Ademar Gevaerd |
A data foi escolhida porque, em 24 de junho de 1947, o piloto Kenneth Arnold relatou à imprensa local que, enquanto buscava por destroços de um avião da Marinha que havia desaparecido, avistou nove objetos incomuns sobrevoando a região do Monte Rainier, em Washington, nos Estados Unidos.
Segundo ele, as supostas aeronaves eram extremamente rápidas e voavam como "pratos sobre as águas". Logo, os jornais substituiriam o termo pratos por discos, e a expressão "disco voador" se consagraria. Estava iniciada a chamada era da ufologia moderna.
Mais de 60 anos depois, porém, os entusiastas da área ainda sofrem com o preconceito. Boa parte da sociedade considera a ufologia "coisa de maluco" e os céticos, por sua vez, afirmam que a atividade é fundamentada somente em crenças e, portanto, não merece crédito.
"Falta de informação"
Para o pesquisador e ufólogo Ademar José Gevaerd, editor da revista UFO - maior publicação sobre o tema na América Latina - a resistência é fruto da falta de informação.
"Fala-se muita bobagem por desconhecimento. O ufólogo atua como repórter e perito policial. Na medida em que um evento ocorre, vai até o local e colhe depoimentos e material para que se faça uma análise e busque padrões que possam classificá-lo como consistente. Em geral, 95% dos casos são descartados", explica ele, que admite a existência de "pseudo-ufólogos", que acabam por manchar a imagem da categoria.
Objeto fotografado entre Manaus e Belém pela tripulação de um Boeing da Varig, em 1976 |
Apesar disso, Gevaerd afirma que a ufologia vive um momento sem precedentes, em que diversos países, incluindo o Brasil, admitem ter observado episódios envolvendo supostos discos voadores.
"Na América do Sul, por exemplo, Chile, Peru, Uruguai, Equador e Colômbia possuem comissões especializadas no assunto. E no Brasil, recentemente, o governo passou a disponibilizar arquivos antes classificados como "confidenciais" para consulta pública", diz.
Documentos
O acervo a que Gevaerd se refere foi liberado há três anos e é constituido por cerca de 5 mil páginas de documentos, que incluem relatos de perseguições de jatos da Força Aérea Brasileira (FAB) a discos voadores.
Em 2010, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, também ordenou que toda e qualquer ocorrência com ovnis no país deveriam ser relatadas e, em seguida, catalogadas no Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica (Cendoc), no Rio de Janeiro.
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