos instintivamente abordar as dimensões fantásticas de um Universo que o é ainda muito mais, eis-nos “aprisionados” na ronda sempiterna e maravilhosamente orquestral de nove planetas: nosso Sistema Solar.
- A respeito do Sistema Solar
O planeta Mercúrio sendo verdadeiramente uma fornalha, não nos demoraremos nele de modo algum e nosso comportamento será idêntico para Saturno, Urano, Netuno e Plutão cujos distanciamentos titânicos não nos permitem nenhum comentário fundamentado sobre conhecimentos astronômicos adquiridos. O terceiro planeta do sistema solar, a Terra, é habitado? As sondas meteorológicas “Tiros” e “Nimbus” respondem negativamente, com apoio de fotografias! Regiões como New York, Londres, Calcutá, Chicago, Paris, Tóquio ou Los Angeles nem mesmo são visíveis!
Mesmo as mudanças de estações não aparecem nas diversas fotos feitas pelos satélites artificiais “Tiros” e “Nimbus”.
“E, entretanto, ela gira!” Com a mesma certeza, podemos afirmar que ela é habitada. Tiraremos, contudo, uma filosofia desta conclusão científica que relata a ausência total de vida sobre a Terra: nossos satélites falsificam uma certeza sobre a qual seria tolo deter-se mais longamente. Mas como se pode, neste caso, confiar-se cegamente nos valores transmitidos por nossas sondas especiais enviadas para Marte e Vênus?
Além disso, os sinais percorrem primeiro milhões de quilômetros antes do seu registro em numerosos centros espaciais... Este parêntese fora do assunto visa sublinhar, assinalemo-lo, que é impossível por enquanto tirar conclusões definitivas quanto a vida eventual em outros planetas, tais como Marte e Vênus. Neste mesmo parêntese não pretendemos de modo algum afirmar que estes dois planetas são habitados, como o fez George Adamski para o caso de Vênus. (Alguns afirmam mesmo que suas fotos de engenhos interplanetários foram feitas com a parte superior de um aspirador de 1937, mas isto é uma outra história).
Para voltar aos dois mundos citados acima, como explicar as nuvens densas e perpétuas que envolvem Vênus se ali reina um inferno de 300° C? Aliás, os dois “satélites” marcianas, Febos e Deimos, constituem anomalias cósmicas que irritam nossos astrônomos há muito tempo. Como para mostrar desprezo pelos pesquisadores do planeta vizinho, esses “satélites” apresentam sintomas de satélites artificiais! Não nos arriscaremos, absolutamente, em intermináveis elucubrações em torno de uma hipotética civilização sobre o planeta vermelho ou mesmo sobre a misteriosa Vênus.
Aliás, sairíamos do quadro desta pesquisa. “Ab jove principium”! Por eliminação, vamo-nos de encontro ao monstro de nosso sistema solar: Júpiter. Contudo, não será sobre este planeta que estabeleceremos as bases de nossa análise.
Doze satélites prosseguem sua ronda em torno de Júpiter e fixamos o nosso interesse sobre os mais importantes: “Europa”, “Calisto” e “Ganimedes”. Ficaremos neste último, cujo diâmetro avaliado em 4.750 quilômetros permite eventualmente a retenção de uma atmosfera.
Antes de examinar os caracteres típicos de Ganimedes, é necessário sublinhar o principal argumento do qual nasce esta hipótese de uma eventual civilização sobre esta jovem lua jupiteriana: os Objetos Voadores Não Identificados aparecem periodicamente e em média a cada vinte e cinco meses. Ora, a que corresponde este ciclo regular? O PLANETA JÚPITER, ARRASTANDO SEU CORTEJO DE SATÉLITES NATURAIS, ENCONTRA-SE PRÓXIMO À TERRA A CADA VINTE E CINCO MESES! A síntese aprofundada dos ciclos é bastante complexa.
Os “discófilos” conhecem as pesquisas metódicas de Marc Thirouin, da CIESO de Valence, pesquisas publicadas na revista internacional Uranos. Estas últimas referem-se, aliás, principalmente aos perigeus periélicos de Marte e as correspondências que disso decorrem quanto às principais ondas de observações de OVNI. Sem entrar no pormenor dessas certezas adquiridas, contentar-nos-emos em reter esta periodicidade de vinte e cinco meses, número cíclico que corresponde tanto às ondas de observações quanto à passagem de Ganimedes na “proximidade” da Terra.
Astronomicamente falando, o estudo dos satélites jupiterianos é problemático por causa da agitação atmosférica que perturba a qualidade e a estabilidade das imagens a serem obtidas. Se a massa de Ganimedes é bem determinada com a ajuda da mecânica celeste, não acontece o mesmo para a avaliação rigorosa do diâmetro.
Seja como for, os especialistas supõem 4.750 quilômetros como diâmetro para Ganimedes que, assim como os outros satélites naturais de Júpiter, apresenta sombreados nas bordas. Aliás, este satélite imenso, cuja massa em relação à Lua é de 2,07, apresenta uma superfície sobre a qual são visíveis manchas cuja natureza não está ainda definitivamente esclarecida. A determinação das bordas sendo tão delicada, ainda não é possível dizer que o diâmetro de Ganimedes é superior a 4.750 km. A título de comparação, lembremos que Titan, satélite de Saturno, possui um diâmetro de 4.900 km e tem efetivamente uma atmosfera, Calisto, segundo satélite de Júpiter, por ordem de tamanho, mede 4.460 km e não escapa à regra quanto à avaliação do seu porte efetivo. Não poderão ser-nos censuradas estas margens de avaliação nos números alinhados quando se sabe que mesmo pessoas mais qualificadas hesitam no desacordo.
De uma parte, P. Guérin (página 290 de Planetas e Satélites, Larousse) afirma:
“Admite-se que o planeta deva ser bastante volumoso para reter uma atmosfera suficientemente densa”. P. Guérin acrescenta, entre parênteses: RAIO AO MENOS IGUAL A 3.000 KM. Isto indica um diâmetro de 6.000 km. Esta afirmação não é inteiramente exata, pois Titan retém uma atmosfera com seus 4.900 km unicamente.
Poder-se-á retorquir: ela não é suficientemente densa. Aliás, Titan não é um planeta, mas um satélite natural de Saturno. Segundo a conclusão de P. Guérin, seria mais sábio omitir este estudo, pois que faltam 1.250 km a Ganimedes para afirmar que este mundo estranho retém uma atmosfera suficientemente densa para favorecer o eventual desenvolvimento de uma civilização capaz de construir engenhos espaciais, que ultrapassam em muito as técnicas adotadas por Cabo Kennedy e Baikonour. No caso menos favorável, Ganimedes poderia sempre servir para o estabelecimento de uma base de descanso para aqueles que viriam então de mais longe...
Por outro lado, o sr. Combes não toma posição e declara na mesma obra (páginas 225 e 226), Larousse, já citada: “Pode-se, por cálculo teórico, determinar se um corpo planetário é capaz de reter uma atmosfera. É o caso de Ganimedes, mas não foi possível concluir com certeza quanto aos outros três satélites jupiterianos. (...)
Tentou-se, Kuiper em particular, revelar pela espectroscopia, moléculas que provariam a existência de uma atmosfera ( . . . ) Acrescentemos que está ainda fora de questão estudar o assombreamento às bordas dos satélites, que poderia dar-nos indicações quanto à eventual presença de uma atmosfera”. Alguns indícios puderam, contudo, fazer crer nesta existência: as zonas brancas a oriente de Ganimedes podem ser interpretadas como sendo ligeiras nuvens ou condensações de produtos voláteis.
O problema da atmosfera fica, pois colocado e as medidas fotométricas e espectroscópicas se contradizem. Primeiras tentativas provam a existência da atmosfera, as outras, ulteriores, desmentem as conclusões iniciais. O mais perturbador é que Ganimedes lembra o planeta vermelho. Conhecemos um pouco o nosso vizinho, mas não o suficiente para tirar as conclusões que nos interessam.
Pode-se, a este respeito, perguntar-se o que aconteceu ao “Mariner 4”, por ocasião de seu périplo por trás de Marte. A grosso modo, analisando as características de Ganimedes, vemos que Marte, a esta distância, apresentaria a mesma imagem muito fluida, é preciso convir nisso, apesar dos esforços notórios dos especialistas do Pico do Meio-Dia, que fizeram dele ótimas fotos.
Se se tem dúvidas quanto à determinação das margens (os métodos são efetuados graças ao micrômetro a fio, o interferencial e a duplas imagens) não ocorre o mesmo para o conhecimento das superfícies. Ganimedes, com seu aspecto amarelado, seus caracteres, evoca o planeta Marte. Combes disse-nos: “A observação visual, em excelentes condições atmosféricas, permitiu por em evidência sobre a superfície do satélite manchas permanentes e fugitivas. É quando o satélite passa diante do disco de Júpiter que se vêem com mais facilidade as manchas”. Mais adiante, ensina-nos:
“Ganimedes, que é menos reverberante (0,26) e de uma rugosidade análoga, lembra o planeta Marte! Zonas brancas aparecem na borda oriental do astro; elas podem indicar um fraco depósito de geada”.
Estas indicações têm um valor importante: se há depósito de geada, arriscamo-nos a dar um trunfo a mais a esta hipótese. A geada é uma camada de gelo que pode, aliás, muito bem ligar-se a árvores ou aos regatos. O gelo não é nada mais do que água congelada, sendo, aliás mais leve do que a água. O gelo funde-se a 0° com uma condição: “Pressão atmosférica normal”. Ignoramos infelizmente a pressão atmosférica eventual que pode reinar em Ganimedes. A presença de gelo neste astro torna verossímil a idéia de que certas partes seriam formadas pelo gelo... Em troca, as manchas disseminadas provam que o gelo, se existe gelo, não cobre a totalidade do maior satélite galileano. Notemos, de passagem, que a água constitui, pelo menos, 60% do volume das células, acrescentemos a isto que os liquens podem resistir a dessecações muito surpreendentes... Somente sobre a terra vemos evoluir formas de vida extremamente diversas desafiando com freqüência o mais utópico dos romances de antecipação. Contudo, a água, como o ar, é um dos elementos primordiais e vitais para um meio propício à vida organizada.
O fato comprovado de que Ganimedes faz uma volta sobre si mesmo ao mesmo tempo em que completa uma rotação em torno do monstro jupiteriano é, talvez, interessante de ser guardado. Ganimedes apresenta, pois, sempre a mesma face ao planeta em torno do qual evolui. Assim como a nossa Lua, ele tem, pois duas zonas muito distintas, que constituem realmente dois meios diferentes. Sendo a massa determinada, vemos que a força de gravidade deve ser relativamente mínima e parece permitir um “mover-se fácil”, os hipotéticos autóctones de Ganimedes podem assim realizar atos mais facilmente do que em outra parte. A vegetação “se é que existe” pode ser surpreendente, mas seus aspectos pitorescos são puramente gratuitos, pois que nós nos baseamos mais uma vez sobre os valores terrestres preconcebidos pelo nosso atavismo ancestral. Nosso sistema decimal é, por exemplo, inútil para o espaço intergaláctico.
Em Ganimedes, o “dia” é constante: com efeito, ali onde terminam os raios jupiterianos, começam os do Sol. Se uma atmosfera cerca este satélite suscetível de abrigar um povo organizado, ela é certamente pequena, digamos “relativamente pequena” em relação à do nosso planeta. Seríamos tentados a acreditar que, sendo a camada atmosférica tão pequena, os raios do sol são tórridos..., mas o Sol não se aventura a dardejar seus raios abrasadores por que, visto o distanciamento, a luz e o calor que nosso Sol irradia são vinte e cinco vezes menos fortes do que aqueles que conhecemos desde que temos consciência de nossa existência neste mundo...
Do ponto de vista do clima, o extremo inclina-se para o frio.
Se os habitantes de Ganimedes existissem, teríamos de concebê-los com órgãos da vista bastante importantes, porque o sol não é cegante neste lugar afastado dele cerca de 778,35 milhões de quilômetros. O que corresponde a 5,2 unidades astronômicas. O cúmulo é que as testemunhas que pretendem ter observado seres nas abordagens dos “discos”, descrevem esses extraterrestres como possuindo olhos globulosos muito grandes e nós sabemos que alguns testemunhos são indiscutíveis.
Certos trechos espantosos são provas irrefutáveis. Logo, qualquer que seja a constituição biológica de seus olhos - ou o que neles desempenha esse papel - os extraterrestres parecem diferenciar-se bastante de nós por este detalhe muitas vezes descrito, postos de lado seus escafandros brilhantes de capacetes transparentes. Os extraterrestres são, aliás, pequenos e sua caminhada é um tanto curiosa e lembra um “brinquedo mecânico”... Não se sabe se é uma ligeireza ou uma lentidão... da parte desses seres que desembarcam em um planeta que não é manifestamente o seu mundo de origem. Isto prova ao menos que existem condições de atração sensivelmente opostas. É o caso de estabelecermos ainda uma comparação bastante audaciosa entre Ganimedes e a Terra. Estas relações são evidentemente errôneas se as criaturas descritas pelas testemunhas são na realidade andróides dirigidos como autômatos pelos extraterrestres. Esta hipótese não é mais inverossímil, aliás, do que qualquer outra.
O processo referente a Ganimedes, o maior satélite do planeta de mancha vermelha, deve permanecer aberto e o problema não está, de modo algum, resolvido definitivamente. Seria preciso antes de tudo COLOCAR o problema. Isto feito... Em troca, dispomos de alguns elementos um tanto austeros que autorizam extrapolações baseadas em argumentos plausíveis. Apenas uma exploração espacial “in situ” poderá por um ponto final nesta hipótese.
Acesse o décimo sétimo capítulo do livro:
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