Durante séculos antes da criação do vasto Império Persa do século VI a.C., uma série de povos, do MAR CÁSPIO, movimentaram-se no rumo do OCIDENTE.
Alguns passaram pela Europa sul-oriental, enquanto outros se espalharam pela Ásia menor, destruindo o IMPÉRIO HITITA, assolando a SÍRIA e a PALESTINA e mesmo atacando o Egito, os mais poderosos desses invasores foram os últimos a aparecer os MEDOS, do Irã noroeste de nosso dias, que varreram a Assíria e se mudaram para a Ásia Menor.
O Irã corresponde geograficamente a um imenso planalto situado a leste da Mesopotâmia, a maior parte das terras são constituídas por desertos, cercados de montanhas e com poucos vales férteis. Ao norte, limita-se com as montanhas do Cáucaso e o Mar Cáspio; a leste com os Montes Sulimã; a oeste com os Montes Zagros; e ao sul com o Golfo Pérsico.
Mas os medos não deveriam ser conquistadores de todas as antigas civilizações, pois em 550 a.C., seu rei foi derrubado por CIRO, o governante dos persas que eram estreitamente aparentados com os medos. Esses herdeiros dos séculos, que iriam edificar o último e macero dos impérios do Antigo oriente Médio, haviam vivido por desconhecido espaço de tempo na parte mais meridional do que á atualmente o Irã. Além de dar início a suas mais amplas conquistas, seu grande Rei Ciro, derrotou o rei dos medos e começou a movimentar-se para oeste. Em pouco tempo Ciro conquistou o reino LÍDIO de CRESO na Ásia menor e as cidades gregas da costa. A seguir aniquilou o IMPÉRIO CALDEU. Por volta de 538 a.C. quando caiu BABILÔNIA, o domínio persa chegava as fronteiras do Egito, incluindo todas as outras terras.
Assim em onze anos Ciro bem merecera ser chamado de CIRO O GRANDE, pois transformara num dos grandes e principais lideres militares da história. Infelizmente pouco se conhece a respeito além da simples menção de suas vitórias. Merece nota especial, entretanto, a libertação dos judeus concedida por Ciro. Embora permaneça vago como personalidade, Ciro o grande é famoso como fundador de um Império que durou mais de dois séculos - até que outro gênio Alexandre Magno lhe pôs fim.
CAMBISSES, o cruel filho de Ciro, arredondou as vitórias de seu pai com a tomada do Egito em 525 a.C. só três anos depois o rei, que sofria de epilepsia, perdeu a cabeça e suicidou. Já irrompera uma revolução no Império, mas logo dominada pelos nobres que em 521 a.C., elevaram Dario ao trono.
O Império Persa foi o mais extenso dos Impérios Orientais. Dos povos conquistados exigiam pesados impostos, mas respeitavam a sua cultura. Era governado por uma monarquia absoluta teocrática e possuía quatro capitais:
Susa, Persépolis, Babilônia e Ecbátana. O comércio foi a atividade mais importante do Império. Por ele passavam rotas de caravanas comerciais, ligando a Índia e a China ao Mar Mediterrâneo. O comércio impulsionou a indústria de tecidos de luxo, mosaicos e tapetes de rara beleza.
*Os primeiros habitantes desse planalto dedicaram-se ao pastoreio e, nos
vales férteis, desenvolveram o cultivo de cereais, frutas e hortaliças. A região
era rica em recursos minerais encontrados nas montanhas vizinhas como o
ferro, cobre, prata, dentre outros.*
Dario I o grande, como é chamado, dominou a Império de 521 a 486 a.C. Ocupou os primeiros anos de seu reinado em reprimir revoltas de povos submetidos em reforçar a organização administrativa do estado. Em ambas as tarefas conseguiu êxito considerado, mas suas ambições de poder o levam longe demais. A pretexto de reprimir as incursões dos citas, atravessou o Helesponto, conquistou uma grande parte da costa da Trácia e dessa forma provocou a hostilidade dos atenienses. Além disso, aumentou a opressão sobre as cidades jônicas da costa da Ásia Menor, que tinham caído sob o domínio persa com a conquista da Lídia. Interferiu em seu comércio, impôslhes tributos mais pesados e forçou os seus cidadãos a servir nos exércitos imperiais. O resultado imediato foi a revolta das cidades jônicas com o apoio de Atenas. Quando Dario tentou punir os atenienses pela participação na rebelião,encontrou-se envolvido numa guerra com quase todos os estados da Grécia.
Reis Persas
Ciro, o Grande .... 550-529 a .C.
Cambisses............ 529-521 a . C
Dario I ................ 521-485 a . C
Xerxes I.............. 485-465 a . C.
Artaxerxes........... 465-425 a . C
Xerxes II .................... 424 a . C.
Dario II................ 423-404 a . C
Artaxerxes II ....... 404-358 a . C
Artaxerxes III ...... 358-338 a . C
Dario III .............. 336-330 a .C.
Em teoria o rei persa era um monarca que governava pela graça do Deus da luz. Nenhuma constituição ou princípio da justiça limitava a sua autoridade soberana. Na ética porém, devia deferência aos principais nobres do reino, e dispersar alguma consideração aos costumes antigos e as leis tradicionais dos medos e depois persas.
Para efeito da administração local o império era dividido em vinte e uma sátrapa ou governador civil. Apesar de absoluto em todos os assuntos de jurisdição civil, o sátrapa não tinha autoridade militar. As forças militares eram confiadas ao comandante das guarnições em toda a província, como uma salvaguarda adicional, designava-se um secretário para cada província a fim de examinar a correspondência do sátrapa e denunciar quaisquer provas de deslealdade. E finalmente para maior segurança, o rei enviava inspetores especiais uma vez por ano, com uma poderosa guarda, a fim de visitar cada província e investigar a conduta do governo.
Esses funcionários eram conhecidos como "olhos e ouvidos do rei" eram geralmente membros da família real ou outras pessoas em que o monarca poderia depositar toda a sua confiança.
Relacionamento Dos Persas Com Os Povos Vencidos
Ao contrário do modo extremamente cruel dos Assírios, os persas tratavam os povos submetidos de maneira mais tolerante, respeitando sua religião e seus costumes, desde que não se revoltassem.
O rei persa, porém, não deixava de ser tirano com os povos conquistados, impondo-lhes elevados tributos e obrigando-lhes ao serviço militar sob o comando de oficiais persas. Aqueles que desobedecessem às ordens do governo persa podiam ser esfolados vivos, ter seus corpos mutilados ou mesmo sofrer decapitação.
Apesar de trabalhoso e caro o sistema funcionou tão eficientemente que as revoltas dos Sátrapas figuraram entre as causas principais da queda da Pérsia.
Quase todas as atividades do governo imperial visavam a fins de eficiência militar e segurança política. Dario I principalmente enviou esforços para adestrar os jovens de nacionalidade persas em hábitos que os tornassem aptos a vida militar. Procurou incutir nas classes superiores as virtudes de austeridade, de lealdade e da honra e impedir que sucumbissem ao luxo e ao vício. Todos os seus esforços foram afinal em vão, pois os persas não colocaram remitência mais do que os assírios, as tentações de um poder e de uma riqueza inesperada. Outro trabalho importante do governo foi a construção de uma esplêndida rede de estradas, a melhor que se conheceu da época dos romanos. A mais famosa era a ESTRADA REAL de cerca de 2.500 km de extensão que ligava SUSA a SARDIS.
*Ruínas da cidade de Persépolis, construída por Dario I.*
Tão bem conservada era esta estrada real que os mensageiros do rei, viajando noite e dia, podiam cobrir sua extensão total em menos de uma semana. Quase todas as províncias eram ligadas a uma ou outra das quatro capitais persas: SUSA, PÉRSEPOLIS, BABILÔNIA, ÉCBATONA Ainda que contribuindo naturalmente para o desenvolvimento do comércio, essas estradas foram construídas com o objetivo principal de facilitar o controle sobre as partes remotas do Império.
A boa condição das estradas possibilitou o desenvolvimento de um eficiente serviço de correios, com diversos postos espalhados pelo caminho. A adoção da língua aramaica em todos os documentos oficiais foi mais uma das medidas adotadas que visava à unidade do Império.
A economia persa era baseada na agricultura (centeio, trigo, cevada) e na criação do gado. Com a expansão do Império, cada região ainda exercia suas atividades costumeiras. Entretanto, a unidade política imposta e a construção de estradas que facilitou a comunicação entre as satrapias, incentivaram o crescimento das atividades artesanais e do comércio.
Para facilitar as trocas mercantis, Dario mandou cunhar moedas de ouro - daricos - (importantes sociedades do mundo antigo, egípcios, babilônios, desenvolveram-se sem a utilização da moeda – dinheiro). As transações comerciais faziam-se pela troca direta de um produto por outro. Mais tarde em algumas regiões, estabeleceu-se o uso da certos objetos como unidades de valor para facilitar as trocas. Exemplos: anzóis, bois, alimentos. Segundo o historiador JEAN PIERRE VERMANT, a moeda no sentido atual (cunhada) e garantida pelo Estado é uma invenção grega do século VI a.C., mas a quantidade foi insuficiente. Posteriormente, permitiu-se a cunhagem de moedas de prata cuja quantidade ainda não atendia às necessidades do comércio.
*Do grande Palácio de Persépolis,uma das principais residências dos reis
aquemênidas, pode-se observar uma grande planície fértil na terra natal persa
ao sudoeste do Irã.*
Na verdade, os reis persas em vez de cunhar moedas, preferiram acumular tesouros em metais preciosos, obtidos dos tributos arrecadados dos súditos.
*Palácio de Artaxerxes. As grandes construções persas tinham como
características acentuadas grandes paredes e vastas colunatas. Coroando as
colunas, viam-se famosos capitéis que representavam animais.*
A ampla atividade comercial era efetuada pela população dominada pelo Império Persa que estava submetida ao pagamento de pesados tributos e prestação de serviços públicos, seja nas grandes obras urbanas e construção de estradas, seja no exército constituindo a servidões coletiva, típica do Oriente Antigo. Boa parte da atividade comercial que contava com a rede de estradas e garantias imperiais era realizada pelos babilônios, fenícios e judeus, enquanto as atividades agrícolas, pelo restante da população subjugada.
Embora a outros respeitos, muito devessem a seus vizinhos mais civilizados, não precisaram os persas de obter empréstimos no campo da religião. A sua própria religião o ZOROASTRISMO, foi das maiores entre todas as religiões do Antigo Oriente, só rivalizada pelo dos hebreus, no seu melhor estágio, e pela dos hindus do Pendjab, que Dario conquistou.
O grande mestre religioso dos persas foi um homem conhecido como ZOROASTRO OU ZARATRUSTRA, que viveu provavelmente na última metade do século VII e na primeira parte do século VI a.C.. Antes dessa época, os persas tinham uma religião primitiva baseada na adoração de muitos deuses representativos das forças da natureza. Os rituais de adoração eram dirigidos por sacerdotes chamados magos. Como os profetas hebreus, Zoroastro procurou expurgar essa religião da superstição e da mesquinharia para erguê-la a um plano ético mais elevado. Teve sucesso nisso, apesar da oposição do velho clero e seus conceitos religiosos foram depois aceitos pela corte no século VI a.C.
"Grande deus é Ahura-Mazda, que criou o céu lá em cima, que criou a terra cá embaixo, que criou o homem, que criou a felicidade para o homem, que fez Rei Dario, que ao Rei Dario entregou este grande Reino, rico em cavalos, ricos em homens". (Inscrição Persa citada por Aymard, A e Auboyer.)
A reforma religiosa que Zoroastro inspirou estabeleceu a adoração de um deus AHURA-MAZDA ou ORMUZD. Era um deus de retidão e verdade que revezava seus preceitos e a seu profeta Zoroastro. A ele impunha um mau espírito, ANGRA-MAINYU ou ARIMÃ, que representava a mentira, isto é a negação da verdade. O mundo do homem era concebido como um gigante campo de batalha, em que lutavam as forças do bem e do mal. Cada homem devia escolher o lado de um ou de outro desses deuses em guerra a quem serviria. Podia servir a Arimã e naturalmente esse deus do mal o tentaria fazêlo. Mas se em vez disso, preferisse servir o deus da bondade, devia tomar papel ativo como soldado da causa do bem, sem mostrar complacência ou piedade com o outro lado.
*Os princípios pregados por Zoroastro estão contidos no Zend Avesta livro sagrado dos antigos persas. Nos dias atuais os Ritos do Zoroastrismo reúnem fieis em várias partes do mundo. Na foto os adeptos do zoroastrismo em um culto.*
O próprio Zoroastro pretendia que a sua religião fosse monoteísta. Considerava Ahura-Mazda um poder supremo que permitia aos homens escolhessem entre o bem e o mal, mas punia os que fizessem esta última escolha. Alguns de seus discípulos, porém modificaram esse monoteísmo ao ensinarem que o mal era obra de um segundo deus, Arimã. Posteriormente, ainda outras divindades, foram reconhecidas. Assim, MITRA, um dos antigos deuses persas, reapareceu como ajudante de Ormuzd e Anahita, uma deusa semítica da fertilidade foi adotada. Mais tarde, os antigos sacerdotes, os Magos, recuperaram o poder e mais uma vez o ritualismo se tornou importante.
Zoroastro acredita na imortalidade e seu ensinamento a esse respeito é de crucial significação. O deus do mal estava fadado a ser por fim derrotado, embora ele e suas cortes o ignoravam. Essa derrota final do mal viria no dia do último grande julgamento, quando os mortos retornariam a vida. Nesse meio tempo, as almas dos mortos sobreviveriam em outro mundo, onde receberiam o tratamento que houvessem merecido por sua vida na terra. Três dias após a morte, cada alma era levada a uma grande ponte, que atravessava as profundezas do inferno. Se o bem que o homem houvesse praticado na terra não ultrapassasse o mal, sua alma atravessaria a ponte para um mundo de celestes felicidades, mas se os feitos do homem o revelassem como um servo do mal sobre a aterra, a ponte se estreitaria e sua alma seria precipitada no refino da pesada escuridão. Contudo, mesmo essas almas não permaneciam no inferno para sempre, pois isso deixaria muitas criaturas de ORMUZD em mãos dos inimigos. Mais tarde no dia do ajuste final, o mal seria purificado em metal derretido, que para o bem, é tão agradável como leite quente. Assim o próprio inferno seria purificado e a vitória pertenceria à verdade e à bondade.
*O último descendente da
família dos Aquemênidas foi
Dario III. Com ele sucumbiu o vasto
Império formado por Ciro e
organizado por Dario I.*
Horóscopo: a posição dos astros no momento em que uma pessoa nasce e que, segundo os astrólogos influencia muitas características e acontecimentos na vida do indivíduo. Os signos foram divididos em quatro grupos, cada um representando os elementos fundamentais da vida na Terra: O fogo, a terra , o ar e a água.
Fogo: Áries, Leão e Sagitário
Terra: Touro, Virgem e Capricórnio
Ar: Gêmeos, Libra e Aquário
Água: Câncer, Escorpião e Peixes.
*Dois mil e quinhentos anos depois, o zoroastrismo continua a ser praticado
na Índia pelos parses.*
O Zoroastrismo Atualmente
A maior contribuição da civilização persa foi no campo da religião. Zoroastro, que viveu de 628-551 a.C., fundou o zoroastrismo a religião dos persas. Esta doutrina pregava o JUIZO FINAL e a vida eterna no paraíso para os bons. Este princípio religioso influenciou o judaísmo e o cristianismo, que também concebiam o julgamento final.
O zoroastrismo se tornou a força religiosa dominante no IRÃ; seu culto ainda é praticado atualmente naquele país. Com a chegada do islamismo, a religião quase desapareceu, embora existam muitos praticantes na Ásia e nos Estados Unidos da América do Norte. Porém o grupo mais numeroso se encontra na Índia. Os adeptos da religião são chamados de parses. Eles deixaram o Irã no fim do século XIX e foram para a Índia. Estabeleceram-se na região de BOMBAIN. No Irã onde a crença em Ahura-Mazda nasceu, restam uns poucos milhares de seguidores do profeta Zoroastro em meio aos 68 milhões de iranianos, 99,1% dos quais são adeptos do islamismo.
A religião dos persas, tal como ensinada por Zoroastro, não permaneceu por muito tempo em seu estado original. Foi corrompida principalmente pela persistência de superstições primitivas, pela magia e pela ambição do clero. Quanto mais a religião se estendia, tanto mais nela se enxertavam essas relíquias do barbarismo. Com o passar dos anos a influência da crença de outras terras, particularmente as dos caldeus, determinou novas modificações. O resultado final foi o desenvolvimento de uma poderosa síntese na qual o primitivo sacerdotalismo, o messianismo e o dualismo dos persas, combinavam como pessimismo e o fatalismo dos neobabilônicos.
Desta síntese emergiu aos poucos uma produção de cultos, semelhantes em seus dogmas, básicos, mas concedendo a eles valores diferentes. O mais antigo dos cultos era o mitraísmo nome que se deriva de MITRA, o principal lugar-tenente de MAZDA na luta contra as forças do mal.
*Um Relevo Persa. Estas figuras aladas pertencem à entrada do palácio de Xerxes em Persépolis.*
Mitra a principio, era apenas uma divindade menor da religião zoroástrica, encontrou finalmente agasalho no coração de muitos persas, como Deus mais merecedor de orações. A razão desta mudança foi, provavelmente, a auréola emocional que cercava os acidentes da vida. Acreditava-se que nascera num rochedo, em presença de um pequeno grupo de pastores, que lhes trouxeram presentes em sinal de reverência pela sua grande missão na terra. Passou então a sujeitar os seres vivos que encontrava, conquistando e tornando úteis ao homem muitos deles. Para melhor desempenhar essa missão, fez um pacto com o sol, obtendo calor e luz para que as plantações pudessem florescer. O mais importante de seus feitos, contudo, foi a captura do touro divino.
Agarrando o animal pelos chifres, lutou desesperadamente até forçá-lo a entrar numa caverna, onde em obediência a uma ordem do sol, o matou. Da carne e do sangue do touro proveriam todas as espécies de ervas, grãos e outras plantas valiosas para o homem. Mal esses feitos foram realizados, Ahriman provocou uma seca na terra, mas Mitra enfiou a sua lança numa rocha e as águas dela borbulharam. Em seguida o Deus do mal mandou um dilúvio, mas Mitra mandou construir uma arca para permitir a salvação de um homem com seu rebanho. Depois de terminado os seus trabalhos, Mitra, participou de um festim sagrado com o sol e subiu aos céus. No devido tempo voltará e dará a todos os crentes a imortalidade.
*No Palácio de Susa, um enorme relevo representava uma fila de arqueiros. O
relevo era de ladrilhos de vivas cores e neles se viam os guerreiros com suas
lanças, seu arco e sua aljava. As figuras têm a impassibilidade própria da arte
oriental.*
A herança deixada pelos persas, ainda que não tenha sido exclusivamente religiosa, continham muitos elementos da natureza secular. A forma de governo característica desse povo foi adotada pelos monarcas romanos de época avançada, não no seu aspecto puramente político mas no seu caráter de despotismo de direitos divino. Quando os imperadores como Diocleciano, Constantino I invocaram a autoridade divina como base de seu absolutismo e exigiram que os súditos se prostrassem na sua presença, estavam na realidade identificando o estado com a religião como os persas tinham feito na época de Dario. São também discerníveis traços da influência persa em certos filósofos helenistas, mas ainda aqui essa influência foi essencialmente religiosa, pois se limitou quase inteiramente às teorias místicas dos neoplatônicos e dos seus aliados filosóficos.
Fonte: A Mesopotâmia e Seus Povos (João Lourenço da S. Netto)
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