A prova maior será a do “tempo de espera” para sabermos o que poderá acontecer; caso haja um desvio na trajetória do objeto gerando um impacto. Este será um evento de grandes espectativas quando chegar o momento propício para Marte.
Leia:
Diferente do cometa ISON, que foi completamente pulverizado pelo calor escaldante do Sol, C/2013 A1 Siding Spring não terá qualquer obstáculo pela frente e seu encontro com o planeta Vermelho é apenas uma questão de tempo. E esse momento está chegando.
Quando foi descoberto, em 3 de janeiro de 2013, C/2013 A1 Siding Spring se encontrava a 7.2 AU do Sol ou cerca de 1.1 bilhão de quilômetros de distância da estrela. Após ter sua órbita calculada, verificou-se que o cometa passaria a uma distância muito pequena do planeta Marte, até mesmo com chances de impacto, o que provocou grande euforia entre os astrônomos amadores e profissionais.
Agora, passados 17 meses desde a sua descoberta, sabe-se que o choque contra a superfície marciana não deverá acontecer, mas a distância que o cometa chegará do planeta é realmente muito pequena.
Neste momento, o cometa se encontra a 500 milhões de quilômetros de Marte e a cada dia essa distância é menor. O cálculos mostram que em 19 de outubro o Siding Spring chegará a apenas 134 mil quilômetros da superfície marciana, uma distância tão pequena que poderá envolver todo o planeta Vermelho em sua esteira de fragmentos.
Consequências
Embora a atração gravitacional de Marte não seja suficiente para romper o núcleo do cometa durante a máxima aproximação, pouco se sabe sobre o que de fato poderá acontecer.
Apesar de estar praticamente descartada, é muito difícil avaliar as consequências de uma colisão direta entre o cometa C/2013 A1 e o Planeta Vermelho. Estima-se que o C/2013 A1 tenha entre 10 e 50 km de diâmetro e se move em relação a Marte a uma velocidade de 200 mil km/h. Assim, a energia cinética estimada pode ser comparada a 20 bilhões de megatons de TNT.
Um choque dessa magnitude seria capaz de produzir uma cratera de 520 km de largura por 2 km de profundidade, além de produzir alterações significativas na atmosfera marciana. A pluma de partículas levantadas também poderia encobrir o Sol por um longo período de tempo, diminuindo a temperatura do planeta.
Mesmo que a colisão não aconteça, uma passagem tão próxima também poderá provocar alterações na química marciana, já que o planeta poderá ser envolvido pela enorme coma, estimada em mais de 100 mil quilômetros de diâmetro. Isso injetaria milhões de toneladas de material orgânico na atmosfera de Marte, com consequências futuras imprevisíveis.
Além do efeito direto sobre o Planeta, a aproximação do cometa também preocupa os engenheiros espaciais. Para evitar a perda de sondas na orbita de Marte as agências espaciais europeia e americana já têm um “plano-B” e poderão remanejar a posição de suas naves caso os estudos apontem para possibilidade de danos aos equipamentos provocados pela chuva de fragmentos.
Assista:
Artes: No topo, simulação da aproximação entre o cometa C/2013 A1 e o planeta Marte, feita com o software Celestia. Na sequencia, simulação compara o tamanho da Lua Cheia com a distância aparente entre Marte e C/2013 A1 Siding Spring, em 19 de outubro de 2014. Acima, vídeo da simulação feita pelo aplicativo do JPL mostra o possível impacto entre os dois objetos. Créditos: JPL/NASA, Apolo11.com.
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