“Propomos que a transição de não-vida para vida é única e definível”, disse Davies. “Sugerimos que a vida possa ser caracterizada pelo seu uso distinto e ativo da informação, assim fornecendo um roteiro para identificar os critérios rigorosos de sua emergência. Este é um grande contraste para um século de pensamento, no qual a transição da vida tem sido apresentada como um problema de química, com a meta de identificar caminhos de reações plausíveis das misturas químicas para a entidade viva.”
Em resumo, os autores mudam a atenção do “hardware” (a base química da vida), para o “software” (seu conteúdo de informação). Para usar uma analogia ao computador, a química explica a substância material da máquina, mas ela não funciona sem um programa e dados. Davies e Walker sugerem que uma distinção crucial entre não-vida e vida está na forma que os organismos vivos gerenciam a informação que flui através do sistema.
“Quando descrevemos os processos biológicos, tipicamente usamos as narrativas informacionais- as células transmitem sinais, programas de desenvolvimento são executados, instruções codificadas são lidas, dados referentes ao genoma são transmitidos entre as geração e assim por diante”, disse Walker. “Assim, a identificação da origem da vida na forma de informação é processada e gerenciada, podendo abrir novas vias para pesquisa.”
Um dos grandes mistérios da vida é como ela começou. Que processo físico transformou uma mistura não viva de químicos em algo tão complexo como uma célula viva? Por mais de um século os cientistas lutaram para reconstruir os primeiros passos chave sobre a estrada da vida. Até recentemente, seus focos eram treinados sobre como os simples blocos de construção da vida poderiam ter sido sintetizados sobre a Terra antiga, ou talvez no espaço. Mas devido ao fato disso ter acontecido há tanto tempo, todos os traços químicos foram apagados, deixando muito espaço para especulação e desacordo. Focar no desenvolvimento informacional ajuda a mover o foco para longe de algumas das desvantagens inerentes de se tentar forçar o início da vida química.
“As abordagens baseadas na química”, disse Walker, “tem se estagnado bem no estágio inicial da complexidade química - muito longe de qualquer coisa que consideraríamos ‘viva’. Mais grave ainda, elas sofrem de desvantagens conceituais, pelo fato de que falham na distinção entre química e biologia”.
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