O problema para a colonização não está ali ou aqui, mas na ignorância do homem, por não aceitar os estudos detalhados que os cientistas de renome fazem com relação a Marte. Quando afirmam que lá: há condições idéias para apoiar a vida humana.
Se contarem com a tecnologia mostrada ao mundo, fica mais dístante de ser alcançado - já que esta não dá suporte para que essa aventura seja um sucesso. Só de pensar em colocar objetos e equipamentos de transporte em órbita, isso levará anos. Depois de toda uma preparação no espaço para dar início e partir para não mais voltar, ainda mais sofrendo os efeitos da gravidade. Mas é claro que o projeto “
Mars One” dificilmente terá um êxito... (
Ou será que vão contar com ela?) duvidas ficam suspensas até o fim desta jornada rumo ao planeta vermelho.
200 mil pessoas de 140 países fizeram uma fila para receber o bilhete de ida numa viagem a Marte, apontada para 2023. Elas concordaram ficar no Planeta Vermelho até ao fim dos seus dias e tornar-se heróis de um reality-show. Claro que há perguntas que devem ser feitas aos que estão prontos a sacrificar-se por um objetivo indefinido e uma morte no planeta morto. Mas são muito mais as perguntas a fazer aos organizadores, que reconhecem: não há condições para a vida humana em Marte e é praticamente impossível criá-las num período tão breve.
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Foto: EPA |
Os cientistas afirmam em uníssono que, por enquanto, a colonização de Marte é impossível. Aí não há uma atmosfera própria para o homem e a humanidade ainda não criou uma tecnologia capaz de transportar regularmente toneladas de mercadorias para outra planta.
David Mimun, um dos funcionários do projeto sismológico experimental SEIS para a expedição espacial a Marte do Laboratório de criação de motores de foguetões e a jato em Pasaden, Califórnia, revelou à Voz da Rússia espanto por tão grande quantidade de pessoas quererem abandonar a Terra:
“A prontidão para aceitar desafios e começar uma nova vida, para estudar o desconhecido provoca sempre respeito. Este projeto é uma iniciativa ousada e arriscada. Por outro lado, surpreende até que ponto as pessoas estão prontas a arriscar. Pois não haverá viagem de regresso”.
Mesmo que sejam criadas artificialmente condições de sobrevivência, é simplesmente perigoso estar em Marte. Para não falar em dar filhos à luz, sublinha o perito:
“Em Marte, a força da gravitação é igual a cerca de um terço da força de gravitação da Terra. Se o homem tiver de permanecer durante muito tempo em condições de força de gravitação mais baixa em comparação com a Terra, os seus ossos ficarão mais fracos. Podem saltar mais alto, mas os ossos serão mais fracos. Se nascer uma criança em Marte, poderão surgir problemas com o seu desenvolvimento.
Conhecemos experiências recentes de longa permanência de pessoas em condições de gravitação baixa, mas elas tiveram de tomar medidas de precaução de caráter médico”.
Os autores do projeto reconhecem que as condições para a permanência de pessoas em Marte não estão estudadas como é preciso. E as consequências poderão ser as mais imprevisíveis.
Compreendem isto os jovens que, por qualquer razão, decidem partir para sempre?, interroga-se David Mimun:
“Além do mais, aí é alto o nível de radioatividade. Na órbita da Terra, na estação MIR, por exemplo, somos protegidos pelo campo magnético da Terra. Em Marte não existe semelhante campo. Também não é claro como é que isso se pode refletir nos recém-nascidos”.
Tudo isso se assemelha mais a experiências não tanto de exploração de Marte (pois não se trata de uma expedição científica), mas de uma experiência psicológica e física em pessoas. Ou talvez as duas coisas. Ou talvez algo pior: um projeto comercial para obter lucro. Claro que na Terra, considera David Mimun:
“Em Março existem várias categorias de problemas. Antes de tudo, a habitação. Os primeiros residentes irão viver em pequenas casas onde poderão respirar. Outros problemas consistem em que eles terão de recorrer a meios mecânicos de sobrevivência. Eles irão alimentar-se com comida que levarão consigo, enquanto não aprenderem a produzir o seu pão ou algo semelhante. E claro que eles terão de contar apenas com as suas próprias capacidades”.
Os problemas psicológicos são os mais terríveis. A separação da família, dos amigos e, em geral, da Terra, poderá provocar perigosas mudanças de personalidade. Infantilismo, suicídio e comércio, eis a essência deste projeto, considera Alexandre Zheleznyakov, membro da Academia de Cosmonáutica Tsiolkovsky da Rússia:
“Penso que a maioria não compreende completamente aquilo que lhes é proposto. Eles olham para isso como para um jogo, sem compreenderem que se esse projeto se realizar, do que tenho muitas dúvidas, eles voarão para a morte certa.
Só a não compreensão da situação pode explicar o tão grande número de pessoas que manifestaram o desejo de participar nele. É difícil acreditar que todas as pessoas que aí se juntaram sejam psiquicamente anormais”.
Uma verdadeira colonização de Marte só é possível quando forem inventadas formas ultra-rápidas de deslocação no espaço, está convencido Igor Marinin, redator-chefe da revista Novidades da Astronáutica:
Marte não poderá ser colonizada por terrestres nos próximos 50-70 anos por uma simples razão. Não temos meios de transporte de materiais para lá. Com motores atuais, isso é muito caro e demora muito tempo. Quando os cientistas descobrirem novos meios de movimentação rápida no espaço, essa colonização começará imediatamente”.
Este ponto de vista é também apoiado pelo acadêmico Zheleznyakov:
“Do ponto de vista da técnica, esse voo é absolutamente irreal. A humanidade não tem foguetes que possam garantir o transporte inicial de mercadorias necessárias para Marte. Não se pode simplesmente transportar as pessoas e abandoná-las no planeta. É necessário pelo menos edificar construções temporárias para elas poderem viver lá. Garantir produtos alimentares, outros materiais indispensáveis. Para isso é preciso uma grande quantidade de lançamento de foguetões, não como os atualmente existentes no arsenal da humanidade, mas muito mais potentes”.
A primeira expedição do plano científico e de investigação poderá realizar nunca antes de 2035, considera ele. E só depois das pessoas estudarem a vida em Marte se poderá falar de povoamento. De fato, a enorme quantidade de pessoas dispostas a tudo, a fugir dos problemas de qualquer forma, é um sinal de que muito simples atrair pessoas para uma aventura.
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